


Depois do vergonhoso comentário do JARDIM DO ARRAIAL ao nosso post TARRAFAL, deste dia, 29 de Outubro, o Canhotices decidiu retirar o Link do Jardim desta página. Poderão acusar-nos de comportamento anti-democrático mas tratar os 32 mortos do tarrafal como mero número estatístico, negar a longa lista de mortos do fascismo salazarista, falar dos desenhos na prisão de Álvaro Cunhal como "bonecos" e rematar a falar de tiros na nuca nos comunistas é um comportamento vergonhoso a que não damos mais cobertura a partir de hoje.
Por respeito à memória. Pelo nosso futuro.
Torres Novas 29 de Outubro de 2006
Em 29 de Outubro de 1936 abria o Campo de Concentração do Tarrafal. Depois de estágio de alguns dos seus responsáveis na Alemanha Nazi!
Primeiro quiseram partir a espinha à Intersindical.
E inventaram o Torres Couto e a UGT.
Falharam.
Agora há socialistas da CGTP (vem no Correio da manhã de hoje) que se queixam que a direcção da Central actuando contra o governo, com manifs, greves e protestos está a pôr em causa a "unidade sindical".
Agora percebemos ainda melhor o texto de Pedro Adão Silva no DIÁRIO ECONÓMICO a semana passada!
"O distanciamento do PS em relação ao movimento sindical não é novo. Faz aliás, parte, do código genético do partido – fundado pela vontade de uma elite e sem real enraizamento social, apesar da enorme mobilização eleitoral que gerou logo nas primeiras eleições. Se olharmos para os seus congéneres no mundo ocidental, não encontramos partido de matriz social-democrata ou trabalhista onde a ligação ao movimento sindical seja tão fraca e inorgânica. Contudo, não há nenhuma razão para aceitar este código genético como uma fatalidade. É que a retórica anti-sindical a que o Governo frequentemente recorre tem vários problemas. Um primeiro é de competitividade eleitoral: muitas das medidas tomadas pelo executivo de José Sócrates afectam essencialmente o eleitorado tradicional do PS, que se revê do ponto de vista material e simbólico nas reivindicações sindicais.(...) É naturalmente legítimo que o actual executivo tenha um discurso contra a agenda dos sindicatos portugueses; o que é preocupante é que o Partido que o suporta se demita de mudar a agenda sindical. José Sócrates tem defendido, e bem, que o próximo Congresso do PS não deve servir para discutir ideologia. Mas uma coisa é não discutir ideologia, outra é abdicar de discutir política. O Governo ganharia, até em eficiência da sua acção, se no próximo congresso o PS discutisse uma estratégia política para o mundo sindical. "
Querem instrumentalizar a luta. O PS quer tomar conta da CGTP: Vigilância às manobras!.
Os ataques virão de sectores "socialistas" e de outras "minorias úteis"!
Alerta trabalhadores portugueses!
A Inter nunca será um correia de transmissão do...PS e dos seus governos.
Viva a Democracia! Viva a Liberdade Sindical.
OS HUMILHADOS
Os humilhados
vêm do centro de uma dor insuportável.
Pedem que o pintor lhes dê um rosto
um perfil de estátua grega
ou apenas que transforme as rugas ancestrais
em bandeirasou lençóis
de uma noite de noivado.
Os humilhados
trazem nos dedos
memórias de todos os ofícios.
Sabem a que cheira o jornal acabado de imprimir.
Dobram ferro.Apanham azeitonas.
Arrancam constelações
do seio quente da terra.
Os humilhados
vêm dos becos mais fundos dos bairros cinzentos.
Atravessam as ruas da pintura
ou melhor
da liberdade.
Pedem a bênção da cor.
Querem ser belos.
Deuses.Querem ser um furacão.
Dizem: nós somos o furacão.
Tocamos o metal e fazemos uma flauta.
O nosso cântico ressoa na penumbra
mesmo quando a pátria nos esquece.
Dizem: nós somos os danados da terra.
Trazemos o corpo inclinado ao desenho breve
e comovidodas papoilas.
Zé Fanha de "Marinheiro de outras luas", a publicar
http://zefanha.blogspot.com/
Em 1945, a 22 de Outubro nascia a PIDE, sucessora da PVDE, antecessora da DGS. Simultaneamente nasciam os famigerados Tribunais Plenários. Para não esquecer.
Dada a minha idade, lembro-me muito pouco do companheiro. mas conheço a História, grandiosa! O revolucionário, amigo do povo. O Homem que tentou construir outro país para a minha geração - fazendo do sonho transformação concreta. Um país Solidário e Justo de Homens e Mulheres Livres.
Lembro-me de o ver em Torres Novas, na inauguração ao monumento da torrejana Maria Lamas, no principio dos anos 90. Foi no final da cerimónia e Vasco vinha quase sozinho, passo lento, pela avenida Manuel Figueiredo. Os meus pais não resistiram e foram ter com companheiro - o meu pai (que ajudara a fundar nos alvores da revolução uma cooperativa oprária e metalúrgica, na sequência da falência fraudulenta pelo antigo patrão a seguir ao 25 de Abril) falou-lhe dos sonhos comuns de Abril. A minha mãe ofereceu-lhe um cravo. Lembro-me do Vasco perguntar: uma cooperativa? hoje?ainda existe? (A cooperativa viria a encerrar poucos anos depois) Eu, limitei-me a ficar calado. Envergonhado, tímido, não sei...Embasbacado com a sensação de ter ali à minha frente, em carne e osso, uma grande figura da história de Portugal.O Vasco voltaria a Torres Novas por iniciativa do Cine Clube, já no século XXI. Infelizmente, não pude estar presente. Há desencontros assim, com a história. Ah, as coisas que eu podia ter-te perguntado Companheiro Vasco...
Desafiamos os leitores deste blog a votarem no Torrejano ( por raiz, nascimento ou residência) que poderia ser escolhido como O GRANDE PORTUGUÊS! A escolha limita-se aos séculos XX e XXI e, como todas as escolhas é meramente subjectiva! Outros nomes, poderão ser lembrados em qualquer comentário a este post - embora os critérios de votação sejam imutáveis. Nisso somos mais rígidos que a RTP. Vale o desafio? São todos mais ou menos conhecidos...
E não nos digam como alguns dizem alguns comentadores políticos que, para poder obter melhores resultados nas eleições deveríamos deixar de ser comunistas.(...) Deixem de ser afirmativos, deixem de ser revolucionários(aconselham-nos), cortem com o passado, deixem de uma vez para sempre de falar na Revolução de Abril, na Reforma Agrária, na defesa do sector empresarial do estado, nas nacionalizações; acomodem-se com a visão de que a Revolução de Abril foi um grande erro e que razão tinham aqueles que diziam que se passava do marcelismo pacificamente para a democracia.(...) O PCP não está porém disposto a deixar de ser comunista, porque é por ser comunista que o povo e o país precisam dele. A luta leitoral e nas instituições não é a nossa única batalha. Consideramos determinante a intervenção, movimentação e acção das massas populares e seus movimentos de organização unitárias.
Álvaro Cunhal em CINCO CONVERSAS COM ÁLVARO CUNHAL de Catarina Pires, Campo das Letras,1999, página 151