CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

31.3.10

Recursos Humanos

Publicada por zemanel |

A formação pessoal do autor deste blogue em Sociologia do Trabalho nunca foi ( ou raramente foi) para aqui chamada.
Mas  o licenciado (  que tem licença para aprender)  chama a atenção para um estudo que vem citado no "Cantigueiro" do Samuel.
António Damasceno Correia publicou um estudo universitário na área da sociologia e das relações laborais relatando a sua experiência como director de Recursos Humanos na Auto Europa.
Se no plano político e cívico as suas revelações são graves elas são no plano científico muito mais graves. O sr dr. Correia defende a manipulação como estratégia de intervenção nos recursos humanos - estratégia que nas empresas é amplamente usada, defendida e difundida, mas é manifestamente contrária à liberdade, autonomia e independência sindicais que qualquer gestor de recursos humanos decente deve respeitar.
O referido estudo acaba paradoxalmente por ganhar uma importância acrescida: ele é o retrato das práticas actuais da gestão de recursos humanos ( sobretudo em multinacionais) caracterizadamente antidemocráticas, ao serviço do capital, desenvolvendo continuamente as técnicas da manipulação.
Diga-se sem receio:as faculdades estão instrumentalizadas pela ideologia dominante e a ela servem. Nesse aspecto o estudo do sr dr da Auto Europa é esclarecedor.
No mundo do pensamento das ciências sociais, onde se espera pensamento divergente e debate de ideias, cada vez se assiste mais a uma subjugação do pensamento universitário à lógica do pensamento  único.
As ciências sociais subordinam hoje o desenvolvimento do seu  pensamento científico para o colocar ao serviço do capitalismo.
As ciências sociais existem hoje, lamentavelmente, nas empresas para refinarem e desenvolverem as técnicas da exploração capitalista. Entre o Taylorismo do princípio do século XX e as "modernas" técnicas de gestão de pessoal continuam incólume e subjacentes nas relações laborais os principios fundamentais da exploração capitalista do trabalho humano. A diferença está no grau de manipulação.
Obviamente,  os cientistas sociais e as correntes de pensamento divergente estão excluídos da Universidade.
Quanto ao comportamento e à coluna vertebral  do Sr Chora, é que já pouco há a dizer...

27.3.10

LUISÃO, nome de capitão

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Tu querias perceber os pássaros
Voar como um Luisão sobre os centrais...
e os médios, os avançados...
o campo todo, a Luz !

27.3.10

Vasco Granja em Torres Novas

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No átrio da Biblioteca de Torres Novas, uma exposição de homenagem a VASCO GRANJA a merecer visita obrigatória.
Ali estão memórias da vida do cineclubista, do jornalista, do apresentador de televisão, do democrata, do divulgador de cinematografias de animação alternativas, do homem dos desenhos animados, enfim, o inesquecível amigo das crianças.
Cartazes, recortes de jornais, revistas e documentos únicos de valor incálculável como cartas do realizador canadiano  Norman Mc Laren.
Esta iniciativa vem a Torres Novas no âmbito das comemorações dos 50 anos do CineClube. Definitivamente, este tem sido um grande ano para o Cineclube!

27.3.10

mais um poema de Primavera.

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Nem só


Nem só do teu silêncio
direi raiva
Nem de todo o meu corpo
direi vício

nem de todo o pénis
direi arma
e apenas do teu direi ter sido

Quando o vácuo é de
vingar
ou de vergar
cravando sobre os seios a sua enxada

Quando a minha boca se conjuga
no baixo do teu ventre
e tua espada...
nem de todo o desejo
direi verão
nem de todo o grito
a tua imagem

nem de toda a ausência
direi chão
e só de teus flancos
a viagem

Maria Tereza Horta

25.3.10

Um moço calmo

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Na RTP N um comentador está a falar sobre violência no futebol e sobre fair-play. O referido comentador acaba de dizer que os jogadores não devem ser tão punidos como são. Para ele um castigo de 3 a 4 meses como o que HULK do FC Porto levou em 1ª instância é em geral sempre exagerado porque corresponde a metade da época.
O comentador chama-se João Vieira Pinto. Lembram-se dele?

25.3.10

A opinião de Carlos Rabaçal (13 Março)

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25.3.10

A resposta

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Está a ser aprovado a esta hora o Plano de Estabilidade e Crescimento.
O plano que aplicado é a maior traição ao projecto social iniciado em Abril de 1974.
Esta traição cometida em Março de 2010 com a assinatura do PS não é, infelizmente, inovadora. Esta traição culmina 35 anos de golpismo político contra os mais elementares direitos conquistados pelos portugueses e consagrados na Constituição da República Portuguesa. Esta traição vem na sequência de 35 anos em que o PS sempre esteve na primeira linha da destruição do projecto revolucionário. Esta traição vem na sequência de 35 anos em que o PS sempre teve no PS e no CDS o seu seguro de vida .
Sempre que foi preciso o PS teve o apoio da direita nacional e hoje não foi excepção.
O PEC culmina 35 anos de aplicação das mesmas receitas, infinitamente aplicadas e infinitamente a resultarem no mesmo: o progressivo empobrecimento do país, a quebra da sua capacidade de produção, o aumento da sua dependência externa e o aumento crescente do fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Isto enquanto se assiste à contínua degradação do ensino, da justiça, da segurança.
Este PEC é um programa de destruição da produção nacional, destrói o primado da subordinação do poder económico ao poder político, destrói o principio constitucional de uma economia mista, transforma o estado social no estado mínimo e entrega a soberania do nosso governo à comissão de Bruxelas de "  Mr.  Jose Barroso ".
Este Plano foi aprovado na assembleia pelo PS com a benção do PSD.
Das ruas de Portugal, virá a resposta. Sempre veio.

24.3.10

Início de Primavera - mais Poesia... colorida

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Bolero do coronel sensível que fez amor em Monsanto

Eu que me comovo

Por tudo e por nada
Deixei-te parada
Na berma da estrada
Usei o teu corpo
Paguei o teu preço
Esqueci o teu nome
Limpei-me com o lenço
Olhei-te a cintura
De pé no alcatrão
Levantei-te as saias
Deitei-te no banco
Num bosque de faias
De mala na mão
Nem sequer falaste
Nem sequer beijaste
Nem sequer gemeste,
Mordeste, abraçaste
Quinhentos escudos
Foi o que disseste
Tinhas quinze anos
Dezasseis, dezassete
Cheiravas a mato
À sopa dos pobres
A infância sem quarto
A suor, a chiclete
Saíste do carro
Alisando a blusa
Espiei da janela
Rosto de aguarela
Coxa em semifusa
Soltei o travão
Voltei para casa
De chaves na mão
Sobrancelha em asa
Disse: fiz serão
Ao filho e à mulher
Repeti a fruta
Acabei a ceia
Larguei o talher
Estendi-me na cama
De ouvido à escuta
E perna cruzada
Que de olhos em chama
Só tinha na ideia
Teu corpo parado
Na berma da estrada
Eu que me comovo
Por tudo e por nada

António Lobo Antunes

24.3.10

Pulo do Lobo

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...isto não é nenhuma bicada política da srª ministra  da educação ao actual senhor presidente da república, pois não?
Lembram-se de uma certa visita de um certo primeiro ministro a um sítio onde não havia televisão, rádios nem jornais?

21.3.10

Manuel da Fonseca, no DIA MUNDIAL DA POESIA

Publicada por zemanel |


Segunda



Quando foi que demorei os olhos


sobre os seios nascendo debaixo das blusas,


das raparigas que vinham, à tarde, brincar comigo?...


... Como nasci poeta,


devia ter sido muito antes que as mães se apercebessem disso


e fizessem mais largas as blusas para as suas meninas.


Quando, não sei ao certo.


Mas a história dos peitos, debaixo das blusas,


foi um grande mistério.


Tão grande


que eu corria até ao cansaço.


E jogava pedradas a coisas impossíveis de tocar,


como sejam os pássaros quando passam voando.


E desafiava,


sem razão aparente,


rapazes muito mais velhos e fortes!


E uma vez,


de cima de um telhado,


joguei uma pedrada tão certeira,


que levou o chapéu do senhor administrador!


Em toda a vila,


se falou, logo, num caso de política;

o senhor administrador

mandou vir, da cidade, uma pistola,

que mostrava, nos cafés, a quem a queria ver;

e os do partido contrário,

deixaram crescer o musgo nos telhados

com medo daquela raiva de tiros para o céu...

Tal era o mistério dos seios nascendo debaixo das blusas!

16.3.10

A propósito da lei da rolha no PSD

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Sejamos claros com esta história da lei da rolha no PSD. O que mais impressiona é algumas vozes virem a público dizer que os militantes / delegados ao congresso não se aperceberam do conteúdo das coisas que estavam a votar.
Mais do que a falta ou não falta de democracia interna que a lei da rolha de Santana Lopes impõe; é muito mais impressionante a falta de cultura democrática que impera no laranjal e que  deve ser muito próximo da que se verifica nos restantes partidos do "sistema".
Sejamos claros. Eu escrevi do"sistema"...
Votar de determinada maneira porque o cacique assim o disse é coisa que não se assiste no PCP.
Alguém consegue imaginar  um delegado a um congresso do PCP  a dizer que vota alguma coisa desconhecendo o seu conteúdo? Esta é uma impossibilidade teórica e prática.
Sejamos claros
No PCP os congressos são antecedidos  de um amplo debate colectivo, realizado ao nível dos diversos organismos e células. Há um debate profundo, discussão de ideias e espaço para apresentação de propostas alternativas. Os delegados, em congresso, estão conscientes dos assuntos que votam.
Sejamos claros:
Nos congressos do PCP não há claques nem barões.Cada militante é um militante e cada ideia contribui para o enriquecimento colectivo. Podem dizer o quiser do PCP: Mas não dão lições de democracia aos seus militantes.

16.3.10

O original TROCASTE

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Será que o responsável da organização das iniciativas onde participa o P.M. ainda é o incontornável Humberto Bernardo? É bem capaz de ser...Depois do que se ouviu hoje:

COSTA MARTINS
Obrigado Capitão de Abril

8.3.10

MULHERES (1)

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"Para o governo, os que precisam de ajuda social e os que a ela têm direito são os grandes agrários endividados, os industriais falidos, os tubarões da finança, os armadores, os especuladores e os traficantes sem escrúpulos. Toda a sua política fiscal, aduaneira e comercial consiste em tirar às largas camadas do povo trabalhador para dar a pequenos grupos de favorecidos, a agravar a crise e a restringir ainda mais o consumo, as importações e exportações."

CLARA ZETKYN , 30 de Agosto de 1932, na abertura da sessão do Reischtag impondo a sua voz contra o nazismo. Clara, septagenuária e quase cega, lutou pelos direitos dos Homens e das Mulheres até ao fim dos seus dias.
Em 1907, Clara Zetkin estivera à cabeça da iniciativa de realizar o I Congresso de Mulheres Socialistas que impusiona a participação política das mulheres de diversos países na luta revolucionária e define um programa de luta pelas reivindicações da mulher operária.
Em 1910, o II Congresso de Mulheres Socialistas aprova, por proposta da própria Clara Zetkin, a realização de um dia de luta internacional da mulher, a exemplo do 1º de maio, dia de luta internacional de toda a classe operária, para lutar pelas reivindicações trabalhistas das operárias e defender os direitos políticos das mulheres.
Luta tão justa e tão necessária, hoje, passados cem anos!




6.3.10

A propósito dos 89 anos do PCP

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"Uma outra linha, mais elaborada, de ataque à Revolução de Outubro, assim como ao programa e ao ideal comunista consiste em acusá-los por representarem uma tentativa desmedida de controlar o processo histórico, de modo a impor-lhe uma direcção ou um sentido, pré-definidos de forma voluntarista. Segundo estes acusadores o processo económico e social é objectivo e fatal, incomensurável com o pensamento e a acção humana, só nos restando a possibilidade de pequenas intervenções de ajuste, de correcção de uma dinâmica fundamentalmente cega ou aleatória.
Esta teorização parece ser apenas a cobertura aparentemente sofisticada daquela máxima reaccionária, «Sempre houve pobres e ricos e sempre há-de haver, não há nada que possamos fazer», ou a fundamentação da tese da propaganda burguesa que consiste em afirmar que o capitalismo é o sistema que corresponde à «ordem natural das coisas».
É uma teorização que confunde a objectividade de uma situação ou de um estado de coisas com a impossibilidade de a pensar e com a vanidade de procurar intervir para a transformar. É uma teorização que impõe limites estreitíssimos ao pensamento e acção humanas.
Contra esta teorização e as suas teses, o facto de a Revolução de Outubro ter sido não apenas possível, mas possível como vitória, é a demonstração viva da eficácia de uma teoria, o marxismo-leninismo, de um programa político, o do Partido Bolchevique, e da acção de transformação revolucionária da realidade desenvolvida pelas massas populares, reunidas em torno da classe operária."
-Manuel Gusmão in "O militante" - 31-Out-2007

4.3.10

PODER POPULAR: A VASSOURADA QUE PORTUGAL PRECISA

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3.3.10

E a LUTA CONTINUA!

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Porque hoje a luta de uns é a


LUTA DE TODOS!

3.3.10

Ainda não desistimos

Publicada por zemanel |

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896.
AINDA NÃO GUARDÁMOS OS CRAVOS

É tempo de desmentirmos Guerra Junqueiro e outros fatalistas.
Tempo de deixarmos de ser o povo resignado aos dois partidos sem ideias e à burguesia cívica e politicamente corrupta. Tempo de dizermos que ainda não desistimos, ainda não desistimos de ser portugueses, não desistimos de Portugal e sobretudo não desistimos do futuro.
Por outros dias lutamos. Contra o passado e contra este presente sem futuro.
Mobilizemos o povo português. Portugal não é um país pobre e fatalmente condenado. Lutaremos como lutámos em 1385, 1640, 1820, 1910 e 1974.
Sempre que o Povo saíu à rua, ganhou Portugal.
Há uma exigência cívica a cumprir nas ruas das cidades e vilas do meu país.
Pela Democracia, Pela Liberdade e pela Justiça Social.
Pela luta é que vamos.

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