CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

31.12.08

2009- O futuro

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O FUTURO

Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente.

Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente.

Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.

O que é preciso é termos confiança
se fizermos de maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.

José Carlos Ary dos Santos

30.12.08

Paz na Palestina: Gaza precisa da nossa voz, JÁ!

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Levantamento do bloqueio a Gaza!
Fim da ocupação israelita!
Desmantelamento dos colonatos!
Remoção do muro de separação!
Estabelecimento do Estado da Palestina, com Jerusalém Leste como capital!
Resolução justa do problema dos refugiados!

...E o Leixões ganha o Campeonato.
Ou não.

Uma gentileza do MIRANTE TV



30.12.08

Um programa de televisão para 2008

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A série de humor CONTEMPORÂNEOS:

30.12.08

Uma música portuguesa do ano 2008

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...e o vencedor é
DEOLINDA no disco de estreia Canção ao Lado - o do "movimento perpétuo associativo"

30.12.08

De pé, de pé

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acabamos o ano com o som dos mísseis explodindo na Palestina assistindo ao espectáculo dos sanguinários. Mudamos amanhã de calendário, tal como fizemos há um ano, como fazemos todos os anos e sabemos, que 2008 ficará guardado na nossa memória, suspeitando que o ano novo que virá, já virá velho e revelho:
A desigualdade, a pobreza, esta pobreza dos que trabalham e produzem, vivendo do seu magro salário, o desemprego, a precariedade, a democracia degradada, a degradação da prestação de serviços públicos, continuarão assombrando os nossos dias.
Como assistiremos daqui, à derrocada do sistema financeiro que sustenta o Império, deixando para trás um rasto, um enorme rasto, onde se amontoam as vítimas inocentes de um sistema que é ele próprio causa e problema.

Destas coisas todas, o ano que dirão ser novo não será diferente: Novidades, nenhumas.
Mas anima-nos a vontade de querer construir e sabermos ser possível construir um mundo diferente. Sabemos de ciência certa que o amanhã não cantará amanhã: mas com confiança, empenhados em mantermo-nos deste lado certo da vida, junto da gente certa, isto é coisa para se mudar.

Na televisão, atrás de mim, agora mesmo em que estou escrevendo, continuam falando do horror e do massacre das bombas caíndo na Palestina. Vivemos o tempo dos falcões.

Entretanto, procuro um calendário novo, para os dias que virão, do ano que está chegando. É nele que assinalarei todos os dias !
Em 2009, todos os dias, serão dias de lutar e combater na minha rua e no meu bairro, como milhares, que digo, milhões, de outros homens e mulheres, farão no mundo todo! Será esta força e com esta força que construiremos uma Humanidade de Paz, Justiça e Igualdade.

Chamas-me daí, que me lês, sonhador, utópico, maluco! Não, não estou falando de quimeras, loucuras inantigiveis. Escrevo sobre a História dos Homens no Mundo, que sempre procuraram este caminho. Bem alto afirmamos, como na velha mas sempre renovada canção que todo o mundo conhece:

De pé, de pé, não mais senhores.

30.12.08

PERSONALIDADE DO ANO 2008

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KARL MARX

29.12.08

2008- UM ANO DE LUTA PARA OS COMUNISTAS TORREJANOS

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Definitivamente os partidos políticos não são todos iguais: o PCP em Torres Novas apresentou no seu blog RUA 25 ABRIL um pequeno vídeo ilustrativo de algumas das actividades políticas dos comunistas torrejanos em 2008.
Se aos factos que são descritos no pequeno vídeo podemos acrescentar as inúmeras intervenções no plano autárquico efectuadas no âmbito da CDU, os diversos comunicados à população, as conferências de imprensa, a venda especial de jornais AVANTE! e da revista O MILITANTE! em momentos marcantes, a participação nas jornadas de luta nacionais e distritais junto dos trabalhadores e organizadas pela CGTP, a distribuição de informação à porta das principais empresas do concelho, a presença constante e solidária junto da luta das populações, designadamente na saúde...

TANTO TRABALHO PARA CONTINUAR EM 2009 - A LUTA CONTINUA!

26.12.08

Todo o mundo é composto de mudança

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26.12.08

Lopes - Graça era comunista, ponto final.

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Em Tomar, cidade natal do músico abriu a casa memória Fernando Lopes - Graça.
Um trabalho meritório de muitos anos em que assumiu a liderança do projecto, desde o início António de Sousa, homem da cultura nabantina e que se assume como estudioso da obra de Graça. Foi pois natural a sua escolha para director científico da Casa Memorial.
No entanto, António de Sousa, em entrevista à edição desta semana de O MIRANTE não resiste ao espírito do tempo, em que o impera branqueamento do passado comunista de alguns dos maisores vultos da cultura nacional do século XX.
Lamentavelmente, António de Sousa refere em entrevista publicada pelo O MIRANTE na edição de 24 de Dezembro de 2008 que:


" Reconheço que há muito preconceito mas que fique claro, Lopes-Graça foi comunista de 1948 a 1952 e de 1975 para cá. Quando dizem que ele já nasceu e foi sempre comunista não é verdade. Lopes-Graça era, de facto, uma pessoa de esquerda e um anti-fascista convicto. Era uma pessoa muito solidária e esteve sempre ao lado de comunistas mas teve questões muito graves com o Partido Comunista (PC) e rupturas. O seu posicionamento era mais ético e mais humano do que propriamente político. Depois do 25 de Abril, houve muito aproveitamento do nome e da personalidade dele para actividade política mas se for aos textos do PCP o nome de Lopes-Graça está quase apagado. Porque houve sempre aquela ideia que ele não era domesticável. Lopes-Graça era muito mais do que comunista."


Não se percebe (?) a intenção de António de Sousa. Aparentemente, pretende dizer que antes do 25 de Abril a militância se limitou a meros 4 anos (!) e depois fala de questões graves com o PCP mas não refere que questões e em que períodoelas ocorreram e que, só em 1975 voltou ao Partido Comunista, numa idade avançada da sua vida, supostamente menos lúcida .
Em resumo, Graça teria sido um antifascista, claro, mas limitou-se a ser um compagnon de route do PCP, que mais tarde se aproveitaria dele.

Esta é uma ideia que tem sido vendida abundantemente sobre outros intelectuais comunistas - ainda recentemente em Torres Novas, alguém pretendeu vender a mesma ideia sobra Maria Lamas.
Seria uma história se não fosse falsa:
Fernando Lopes - Graça foi Comunista e foi-o desde muito novo - com cartão?
provavelmente não, pois que cartão era coisa que obviamente não existia!
Mas Graça, nas suas duas prisões nos anos 30 foi preso com a acusação de ser comunista!

O posicionamento anti-fascista de Graça foi sempre de militante da causa comunista e, depois do 25 de Abril, assumiu sempre a sua condição de comunista.
Onde está o problema nisto?

Abuso é dizer que houve aproveitamento político do seu nome,.
É absoltamente mentira, mentira caluniosa dizer-se que nos textos do PCP o nome de Graça está quase apagado. Para quem se diz conhecedor da obra de Graça, esta afirmação é grave, muito grave, inclusive no plano científico.
Tal falsidade não pode passar impune!

Durante o centenário do nascimento de Graça em 2006, o Mestre foi merecedor pelo PCP das maiores homenagens, com edições de CDS e DVD's com inéditos e inclusive, foi homenageado de uma forma grandiosa na FESTA DO AVANTE! 2006.

Para finalizar, por agora, permitam-me uma pequena provocação: Graça foi um grande músico, militante comunista, membro lúcido e livre do colectivo PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS.
O património cultural que nos deixa e a sua memória, não têm dono, felizmente!
Mas Fernado Lopes - Graça foi mais que um músico:
Foi um Comunista!

É interessante ler este excerto, talvez António de Sousa o devesse ler, do texto de Filipe Diniz publicado na revista comunista "o militante" de Novembro de 2006 e que divulgamos aqui um pequeno excerto:

Confrontos? de ideias...

A sua adesão ao Partido, em 1948, não é assim mais do que a sequência natural da intervenção de alguém que desde a juventude assumira uma corajosa e intransigente opção democrática, antifascista, progressista.

À data da sua adesão ao Partido, Fernando Lopes-Graça sofrera já as perseguições políticas, a prisão, o desterro, o exílio.

O fascismo vedara-lhe o acesso a cargos públicos – e mesmo quando lhe foi proposto dirigir os Serviços de Música da então Emissora Nacional, não chegou a tomar posse do cargo porque se recusou a assinar a declaração de «repúdio activo do comunismo e de todas as ideias subversivas» que o fascismo exigia aos funcionários públicos.

A adesão ao Partido tem, nestes termos, um significado acrescido. Lopes-Graça não era alguém que se tivesse «aproximado» do Partido.

Era alguém que estava onde estava o Partido.

Que partilhava as mesmas lutas, as mesmas ideias, a mesma repressão, a mesma fraternidade, os mesmos objectivos, e que quis com esse gesto confirmar o caminho comum que há muito traçara (6) .

Há historiadores que, pretendendo fazer a história do Partido nas décadas de 40 e 50 do século passado não julgam encontrar, sobretudo entre os intelectuais, senão divergências, confrontos, divisões, dissidências.

É oportuno, a propósito da figura exemplar de Lopes-Graça, afirmar alguns aspectos bem diferentes dessa abordagem enviesada.

Em primeiro lugar, lembrar que o confronto de ideias e algumas das polémicas documentadas nesse período significam certamente um debate vigoroso entre personalidades de fortes convicções, mas não significam divergência em relação à orientação e à luta geral do Partido.

E aqueles que têm procurado contrapor, nomeadamente nas polémicas acerca da «forma e do conteúdo», as posições de Fernando Lopes-Graça e as de Álvaro Cunhal, poderão, com proveito, aproveitar a ocasião do centenário do nascimento e reler e comparar os textos publicados de ambos sobre esta matéria. Ficarão certamente surpreendidos alguns desses historiadores, não com a divergência, mas com a significativa coincidência de posições.
6) Em ambas as prisões dos anos 30 Lopes-Graça fora acusado de integrar e dirigir «organizações comunistas

25.12.08

Chaplin:já passaram 31 anos que nos despedimos

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Em termos pessoais falar de Chaplin é falar inevitavelmente das sessões infantis do Cine-Clube de Torres Novas em película de 8 mm. De vez em quando as sessões tinham momentos extra, quando o projectista no final se punha a projectar o Charlot em modo acelerado ou para trás - operações que ao que parece não davam muita saúde à película e ao projector mas que nos fazia rir à parva.
Mais tarde descobri o Chaplin das Luzes da Ribalta, d' O Grande Ditador, dos Tempos Modernos.
Descobri que por detrás do chapéu de coco e do homem tosco de sorriso aberto, estava projectado todos os maiores sentimentos da humanidade. Como descobri que por detrás do actor, estava o homem que lutou e por isso pagou caro, por um Mundo de Justiça para todos os Homens e Mulheres.
Por tudo isto, no móvel da minha sala, bem perto da tv, faço questão de manter viva a imagem de Chaplin-Charlot.

Sim, Chaplin vive!

25.12.08

Um adeus a Harold Pinter (1930-2008)

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" O Mundo está prestes a rebentar" (Zé Manel - Dezembro 2008)
Experiência a óleo sobre tela baseado no poema homónimo de Harold Pinter, dedicada ao João Pedro e à Rita



O Mundo Está Prestes a Rebentar

Não olhes.
O mundo está prestes a rebentar.

Não olhes.
O mundo está prestes a despejar a sua luz
E a lançar-nos no abismo das suas trevas,
Aquele lugar negro, gordo e sem ar
Onde nós iremos matar ou morrer ou dançar ou chorar
Ou gritar ou gemer ou chiar que nem ratos
A ver se conseguimos de novo um posto de partida.

Harold Pinter, in "Várias Vozes"

24.12.08

24 para 25 dezembro: FALA DO HOMEM NASCIDO

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23.12.08

Francisco Van Zeller, presidente da CIP

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Desabafos de hoje ( ver aqui ) de um apoiante do "socialismo popular da esquerda democrática e moderada":


"a Constituição é inimiga do emprego".
"há um exagero da segurança no emprego que, nas circunstâncias actuais, prejudica"
"Diz-se que a precariedade é inimiga, mas não é. É muito melhor que o desemprego".

23.12.08

Radical - ir à raiz

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PENSAMENTO PARA O ANO QUE PASSOU

"A concepção materialista da história parte da preposição de que a produção dos meios de suporte à vida humana e, além da produção, a troca dos bens produzidos, é a base de toda a estrutura social; de que em todas as sociedades que surgiram na história, a maneira como a riqueza é distribuída e a forma como a sociedade se divide em classes ou ordens é dependente do que é produzido, de como é produzido, e de como são trocados os produtos. Deste ponto de vista, a causa final de todas as mudanças sociais e revoluções políticas devem ser procuradas, não nos cérebros dos homens, ou na clarividência mais destacada para a justiça e verdades eternas, mas nos modos de produção e troca." Marx e Engels

O chumbo de hoje pelo Tribunal Constitucional da norma do novo código do trabalho que previa o alargamento do período experimental para 6 meses merece uma série de reflexões.

1)Em primeiro lugar a declaração pelo Tribunal Constitucional da inconstitucionalidade da norma é uma vitória para os trabalhadores portugueses e constitui desde já um passo muito importante para a revogação de todo o Código.
2)A dúvida em relação à constitucionalidade desta norma surgiu do Presidente da República, homem de direita e eleito pela direita portuguesa - este facto é revelador da natureza injusta e marcadamente anti-social deste articulado laboral de Sócrates e Vieira, comprovando que esta revisão do Código ultrapassa pela direita e em grande velocidade o Código Bagão ainda em vigor.
3)Nesta hora, é igualmente oportuno reafirmar, que restam poucas dúvidas que se todo o Código tivesse sido sujeito à apreciação da sua Constitucionalidade seria naturalmente chumbado. Ora isto determina uma coisa muito simples para o futuro: não é indiferente que o Presidente da República seja de esquerda ou de direita - Um Presidente de Esquerda e com práticas de esquerda, vetaria, ele próprio, todo texto legislativo ou no mínimo, requereria ao Tribunal Constitucional a análise de todas as normas do Código.
4)A derrota constitucional de hoje do Código é uma séria derrota política de José Sócrates e do PS. Mas é também uma derrota daqueles que em sede de concertação social aprovaram o código: a UGT neste caso, fez jus à sua história. Entretanto, Van Zeller, o presidente da CIP, representante dos patrões, já reagiu indignado ao Presidente da República. No telejornal das 19 horas da RTP N afirmou com todas as letras que é "preferível toda a precariedade ao desemprego". Estas declarações atestam bem em que nível do desenvolvimento da sociedade e da humanidade está o grande patronato: aquelas cabeças ainda não saíram das praças de jorna nem das minas de carvão da Inglaterra do século XIX.
5)A decisão de hoje do Tribunal Constitucional sendo uma vitória importante tem que ter continuidade na luta de todos. Este Código é um atentado aos direitos laborais e aos direitos cívicos próprios de uma sociedade humana mais justa. O caminho da humanidade é para diante. Só a força organizada de todos, sendo que todos seremos poucos, neste ano que aí vem, poderá travar o passo à ofensiva contra direitos civilizacionais básicos e forjados no combate histórico de tantos homens e tantas mulheres.

Resistiremos, resistiremos e avançaremos em 2009!
Lutando de novo e sempre pela renovada força de Abril , essa grandiosa força que nos move, nas Ruas todas de Portugal!

Venceremos!


venceremos - luísa basto

O RUA 25 DE ABRIL , blog da Comissão Concelhia do PCP em Torres Novas, encontra-se actualizado e é possível ler as mais recentes posições da CDU de Torres Novas na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal.
É possível ler ainda a resposta da Comissão Europeia a ILDA FIGUEIREDO, deputada do PCP no Parlamento Europeu a propósito da situação da Fiação e Tecidos de Torres Novas.

Uma história do mês de Dezembro. Contada na primeira pessoa por António Dias Lourenço.


21.12.08

Poema de Natal - Vinicius de Moraes

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Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
—Por isso temos braços longos
para os adeuses
Mãos para colher
o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
—Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
—Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
—De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem;
da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes


21.12.08

Podia ser natal

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17.12.08

sapatinho

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Amigos:
e que tal mandar um sapatinho ao Bush?
CLIQUEM AQUI

16.12.08

Paredes

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A música do Zeca .Os dedos do mestre Paredes.
Acompanham Manuel Paulo, Fernando Alvim, Natália Casanova e Nuno Guerreiro

15.12.08

Post escrito à moda de Nuno Rogeiro

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Afinal há armas de destruição maciça em Bagdad, no Iraque. Depois de muito procurar, o sr Bush, mesmo no final do seu mandato conseguiu provar como sempre esteve certo.
A arma chama-se " FLYER SHOE "- conhecida em português como Sapato Voador.
Esta arma é altamente perigosa pelo impacto directo que causa, como também pelos seus efeitos colaterais nomeadamente o cheirinho do pé do sapato arremessado,: um odor que se espalha rapidamente em salões fechados e caracterizado por ser do mesmo tipo do queijo de Castelo Branco.
Em todo o Mundo está lançado o alerta e teme-se que uma das próximas vítimas desta arma altamente letal seja o nosso querido líder europeu Durão Barroso, mestre especializado em cerimónias de cimeiras de guerra.


14.12.08

SALVEM OS RICOS: é natal!

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OBRIGADO AO PESSOAL DOS CONTEMPORANEOS

14.12.08

Músicas de todos os tempos, todos os povos

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Frente Polisario - pela libertação do povo do sahara ocidental

14.12.08

Poetas torrejanos de agora

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Das mãos de António Mário Lopes dos Santos nasceu a ousadia da Colectânaea dos poetas torrejanos do nosso tempo.

Todos sabemos que as colectãneas sofrem desse terrível defeito do desiquilibrio de qualidade.

Em comum, estes poemas têm o facto de serem escritos por gente que aqui nasceu ou escolheu para viver.

Esta que ainda não tive oportunidade de folhear, sofrerá provavelmente do mesmo defeito.

Aqui e ali, a supresa de um poema diferente. Acolá a monotonia de uma poesia gasta em velhos clichés..

Mas vale pelo labor de gente que vive e trabalha, descobre numa esquina do tempo a oportunidade de libertar as palavras.

Que a cultura nunca fique à espera do subsídio e do lançamento oficial: a poesia é esta aventura, loucura, este saudável disparate economicamente irracional, do professor António Mário e do seu editor.

Uma loucura que nos junta à tertúlia poética de Alexandre Saldanha da Gama, Ana Catarina Faustino, António Lúcio Vieira, António Mário Lopes dos Santos, Carlos Nuno, Eduardo Bento, Emília Duque, Hugo Santos, Jorge Carreira Maia, José-Alberto Marques, José Brites, José Coêlho, José Duarte da Piedade, Julião Bernardes, Luís Simões Gomes, Maria Adelaide Oliveira Simões, Maria Fernanda Pinto, Maria Sarmento, Maria Zabeleta, Martinho Branco, Moisés David Ferreira, Paula Bordalo Faustino e Pedro Barroso.

13.12.08

Onde está o PS de Torres Novas?

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Quem ler a imprensa local de Torres Novas lê com frequência notícias relativas a trabalho político do PSD, do PCP ( e da CDU, coligação eleitoral de que faz parte com Os Verdes, Intervenção Democrática e outros democratas Independentes) e do Bloco de Esquerda. Lê-se notícias de iniciativas, conferências de imprensa e comunicados onde estas forças políticas vão tomando posição e apresentando propostas para o futuro de Torres Novas. Naturalmente uns com mais qualidade e oportunidade que outros. Mas todos cumprindo o jogo da participação democrática.
Curiosamente nunca se lêem notícias de iniciativas desenvolvidas pela concelhia local do PS. O PS simplesmente não existe em Torres Novas – embora no plano autárquico desfrute de uma confortável maioria absoluta na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e ocupe a presidência de14 das 17 Juntas de Freguesia do concelho.
Com esta responsabilidade, o PS ausenta-se do debate político em Torres Novas.
Não se conhece qualquer projecto, proposta ou simples ideia que venha da concelhia do PS de Torres Novas. Dali não sai qualquer análise sobre a realidade local, regional ou nacional. Arrogantemente defendidos pela maioria absoluta, estão remetidos ao silêncio e ignoram o debate democrático das ideias.
A realidade é indesmentível: os dirigentes locais do PS, todos sem excepção, estão colocados debaixo do chapéu-de-chuva da sociedade unipessoal eleitoral de poder que dá pelo nome de “António Rodrigues”. Em nome desse legítimo projecto de poder ignoram conscientemente o debate democrático.
Pode esta questão ser irrelevante. Mas o PS é poder no país e em Torres Novas - sendo suposto que numa democracia dita normal, o partido do poder apresente as suas ideias à população.

Bem sabemos que aqui em Torres Novas, o PS se tem apresentado às eleições sem apresentação de programa eleitoral e que o eleitorado, pouco se tem importado com isso. Eleitoralmente o pragmatismo tem prevalecido sobre o debate das ideias.


Mas também é verdade que alguns dos dirigentes locais do PS eram ainda há poucos anos dirigentes locais de outros partidos e nessa altura, eram os maiores defensores do magistério supremo do livre debate democrático de ideias e agora parecem fugir desse debate como o Diabo da Cruz.
Em 1993, houve quem temesse que o PS tomasse conta e manietasse o “espírito livre e dinâmico” do então independente António Rodrigues. Chegamos ao fim de 2008 e ninguém tem dúvidas de que sucedeu precisamente o contrário e o PS de Torres Novas foi completamente absorvido pelas vontades do seu militante António Rodrigues.
Um dia, o PS em Torres Novas pagará por esta opção.

Paciência - não temos pena.

11.12.08

Não vai a bem?

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A democracia da União Europeia é comovente. Os 27 países da União chegaram hoje a um acordo de príncipio (ler aqui) no sentido de se repetir na Irlanda o referendo ao Tratado de Lisboa até Novembro de 2009.

Naturalmente, se os Irlandeses voltarem a chumbar esse acordo tão porreiro, a rapaziada da União não hesitará em repetir o referendo na Irlanda as vezes que forem precisas, até se chegar ao resultado pretendido.
Como diria alguém, assim vai a democracia na União Europeia!
Mas que mais se pode esperar de um sítio que junta Sócrates, Durão, Sarkozy, Berlusconi...

11.12.08

Manoel de Oliveira aos cem anos

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o mestre completou 100 anos.
Uma obra feita de polémica onde muitos têm opinião positiva ou negativa, mesmo sem nunca terem visto três minutos de Oliveira - uma polémica tão deliciosamente portuguesa e que o herman captou de forma magistral no sketch que reproduzimos em baixo.
Portugal, tenha ou não visto Manoel Oliveira, hoje dá os parabéns ao centenário realizador.Aqui nesta casa também.

10.12.08

notícias do mundo

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in www.resistir.info

"TRABALHADORES OCUPAM FÁBRICA EM CHICAGO !!!
A classe operária dos Estados Unidos começa a tomar iniciativas. Em Chicago, 250 trabalhadores da "Republic Windows and Doors", ameaçada de encerramento, tomaram o destino nas suas próprias mãos e ocuparam a fábrica. Ver notícia em MRZine . Por outro lado, generalizam-se nos EUA movimentos de massa a fim de impedir arrestos de casas pelos banqueiros. Os vizinhos do proprietário arrestado muitas vezes reinstalam o mobiliário retirado da casa da vítima para que a família continue a habitá-la. À medida que a crise capitalista avança, tais iniciativas tendem a multiplicar-se — mas os media portugueses não dão este tipo de notícia. "

10.12.08

Hoje é na Grécia.Amanhã...

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O assassinato pela polícia de um jovem de 15 anos, colocaram a Grécia a ferro e fogo contra o governo de direita da Nova Democracia. Mas o assassinato do jovem foi apenas o rastilho do barril de pólvora da legítima revolta do povo grego contra o governo de direita que tem imposto medidas austeras num país onde a desigualdade social e a injustiça têm crescido. Os trabalhadores gregos juntam-se em Greve Geral que já se encontrava marcada e o combate contra a política de direita está a ser feito na rua - sendo certo que a resolução dos problemas não se limita à substituição do governo da ND pelos socialistas do PASOK.
Nas ruas de Atenas e por toda a Grécia reclama-se uma verdadeira mudança por uma real política alternativa, em que o papel do KKE (Partido Comunista Grego) é decisivo!
Lá como cá, luta-se por uma nova política!

Toda a solidariedade à resistência do povo grego!

10.12.08

Segurança em Torres Novas

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Ler AQUI e AQUI

10.12.08

a democracia sequestrada

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um vídeo colocado hoje, aqui, passados 60 anos da declaração universal dos direitos do Homem



Carta Internacional dos Direitos Humanos


"Por toda a parte, num último e talvez desesperado intento para travar a ameaça, milhões de pessoas decidiram descer à rua em Março de 2003 a fim de protestar contra a iminente invasão do Iraque. Não lhes serviu de nada. Cinco anos passaram já e o estado de guerra continua, prevendo-se agora, resta saber com que fundamento, que os ocupantes norte-americanos se retirarão do país em 2011. Vencidas, de alguma maneira humilhadas, essas pessoas, milhões, repito, regressaram às suas casas sob o peso da mais desoladora das frustrações. De uma delas, quase em lágrimas, ouvi então esta ansiosa pergunta: “E agora, que fazemos, que podemos nós fazer?” Quase sem ter de pensar, respondi-lhe: “Queres uma causa? Tens aí os direitos humanos.” A sugestão foi recebida sem entusiasmo, quase com indiferença, o que não me surpreendeu, dado que a questão dos direitos humanos é geralmente entendida como algo remoto, fora do alcance, uma outra espécie de utopia, inacessível como quase todas. Na verdade, não me consta que a minha lacrimosa interlocutora haja seguido o conselho…

Há dez anos, em Estocolmo, precisamente no dia 10 de Dezembro de 1998, quando em todo mundo se estavam celebrando os cinquenta anos sobre a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, chamei a atenção dos mil e duzentos convidados que participavam no banquete de encerramento dos actos solenes relacionados com a atribuição do Prémio Nobel, para a situação em que os ditos direitos se encontravam, ignorados na prática pelos governos, desprezados grosseiramente pelos poderes económicos e financeiros soberanos, perante a apatia geral de uma sociedade, que, no fundo da sua consciência, talvez já não acredite, se alguma vez teve essa ilusão, no cumprimento ao menos satisfatório dos preceitos consignados naquele documento.

A situação não melhorou ao longo destes anos, podemos até dizer que se agravou seriamente, ao ponto de já nos parecerem despropositadas, em todos os sentidos, quaisquer manifestações públicas ao redor da efeméride. O mundo não daria pela falta se a Declaração fosse dada amanhã como nula e inexistente. O seu desaparecimento físico viria apenas confirmar a realidade objectiva da ineficácia de um texto cheio de boas intenções, reduzidas hoje a zero pela inoperância das entidades políticas responsáveis, a começar pelos governos e a terminar nas próprias Nações Unidas.

E, contudo, a nós, cidadãos comuns, não nos resta outra atitude que defender por todos os meios a Declaração Universal dos Direitos Humanos e exigir em todos os foros o seu urgente cumprimento, sob pena, persistindo a passividade colectiva, de vir a perder-se a própria noção de direito em matéria tão importante como a plena realização da pessoa. É necessário que se torne em evidência e em instrumento de acção política este simples axioma: “É certo que sem a democracia não poderia haver direitos humanos, mas também não é menos certo que sem direitos humanos não poderá haver democracia”. Sim, leram bem, sem direitos humanos não haverá democracia digna desse nome. Portanto, lutar pelos direitos humanos é, em última análise, lutar pela democracia. "

José Saramago, 10 dezembro 2008

10.12.08

O crescimento negativo

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(foto recebida por e-mail)

Entre os concelhos de Torres Novas e Alcanena, o PS colocou um outdoor natalício avisando que é tempo de celebrar o futuro.
Se o cartaz pode ser bonito (arghhh), ironicamente (ou talvez não) o estado da estrutura que o sustenta é bem ilustrativo do futuro que o governo nos prepara...
Digamos que o outdoor está como a economia nacional:
...em pleno crescimento negativo!

Ler mais AQUI

7.12.08

NEGÓCIOS ESTRANGEIROS - Da Weasel

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6.12.08

S.A.R.L. em 1979

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Samuel, no seu blog "Cantigueiro" lembra hoje uma canção de Teresa Silva Carvalho (CANTEMOS ATÉ SER DIA) no festival RTP de 1979, relembrando que nesse tempo participavam cantores e canções... diferentes.
Prova disso é a canção interpretada nesse mesmo festival da canção e interpretada por PEDRO OSÓRIO, CARLOS ALBERTO MONIZ e o próprio SAMUEL que constituíam o grupo S.A.R.L.!
Irreverência. boa disposição e muitos recados em cerca de três minutos.
A canção é no mínimo... surpreendente. E claro: sem qualquer hipótese de ganhar face a tanto descaramento - mas quanto a isso penso que os artistas estavam perfeitamente conscientes. Ficava lavrado o protesto contra os dali-dous e afins que surgiam triunfantes!

"(Adenda: Sim! A apresentadora é mesmo a Manuela Moura Guedes!)"


Festival RTP 1979 - S.A.R.L. - Uma Canção Comercial


6.12.08

Maria Lamas, 25 anos depois

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Faleceu a 6 de dezembro de 1983, com 90 anos de idade.
Mulher do Mundo.A escritora.A Combatente dos Homens e das Mulheres Livres!
A Resistente anti-fascista.
Nascida aqui, neste pedaço de terra, Torres Novas.
Passaram 25 anos do seu desaparecimento físico.
Não esquecemos o nome e o exemplo:

Chama-se MARIA LAMAS.

5.12.08

Espaço e Luz

Publicada por zemanel |

Já está.
A partir de hoje sou considerado leitor da Biblioteca Municipal Gustavo Bivar Pinto Lopes de Torres Novas.
Numa visita rápida à Biblioteca, sobressaíram ao visitante fugaz, o Espaço e a Luz.
Espaço e Luz.
(que melhor se pode querer num sítio onde se procura o conhecimento?)


5.12.08

Figuinhos para Belém

Publicada por zemanel |


Lê-se os jornais da terra e não se acredita. Todos referem os elogios que o Professor Cavaco fez durante a inauguração da biblioteca ao desenvolvimento do Concelho de Torres Novas. Dir-se-á que são palavras próprias da diplomacia. Pois seriam, se Cavaco não se tivesse entusiasmado e dito que Portugal precisa de mais concelhos como Torres Novas, elogiando o desenvolvimento e o emprego qualificado de Torres Novas.

Nem lido e relido se acredita.

Desenvolvimento exemplar? Então falemos do saneamento básico, da poluição no rio Almonda (ainda hoje um camarada meu lembrava a propósito disto, como seria interessante o Professor Cavaco visitar a vala das cordas), a degradação dos serviços de saúde,enfim...

...e sobre o emprego? Um concelho cujo modelo de desenvolvimento tem sido baseado na aposta em trabalho intensivo, pouco qualificado, baixos salários e assente nessa coisa única que é a tecnologia de empilhador! Um concelho onde proliferam os contratos a prazo, os recibos verdes e o trabalho temporário. Um concelho que nos últmos 15 anos assistiu ao encerramento, ao desmantelamento e à redução da actividade produtiva: lembramos as empresas metalúrigicas que praticamente desapareceram, a redução da actividade da Rodoviária, o desmantelamento do serviço de telecomunicações, a crise da "Fiação e Tecidos", o comércio tradicional mergulhado numa crise profunda.

Percebe-se que o Chefe de Estado queira ser simpático. Sobretudo para quem lhe deu uma cestinha com figos.

Não sabemos onde é que o Presidente da República foi buscar a ideia sobre este desenvolvimento bestial de Torres Novas. Ou quem é que lhe deu tais dicas.
António Rodrigues, depois desta visita presidencial, bem pode arranjar mais umas quantas cestas de figos para enviar para Belém. Mais: Com as voltas e reviravoltas da política à portuguesa, quem sabe se não poderemos ver António Rodrigues apoiar a recandidatura presidencial de Cavaco em 2011?! Acreditem, que esta possibilidade não é estratosférica de todo - a ver vamos.
Até porque, dizem as más línguas no Largo da Botica, não seria a primeira vez que António Rodrigues andaria entusiasmado a fazer campanha a apoiar Cavaco. E se isto que agora escrevi neste parágrafo, não corresponde à verdade, que me desculpem os dois: Cavaco e Rodrigues. Mas que no Largo da Botica dizem isto, lá isso dizem.
Concluindo:
Se o discurso de Cavaco, foi influenciado por alguém que lhe deu tais dicas, deixem-me dizer que isso não se faz. É muito triste ver um Presidente da República fazer figura de homem enganado.
Vá lá, essas coisas não se fazem, pá!
Nem ao Cavaco.


2.12.08

Vemos, ouvimos e lemos

Publicada por zemanel |
2.12.08

Flores de estufa: Assim se vê a força do Pê cê

Publicada por zemanel |

No Congresso do PCP ( e juro que não estive lá a dormir - nem estivemos entretidos a fazer workshops alternativos) falou-se uma vez ou duas do Bloco. Numa análise geral de referência de todos os partidos portugueses. Pois vai para aí um taran-tan-tan em que parece que os delegados do congresso do PCP passaram dois dias e meio entretidos a falar do Bloco.
Como se criticar ou comentar apenas, com um frase ou duas, as intocáveis flores de estufa, referências morais e modernas da esquerda portuguesa, fosse uma heresia que condena fatalmente o PCP para as trevaso do fantismo e ao sectarismo.
Engraçado é que as flores de estufa, não perdem uma oportunidade de se portarem como cactos, na primeira linha da espetadela.
Em 2006, foram cardos, foram prosas...vale a penar ler o seguinte texto oficial do Bloco produzido pela Mesa do Bloco. Até pela azelhice e desaacerto de algumas análises efectuadas há apenas pouco mais de dois anos e que a realidade já desmentiu completamente!
( cada tiro, cada melro...)
Os sublinhados a negrito são da responsabilidade aqui desta casa.
Juro que tão depressa, não falo aqui do Bloco. Há coisas mais interessantes que a discussão ideológica da mercearia política! E sobretudo muito trabalho na defesa dos trabalhadores e do povo português! Foi disso que discutimos no Campo Pequeno. Foi esse compromisso, que o Partido Comunista Português reafirmou com os portugueses: A Luta Continua!


O RUMO ESTRATÉGICO DO BLOCO
Mesa Nacional do Bloco de Esquerda
Texto aprovado na reunião da Mesa Nacional - Março de 2006

"(...)Comecemos pelos riscos actuais. O reforço da linha Jerónimo de Sousa dentro do PC, com as suas três vitórias eleitorais (7,6% nas legislativas, 10,5% nas autárquicas, 8,6% nas presidenciais), será apresentado como uma prova da utilidade da substituição da “linha de direita” de Carlos Carvalhas e do retorno à corrente histórica depois de um interregno de dez anos. Essa história, como é evidente, não pode ser assim resumida, dado que Carvalhas foi indicado por Álvaro Cunhal como seu sucessor, nunca tendo ousado ir muito longe em modificações da linha política – e ainda porque a história do PCP tem sido a de afastamentos de linhas de “direita” para depois os que os puseram de lado recuperarem as suas orientações. Em qualquer caso, esta mudança significa para já e provavelmente no essencial dos próximos três anos um partido que quer consolidar o domínio das organizações sociais, mesmo em prejuízo da sua representatividade.
A primeira vítima dessa orientação pode ser
a CGTP
, que corre novos riscos de fechamento com a substituição de Carvalho da Silva na sua coordenação. Ora, a CGTP tem tido um papel fundamental como a principal organização social na criação de mobilização política contra o governo e o seu recuo seria muito prejudicial à luta dos trabalhadores e uma vantagem inestimável para o governo do PS. Nesta fase da luta social, definida por mobilizações muito defensivas, os sindicatos perdem influência organizada mas são ainda uma referência eu não se pode perder. Esta é uma questão fundamental que a estratégia de controlo do PC agrava porque limita a representatividade dos sindicatos. E não pode haver uma leitura simplista das formas de luta, porque algumas estão subordinadas a esta lógica: no sindicato de professores, a lista que pretende subordinar o sindicato ao PC faz um discurso contra o “controlo partidário”; as posições mais ofensivas do PC nos sindicatos assumem por vezes a forma de propostas mais radicalizadas, como a da greve da administração pública de Dezembro, mas enfraquecem o movimento sempre que não têm o apoio suficiente porque se prestam a uma lógica demonstrativa segundo um calendário partidário. Essa tentação de controlo aparelhístico está a destruir o esboço de Fórum Social Português e a oportunidade que representava de contacto aberto e horizontal entre movimentos sociais. Neste contexto, a estratégia do PC é afirmar um partido sempre mais purificado ideologicamente, mais centralizado e com uma organização social estritamente subordinada. Essa estratégia tem uma contrapartida, que é a convicção de que este é o processo de acumulação de forças suficiente para vir a inclinar o PS a uma negociação e partilha de poder.
O Bloco escolheu desde o início um modelo contraditório com este
, tanto pelo método quanto pelos pressupostos.(…) E o PC, de outro modo, fica prisioneiro de um labirinto de autoreferências: o partido existe porque o partido existiu, tem uma ideologia mas ela é impronunciável porque além das ideias gerais deixou de se poder referenciar às sociedades-mãe, a URSS e a China, e sempre que fala do seu modelo é para desmentir a sua história óbvia de alinhamento com a política do Kremlin ao longo de dezenas de anos. A “ideologia” reduz-se ao silêncio sobre a sua própria história. (...)"

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