CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

18.10.07

A Liberdade, o Cine-Clube e o Adriano

Publicada por zemanel |

Jorge Carreira Maia no Blogue A VER O MUNDO (http://www.averomundo-jcm.blogspot.com/) assinala o 25º aniversário da morte de adriano recordando o ano de 1973 e o espaço de liberdade que encontrou no CINE-CLUBE de TORRES NOVAS.

Entre filmes e xadrez, ouvia-se as duas cassetes com a "tal" música.

Para mim nascido em Outubro de 1973, poucas horas depois de um comício altamente policiado da CDE em Torres Novas, desconheço tudo isso.*

Mas conheço bem essa geração generosa e combatente que fez do Cine-Clube a Casa da Liberdade em Torres Novas e arredores. Conheço o stencil onde se faziam os "papeis" naquela casa pequena e escura junto da sala de projecção.

Como conheço o Cine-Clube pujante dos anos da brasa, a passar filmes por todo o lado e, disso já me lembro.

Não sei se fez propositadamente ou foi uma escorregadela sub-consciente: Mas associar Adriano ao Cine Clube de Torres Novas é uma justa e simultânea homenagem, que Carreira Maia fez aos valores da Liberdade.


*( o comício decorreu na noite de 12 de Outubro de 1973, no âmbito da farsa eleitoral Marcelista. A CDE viria a desistir à boca das urnas. Esse comício decorreu com o Virgínia cheio e nele participaram como candidatos de Santarém entre outros, Álvaro Brasileiro, José Manuel Bento Sampaio e José Alves Pereira - este de Torres Novas. O comício teria honras de 1ª página no suplemento eleitoral do jornal REPÚBLICA de 13 de Outubro, citando para título a afirmação José A. Pereira " HÁ QUEM TENHA A PÁTRIA NA BARRIGA". Palavras que 34 anos depois mantêm uma inacreditável actualidade...)

1 canhotices:

GR disse...

Antes do 25 de Abril os Cine-Clubes, secções de xadrez ou teatro, eram uma forma não só de reunir, como também de aprender outra cultura, proibida pelo regime fascista. Por vezes a PIDE entrava nas Associações “vasculhavam até destruíam, mas não havia nada de especial. Discos, livros e documentos estavam estrategicamente escondidos.
Adriano, sempre se ouviu, sempre nos acompanhou!

GR

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