CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

28.12.09

BOM ANO NOVO

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Acabamos 2009 com uma prenda para os leitores do canhotices: Antero Guerra Inácio realizou este vídeo e agora disponibiliza-o na net. Por nós é com agrado que publicamos aqui este trabalho feito de imagens reais.

Torres Novas, nomes (tantos, tantos...), rostos, muitos rostos.
Gente.Viva!
Até 2010, com um abraço.
ZéManel

Torres Novas - 30 anos desde 25 Abril from antero on Vimeo.

27.12.09

Margem Esquerda: Opinião no "Jornal Torrejano"

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Velhozes duros*

Não sei se quando este este artigo chegar aos olhos do leitor, os sindicatos estarão a concretizar a pré-anunciada greve nos hipermercados na véspera de Natal.
Se tal suceder e independentemente do sucesso da greve estamos perante um facto histórico absolutamente assinalável e que importa reflectir, também aqui, em Torres Novas, onde os hipermercados se multiplicaram nos últimos anos.

Os hiper’s são um fenómeno a que não escapamos ou resistimos. Ali há a possibilidade de termos num único espaço asseado e luminoso, com parque de estacionamento, onde não chove nem faz frio nem calor, uma imensa variedade de produtos aos mais diversos preços.

Os Hiper’s constituíram-se também nos últimos anos uma actividade económica relevante e o nível de emprego que proporcionam não é de ignorar. Não podemos desvalorizar, por exemplo, que os Hipermercados em Torres Novas permitem o emprego de algumas centenas de pessoas e isso é um facto extremamente importante.

Por isso que o anúncio da greve, para este Natal deve ser alvo da nossa atenção.

É que é sabid a troco da chantagem da empregabilidade, aos hipermercados tudo tem sido permitido constituindo no nosso país um dos sectores onde a exploração laboral é mais acentuada e aguda.

Caracterizam-se basicamente por baixos salários e com baixa especialização (apesar de empregar pessoas de diferentes níveis de qualificação) impera a lei do contrato a prazo, do desregulamento de horários e na generalidade dos hipermercados um profundo desprezo pelo exercício de liberdades sindicais. Os hipermercados, propriedade de importantes grupos empresariais, têm funcionado como pequenos feudos, sem fiscalização pela Inspecção do Trabalho e não são raros os relatos de terror psicológico que alguns exercem.

Tudo isto a troco da ”oferta” de emprego. Como se o direito ao emprego fosse indissociável da exigência de um emprego com direitos.

Verdade seja dita: Estes grupos têm agido impulsionados por governos que revendo consecutivamente as leis laborais, têm desequilibrado as relações de trabalho a favor dos empregadores. O Código de Trabalho de Bagão Félix com as revisões de Vieira da Silva, foram nesse aspecto um doce para esta gente.

Este pré-aviso de greve surge porque os Hipermercados preparam-se para que a semana de trabalho possa vir a ser de 60 horas semanais – equivalendo a 12 horas por dia. Ter um emprego não é sinónimo de escravidão!

Caso não recuem nesta ameaça a greve torna-se justa e merece de todos nós consumidores a nossa solidariedade.

Como torrejanos, deveremos também reflectir nos efeitos sociais de tal medida que afectará a vida de inúmeras famílias. Os infantários, as escolas, as associações são vítimas de medidas deste cariz que destroem a coesão familiares e a participação das pessoas na vida da sua terra.

Num concelho onde algumas empresas históricas recorrem ao lay-off, ao recurso a empresas de trabalho temporário (aumentando a precariedade), onde multinacionais fazem despedimentos colectivos, muitas pequenas e médias empresas encerram silenciosamente, neste Natal de 2009, dispensávamos bem o uivo destes novos lobos travestidos de Popotas e Leopoldinas…

Boas Festas!

* Em Torres Novas não comemos sonhos, filhó, filhós nem filhoses. Aqui comemos velhozes fofos e macios. Com o sabor dos velhozes que a minha avó Piedade fazia e distribuía vaidosa pelas outras velhotas lá da rua: a vizinha Perpétua, a vizinha Piedade, a vizinha Maria, a vizinha Adelaide, a vizinha Damião…

21.12.09

A INVENÇÃO AMOR

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21.12.09

Margem Esquerda: Opinião no "Jornal Torrejano"

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BORA A MORA?

Perdida, aquela vila alentejana parecia estar condenada ao destino que está reservado para uma grande parcela do interior do território nacional. A população envelhecia, os mais novos procuravam vida noutras paragens, a agricultura abandonada e uma total ausência de indústria ou de serviços condenavam a vila ao destino fatal.
Mas há fatalidades inevitáveis? Não claro que não. Perante o cenário pouco simpático que enfrentava, o município tomou mãos à obra e com inteligência, criatividade desenhou uma estratégia de desenvolvimento local rentabilizando o melhor que tinha para oferecer: os recursos naturais. Com uma estratégia correcta recorreram aos fundos comunitários em busca de projectos realmente estruturantes e que servissem o modelo de desenvolvimento desenhado. Será isto uma Utopia? Não. Chama-se pensar em desenvolvimento verdadeiramente sustentável.
Enquanto no país, com os euros da União Europeia se semeavam hipermercados, multinacionais de duvidosa sustentação económica com empregos de baixo valor, rotundas, avenidas e se enfeitavam as terras com todos os tarecos de enfeite urbanos que se pode imaginar naquela vila apostou-se na diferença.
Em Mora, assim se chama a vila, a palavra desenvolvimento é hoje uma realidade. Vale a pena conhecer o exemplo.
Aproveitando o facto do concelho de Mora ser atravessado por linhas de água e percebendo que a vizinhança com a Barragem de Montargil não seria de desprezar, a aposta no desenvolvimento passou pelo aproveitamento do recurso natural ÁGUA e à vida que nela há. É assim que nasce o Fluviário de Mora – um verdadeiro tesouro a três passos de Torres Novas de visita obrigatória.
Inaugurado em Março de 2007 e com mais de 200.000 visitantes o Fluviário de Mora convida-nos a viajar ao longo de um rio, podendo ser observadas diversas espécies do nosso país e também de outras partes do Mundo.
Imperdível é também a visita ao irrequieto casal de jovens Lontras: A Mariza e o Cristiano Ronaldo.
Aberto todos os dias do ano a visita ao Fluviário de Mora é uma experiência enriquecedora inclusive para as crianças.
Aconselha-se a quem visitar o Fluviário fora de um grupo, que tente uma pequena marosca e integre-se num grupo que esteja de visita – o acompanhamento por guia biólogo/a torna a visita muito mais interessante.
Finda a visita, pode-se comer no restaurante do Fluviário embora nos dias de Primavera não seja de menosprezar um piquenique familiar nos campos envolventes, junto à água. Ou então, andando uns quilómetros para diante, junto à barragem de Montargil ou em alternativa, junto da Barragem de Belver aconselha-se no verão uma visita à praia fluvial do Alamal.
Na zona de Mora é também motivo de curiosidade a visita a Pavia, onde se poderá visitar a famosa capela incrustada numa anta pré-histórica e a Casa-Museu dedicada ao pintor neo-realista Manuel Ribeiro de Pavia.
Em Mora, o Fluviário apela à nossa consciência ambiental, é um factor de desenvolvimento local que estimula o comércio e o turismo, proporciona empregos qualificados.
É um exemplar projecto pedagógico, de grande validade ambiental e que ainda por cima enriquece e assegura o futuro do concelho de Mora. Sem especiais alaridos e vaidades, constitui um verdadeiro exemplo para aqueles que ainda acham que o desenvolvimento se mede pelo número de gruas no ar.
Para mais informações:
www.cm-mora.pt
www.fluviariomora.pt

PUBLICADO NO JORNAL TORREJANO de 19 Dezembro 2009

19.12.09

QUADRILHA: NÃO DÊEM CABO DO MUNDO

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19.12.09

Ficaremos ao menos com o Sol?

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O anúncio da OPA da Cimenteira brasileira sobre a Cimpor é evidentemente uma péssima notícia para o país - mesmo que os especuladores amealhem mais uns euros na roleta da Bolsa de Valores.
A possibilidade da maior empresa industrial portuguesa poder vir parar ao capital estrangeiro reduz significativamente o grau de independência da economia nacional.
Sim - o capital não tem pátria.
Mas este "ataque" demonstra à saciedade a necessidade de em Portugal os principais sectores estratégicos da economia nacional estarem na posse do Estado - desde que este garanta uma gestão correcta da coisa pública o que não é evidentemente de todo impossível.
Só a posse pelo Estado, cumprindo a Constituição da República que defende uma economia mista ( privada, cooperativa e pública), da Indústria pesada, da energia, das comunicações e dos serviços financeiros assegura uma efectiva política patriótica de independência nacional e ao serviço de todos os portugueses.
Infelizmente, a entrega destes sectores a alguns grupos privados portugueses está a revelar-se numa catástrofe. Na economia global em que vivemos há Grupos Internacionais com avultadas disponibilidades financeiras dispostos a vir à Lusitânia comprar o nosso bife do lombo a pataco.
Sem que ao menos o futuro do bife fique assegurado...
Mais grave ainda é que poderemos não ficar por aqui e ser o próprio governo a alienar as sobras que ainda detém nalguns sectores. Tal não nos espantaria, face ao cenário de Crise orçamental em que o país está mergulhado e para o qual este governo não quer encontrar as reais respostas que passariam desde logo pela tributação das grandes fortunas e das valorizações bolsistas.
Não está pouco em causa: é a independência nacional!
É urgente a ruptura democrática por uma nova política que se traduza no mínimo, pelo cumprimento dos desígnios económicos previstos na Constituição da República Portuguesa.

17.12.09

Quando os soviéticos visitaram Torres Novas

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(clicar na imagem para ampliar)

Em 11 de Março, Gorbachev assumia o lugar de Secretário Geral do PC da União Soviética. A Perestroyka era portanto ainda uma palavra recente quando em 8 de Junho de 1985, um grupo de soviéticos visitou Torres Novas.
Numa iniciativa do núcleo local da Associação Portugal - URSS, dinamizado entre outros por Joaquim Canais Rocha, realizou-se na nossa cidade um Encontro distrital de Núcleos dessa associação.
Abrilhantou a iniciativa, cujo programa está nas imagens em cima, a presença do grupo de folclore soviético que proporcionou um espectáculo inesquecível no Virgínia.
Embora adolescente, tivemos oportunidade ( graças a cunha familiar) de acompanhar a visita do grupo a Torres Novas. Foi assim que acompanhámos o Grupo Voljanka, oriundo da cidade Iaroslavl, na visita no pequeno autocarro da Câmara às Grutas de Lapas e à Cidade. Tivemos ainda o privilégio de estar nos bastidores do Virgínia e ficarmos deslumbrados quando o Grupo se vestiu com os trajes tradicionais russos em que as cores e o ouro deslumbraram os nossos olhos. Confesso que se sentira alguma estranheza pela forma austera e fora de moda como os soviéticos se vestiam ( em 1985 com calças á boca de sino e sem jeans por exemplo), quando vestiram os trajes tradicionais, senti entrar noutra dimensão - ilusões e desilusões próprios de quem tem 11 anos...
O Grupo Voljanka compunha-se pelo conjunto folclórico e pelo Coro Popular Pyatnisky e recordo o final do espectáculo em que o tenor do coro em solo cantou a portuguesa e nossa "Grândola"...
Naquele dia convivi com os soviéticos e tive a oportunidade única de comunicar numa língua inventada ali. Da frieza soviética nada vi, pelo contrário. Daquele Grupo senti muito calor humano!
Provavelmente, hoje em Iaroslavl, há também quem se recorde de Torres Novas. Pelo menos, nalgumas casas haverá de certeza artesanato de olaria de Árgea com que todos os soviéticos foram presenteados.
Entretanto descobri no Youtube imagens recentes do grupo de Iaroslavl que esteve por aqui em 1985.
Curiosamente a Cidade de Iaroslav festeja em 2010 os seus 1000 anos de História. Em Torres Novas alguém recordará os 910 anos do Foral de Sancho I?


14.12.09

Uma preciosidade...

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13.12.09

Berlusconi é Fixe!

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...e teve hoje a sua Marinha Grande.

13.12.09

directamente dos 80's

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13.12.09

Margem Esquerda: Opinião no "Jornal Torrejano"

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MARGEM ESQUERDA
Opinião de José Mota Pereira

Os catequistas da nova religião

1. O aumento do desemprego no nosso país deu origem à fobia do empreendorismo. Para resolver o problema do desemprego, somos constantemente bombardeados com este chavão que nos querem fazer crer ser capaz de tudo resolver. Fecha uma fábrica, despede-se de uma penada 100, 150, 500 trabalhadores e lá vem poção mágica do empreendorismo enfiada em acções de formação (?), programas de apoio e incentivos ao investimento. Nos programas de televisão são exibidos grandes exemplos de micro-empresas criadas por génios empreendedores que passeiam e tosquiam cães e gatos, infantários pós -modernos, cyber-cafés, arranjos domésticos por telefone, uma miríade de projectos fantásticos. Um maravilhoso mundo de gente que de repente se vê com empréstimos na banca, impostos para pagar, contabilidades, empréstimos para pagar os outros empréstimos, pagamentos por conta, pagamentos especiais por conta, ivas, irs e irc’s…
Das falências o empreendorismo diz nada.
A ideologia do empreendorismo, nestes dias de crise, vê crescer os seus tentáculos. Parece uma religião.
Esta sagrada nova teologia compõe-se, núcleos empresariais, centros de formação, empresas de consultoria, enfim uma série de gente que vê aqui, afinal uma boa oportunidade de fazer negócio.
O Núcleo Empresarial de Santarém ( Nersant) no seu afã de proclamar a sagrada religião do empreendorismo decidiu que é de pequenino que se torce o pepino e quais catequistas desta nova religião decidiram que as crianças do distrito deveriam aprender a boa nova empreendedora.
Lemos e não acreditamos - O Nersant criou um projecto dirigido às crianças visando ensinar os conceitos de, respire-se fundo agora: empresa, capital, marketing, venda, clientes, ou fornecedores. O projecto encontra-se dividido em três áreas e continue a respirar fund A empresa, o marketing, o resultado. Isto para putos com aquilo a que ainda chamamos de 4ª classe!
Desculpem, mas isto não se faz!
E quando os putos chegam a casa? Pôr a mesa do jantar passa a ser designado por arrumação dos stocks para os produtos consumíveis? Fazer os trabalhos de casa passa a ser formação by learninng e training das core competences? Escolher simplesmente o canal de televisão passa a ser uma escolha com um custo de oportunidade?
Eu por mim, se fosse pai de uma criança que estivesse na calha para receber estas lições ficaria seriamente preocupado. Mesmo sabendo que o projecto tem o devido acompanhamento pedagógico.
Preferiria sempre que o puto me convidasse, com um bué de fixe na boca, para uma jogatana de futebol a receber uma proposta para estudarmos em conjunto o core bussiness do café em frente à minha casa.
2. Todas as semanas, desde há muitos anos, que um telefonema se repete a meio da manhã. Às terças-feiras, Joaquim Matias Pedro, na Rádio Local de Torres Novas, divulga os preços do dia no mercado semanal e invariavelmente acaba nos nabos – pretexto para uns largos minutos de opinião livre sobre a vida no concelho e na cidade.
Concorde-se ou não com as suas opiniões (e muitas vezes discordo) Joaquim M. Pedro cumpre uma tarefa de serviço público que deveria merecer mais atenção. E naquele jeito muito particular de opinar, demonstra teimosamente, que foi para se fazer programas destes que se inventaram as Rádios Locais.

Publicado no JORNAL TORREJANO DE 11 Dezembro 2009.

10.12.09

Olha quem eles são...

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O jornalismo fotográfico capta instantâneos por vezes surpreendentes. No caso desta fotografia de 1989 o fotógrafo ACÁCIO FRANCO foi particularmente feliz no boneco. Captada no congresso que elegeu Jorge Sampaio como secretário geral do PS, ela retrata todos os líderes posteriores do PS. Como se quem os arrumou naqueles lugares fosse bruxo. E como se o fotógrafo fosse também adivinho.
Só mesmo por azar é que a ordem não é a correcta: Ferro Rodrigues e o jovem Sócrates aparecem aqui trocados em relação à História dos anos seguintes.
Mas esta foto revela mais. Revela a chegada de uma "equipa" à cúpula do PS, no pós-soarismo, preparada para tomar o poder em Portugal. De origens políticas diversas, a partir deste momento, estes intervenientes, unidos, começaram aqui a trabalhar a sua ascensão ao poder.
Conseguiram-no.
Todos estes senhores estão ou estiveram no poder.
Estão aqui, neste retrato muitos anos da história da democracia portuguesa.
Mas estes senhores tiveram e têm uma enorme responsabilidade pelo estado em que se encontra o país.
Não têm desculpa:
SÃO CULPADOS!

Há mais curiosidades destas, muitas mais, no vasto arquivo fotográfico que a Lusa disponibiliza agora on line. Vale a pena dar uma voltinha:

9.12.09

Eles andam aí!

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CUIDADO! MUITO CUIDADO!

Abriu a época: aconselha-se afastamento das televisões. A popota e a leopoldina já andam por aí. A seguir vem a gala disto, daquilo, dos pobres, dos pobrezinhos, dos pobrezinhos dos pobres, o natal dos hospitais, o natal das prisões, o natal das unidades de cuidado intensivo, o natal dos bombeiros, o natal dos enfermeiros... sobretudo estejam atento que já se começou a ouvir por aí o coro de santo amaro de oeiras...
Quando é que é janeiro?

8.12.09

ROSA MINHA IRMÃ ROSA: 30 anos depois

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alicepostal-11.jpg

Em 1979 comemorava-se o Ano Internacional da Criança. A jornalista entusiasmada iniciou uma nova aventura e da sua imaginação saíu o ROSA, MINHA IRMÃ ROSA. Um livro de classificação dificil: Não é infantil, juvenil mas também não é um romance para gente crescida. É um livro, um livro muito bom para se ler e isso talvez seja maior mérito de Alice Vieira. Foi com a história nascimento da Rosa e a pequena tempestade que a bébé provocou na vida de um família lisboeta que muitos começaram a ler. Alice Vieira prosseguiu com o LOTE 12-2º FRENTE; o CHOCOLATE À CHUVA, e passou por essa obra magistral de teatro infantil: GRAÇAS E DESGRAÇAS DA CORTE DE EL REI TADINHO. Passaram trinta anos e Alice continua a escrever e hoje não só para as crianças. Mas ficará sempre para a História por ter transformado a literatura portuguesa numa literatura que trata o seu público como seres inteligentes apesar da sua idade. Coisa que não deve ter sido nada fácil de inventar. Alice Vieira, que tem sangue das Lapas, nestes últimos tempos da sua vida, está de vez em quando em Torres Novas. Se a virem por aí, não se esqueçam de lhe agradecer e de lhe dar os merecidos parabéns.

NOTA: Coincidências? Este mês Pedro Barroso comemora 40 anos de carreira e Alice Vieira com origens familiares no concelho de Torres Novas - nomeadamente em Lapas - cumpre 30 anos de literatura. Ainda por cima é com uma indisfarçável pontinha de orgulho que lembramos o apoio de Alice Vieira às candidaturas da CDU no concelho de Torres Novas nas últimas eleições autárquicas.

DESCUBRA AS DIFERENÇAS

"(...) gosto dele ( Manuel Alegre) (...)Mas não aprecio a maneira como se tem comportado como militante do PS.Com um pé dentro e outro fora."
Mário Soares em entrevista ao jornal "i" de hoje

"O Partido Comunista entrou para este governo com reserva. Com um pé no governo e todo o resto do corpo e o outro pé fora do governo(...)"
Mário Soares no Frente a Frente com Álvaro Cunhal na RTP em 6 de Novembro de 1975

7.12.09

Diz-me com quem andas...

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"( Verão Quente 1975) Foi o PS que organizou todas as manifestações. A direita andava fugida, silenciosa e algumas pessoas iam às nossas manifestações. Vi lá pessoas de extrema-direita que eu conhecia, de punho erguido a dizer: "PS! PS!".(...)"


Mário Soares, in entrevista ao jornal " i" de hoje

6.12.09

ARY

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1. ...a 7 Dezembro Ary dos Santos completaria 73 anos de idade. Infelizmente o seu prematuro desaparecimento físico constituiu uma perda para a cultura portuguesa, cujo alcance ainda hoje é de difícil avaliação.
Há quem veja em Ary, apenas um poeta mediano, letrista de canções com mais alguns poemas, geralmente de índole panfletária e comprometidos com a sua militância comunista.
Tal visão é em minha opinião, redutora da vasta obra poética de Ary dos Santos.
Em primeiro lugar não é de desconsiderar o facto absolutamente de Ary dos Santos ter morrido com apenas 47 anos – e curiosamente, nunca Ary dos Santos foi tratado como um jovem poeta tal a quantidade e a maturidade que cedo evidenciou na sua poesia.
Em relação às letras de canções de que foi autor, José Carlos Ary encetou em Portugal uma autêntica revolução, tendo por mérito próprio libertado a canção ligeira portuguesa dos finais de 60 e inícios dos anos 70, das amarras ideológicas do nacional-cançonetismo até aí dominante.
Portugal nesse tempo, vivia sob uma uma ditadura fascista – não o esqueçamos – e proclamar coisas tão simples como “quem faz um filho fá-lo por gosto” só estava ao alcance da coragem de alguns.
Este, escritor de canções, foi antes de tudo um combatente pela libertação da palavra. Quando muitos optaram pelo silêncio, esteve na primeira linha da libertação dos verbos, adjectivos e substantivos. Esse combate, feito de palavras coloca a poética de Ary muito acima da mediania. Isso e a sua rebeldia revelada numa uma invulgar capacidade de desconcertar e fugir do establishement. Um poeta do desassossego, portanto.
Cumprido Abril de 74, Ary solta livre o grito! Assumiu o papel de poeta na revolução, cantando as portas que Abril abriu. A sua palavra tornou-se mais combativa, dura e brutal mas em cada palavrão, escondia uma imensa ternura e o sonho da fraternidade entre os Homens, num Portugal que ajudou a ressuscitar.
Nos últimos anos da sua vida, veloz e excessiva, (Acordar é a forma de ter sono/o presente o pretérito imperfeito /mesmo eu de mim próprio me abandono/se o rigor que me devo não respeito.) produziu sempre e deixou um valioso espólio em que homenageia Lisboa, a Liberdade e os portugueses.
A ele ficam associados alguns dos melhores discos de sempre da música portuguesa, nomeadamente o incontornável “ UM HOMEM NA CIDADE” de Carlos do Carmo.
Há 25 anos, o seu funeral foi acompanhado por milhares de anónimos do povo que ele tanto cantou e amou.
Para quem quiser relembrar na internet: CLICAR NESTA LINHA
Ary continua por aqui…

2.Ary é uma das figuras fundamentais que pela sua rebeldia, nunca recearam pisar o risco, nunca tiveram medo de ser mal comportados e que fizeram das palavras, armas vivas contra o conformismo mole.
Vivemos hoje no nosso país mergulhados nesta modorra e sentimos a falta de algumas dessas personalidades. Falta-nos desassombro e inquietude, mesmo que o resultado seja inconsequente.
Sendo ateu não acredito em céus ou infernos. Se acreditasse, teria um imenso gozo em imaginar um encontro virtual, num sítio desses, entre Natália Correia, Ary dos Santos, Mário Viegas, Luiz Pacheco e Cesariny, juntos, olhando cá para baixo, gozando com o triste estado a que chegámos.

Versão actualizada e rectificada para o blogue do artigo publicado em " Jornal Torrejano" de 4 Dezembro 2009.

5.12.09

POEMARMA

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Trovador há 40 anos:
comemorados anteontem, 3 Dezembro, em Lisboa junto ao Tejo.
Dia 12, aqui, no Teatro Virgínia, junto ao Almonda, pertinho da casa dos Riachos.

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4.12.09

A SERIEDADE NO DEBATE: A face descoberta do país

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Enquanto uns estão na Assembleia da República a discutir Faces Ocultas para aparecerem nos telejornais há outros que querem discutir a face descoberta do país - a realidade grave da economia e do emprego em Portugal. Sem direito a soundbyte para as televisões, com seriedade e do lado certo da luta, o PCP confrontou hoje o governo desta forma no debate quinzenal da Assembleia da República:


4.12.09

O jogo

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Este homem sorri e sorri genuinamente.
Nas mãos está o troféu que nunca será seu.
Ele que nunca quis troféus.
Mas aquele troféu, que nunca será seu, hoje naquelas mãos, representa a vitória da vontade e da luta dos Homens por uma Humanidade mais justa e igual. Aquele homem é o exemplo de que o sonho é possível.
Houve um tempo em que este homem foi considerado pelo Império Americano e aliados um perigoso terrorista.
Nesse tempo o Império apoiava o escalavagismo e a vergonha racista de um regime onde vigorava o apartheid.
Não esquecemos.
Nesse tempo o homem do sorriso estava encarcerado mas a sua luta e do seu povo estava bem solta e viva.
Não esquecemos:
Nesse tempo, o seu povo lutava pela libertação, com o justo apoio das forças socialistas e progressistas.
Nesse tempo, foram os comunistas da sua terra e de todo o mundo que estiveram na primeira linha do combate contra o racismo e o apartheid.
Uma liberdade que não caíu do céu. Uma liberdade escrita a sangue.
A liberdade negra na África do Sul é filha do combate e da luta patriótica sul africana que contou com a vigorosa resistência solidária e internacionalista dos povos socialistas e forças sociais progressistas e comunistas de todo o mundo.
Nisto não há outra verdade e ainda hoje o ANC é presença na Festa do Avante! - como é desde 1976.
A luta ao imperialismo, ao colonialismo, ao apartheid,ao sioniosmo e a todas as formas ignóbeis de domínio está escrita a vermelho vivo.
Nisto não há mesmo outra verdade.
Hoje Nelson Mandela sorri com a dignidade dos grandes combatentes da Humanidade.
Venha a bola, o jogo pode recomeçar.

3.12.09

Ary, puro

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RETRATO ALVÍNICO

OLHAR ALARVE. A PICHA DIMINUTA
NÃO BOLE. NÃO TRABALHA. NÃO FAZ NADA.
FILHO BASTARDO DE UMA GRANDE PUTA
TEM VENÉREO NA PEIDA ESPAPAÇADA

COM MÃOS SUADAS MAS NÃO DA LABUTA
MEXE E REMEXE INÚTIL PAPELADA.
MAS NÃO VÊ NÃO ENTENDE NÃO DISCRUTA
POIS NEM SEQUER CONHECE A TABUADA.

INVENTA SE A SI MESMO. É UM ARROTO
DE PURA INCOMPETÊNCIA QUE SE DIZ
FIDALGO CRIATIVO DIRECTOR.

É UM BANDALHO UM ASCO UM MERO ESCROTO
E PARA ALÉM DE SER UM INFELIZ
É CONHECIDO POR JOÃO ESTUPOR

Ary dos Santos

3.12.09

Ary é recordado de muitas maneiras!

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2.12.09

Ufa, quase que lhe levavam o mês de ordenado

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Hoje, o Dr. Vara safou-se de boa. Com a caução que o tribunal lhe impôs de 25 000 Euros ia ficando sem ordenado - facto ainda mais triste por estarmos no mês do Natal. Por sorte, ainda sobram uns troquitos para o peixinho. Infelizmente tem que se limitar a peixe congelado que é mais baratito. Mas vá lá, vá lá...do mal o menos!

...se o sr dr juiz lhe levasse o ordenado completo deste mês como é que o Dr Vara arranjaria peixe para comer?

2.12.09

Sempre em frente: Até ao Iceberg

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O Eurostat divulgou os últimos números oficiais do desemprego.
Ultrapassámos os 10%. Um verdadeiro record nacional.
Que dizer mais?
Caminhamos triunfalmente rumo ao Grande Iceberg!




1.12.09

Nous n'avons plus les moyens

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