Em 29 de Outubro de 1936 abria o Campo de Concentração do Tarrafal. Depois de estágio de alguns dos seus responsáveis na Alemanha Nazi!
Os primeiros presos ouviram da boca do seu primeiro director: "Daqui ninguém sai com vida..."
O Campo da Morte Lenta foi criado por ANTÓNIO OLIVEIRA SALAZAR com o objectivo claro de eliminar fisicamente os inimigos do regime. Por ele passaram 340 patriotas anti-fascistas portuguesas. Nele morreram 32 prisioneiros, alguns já depois de cumprida a pena!
Nele morreu a 11 de Setembro de 1942 o operário BENTO GONÇALVES, secretário-geral do PCP. Mas a luta continuou!
Porque em Portugal houve fascismo!
Bento Gonçalves
"(...) Nós vimos desse Povo que criou a "Portuguesa" onde se encerra mais a ideia de nação do que tudo o que poderá contar a este respeito toda a Torre do Tombo dos decretos e notas oficiais do Estado Novo.(...) Quando o PC proclama: A trabalho igual salário igual!
Que aspecto de actividade vemos aqui? "Incitamento à indisciplina social" ou defesa das mulheres e da juventude trabalhadora?"
Da contestação de Bento Gonçalves à Secretaria do Tribunal Militar Especial elaborada no cárcere da fortaleza de Angra do Heroísmo em Fevereiro de 1936.Não há motivos para nos ruborizarmos
ante a história do nosso passado
nem para apoucar os que elaboraram e ainda hoje
se mantém firmes à causa do proletariado.
A par dos nosso erros e defeitos - alguns deles comuns
a todos os Partidos Comunistas e outros bem conhecidos
nossos - muito labor positivo e verdadeiramente
abnegado preenche essa mesma história
Bento Gonçalves in DUAS PALAVRAS
4 canhotices:
Curioso...com um "objectivo claro de eliminar fisicamente os inimigos do regime", e contando 340 prisioneiros, ao todo, 32 morreram...
Das duas uma, ou o regime tinha má pontaria, ou o objectivo não era assim tão "claro".
Deve estar a confundir com os campos de concentração soviéticos, chineses, etc... onde aí sim, se "eliminavam fisicamente os inimigos do regime", sumariamente e sem capitulações.
Caro ZéManel, não lhe retiro razão que seja triste a prisão de homens, mas atente nas expressões... Como já tenho dito, se tivesse havido "fascismo" (ou comunismo-é tudo a mesma merda) em Portugal, não tinha ficado um comunista vivo para contar tanta patranha. Não acha isto lógico?
Em vez disso, os presos recebiam papel e lápis para fazer bonecos (como no caso do Cunhal). Se o camarada Álvaro tivesse sido capturado por um Hitler, um Mussolini, um Mao ou um Estaline (alguns verdadeiros fascistas), levava o tiro na nuca e não se falava mais nisso. Aqui, até lhe deram tempo para planear e executar fugas heróicas. Veja lá!
ah e tal trezentos presos e só morreram 32! A MORTE NÃO É ESTATÍSTICA!
Que vergonhosa argumentação, Jardim!
VERGONHOSA ARGUMENTAÇÃO!
VERGONHOSA ARGUMENTAÇÃO!
VERGONHOSA ARGUMENTAÇÃO!
Eis a verdadeira face do fascismo!
Caros, depois da explicação que dei já no post acima, percebam, sem hipocrisias, que ninguém aqui veio ou vem defender torturas, mortes, privações e outras malfeitorias, nem as de hoje, nem as de ontem.
Contudo, a verdade dos conceitos não está à disposição dos humores de militâncias mais efusivas.
Ninguém está aqui sequer a discutir se havia tortura, como se processava ou quem a ordenava, estamos a discutir conceitos e algumas das razões em que nos podemos basear para os aplicar ou não.
Tortura e mortes derivadas à negligência ou violência de carcereiros (com ou sem conhecimento directo dos próprios Estados), ao tempo da guerra-fria, foi algo que, infelizmente, foi comum aos regimes comunistas, aos regimes democráticos e aos regimes autoritários conservadores.
Da mesma maneira, as polícias secretas/políticas desmultiplicavam-se por esse mundo fora, agindo autonomamente, com uma liberdade quase total no uso de métodos de vigilância, aprisionamento, técnicas de extorsão e até de eliminação física de pessoas.
Justiça, é olhar para esse tempo com a prudência e com a distância de quem o compreende à luz da História, ou seja, das condicionantes políticas, económicas e sociais que marcaram mais de 40 anos desse período.
Assim sendo, e no que respeita a este tipo de questão (polícia, prisão, tortura, morte), não se pode diferenciar Portugal de todos os países que de alguma forma tomaram parte dessa guerra.
Lembrar as vítimas da Guerra-Fria e dos métodos obscuros de um tempo, é legítimo, mas há que ser justo e coerente.
O meu pronto comentário a este post, prende-se com a minha incapacidade de aceitar que se "chorem" as vítimas de um regime ao qual toda gente admite não querer voltar, mas ao mesmo tempo, louvando uma doutrina que por todo o mundo onde chegou, no mesmo período em que vigorou a ditadura portuguesa, foi responsável por um número incomensuravelmente maior de malfeitorias requintadas que trouxeram a morte a largos milhares de homens e de mulheres.
Não compreendo e é por isso que faço questão de, junto de quem toma este tipo de posição, deixar bem claro que o "fascismo", a par do "comunismo", na extensão em que foram aplicados por esse mundo, trouxeram a morte e o desespero em proporções holocausticas.
Colocar um Portugal, aluno que foi das grandes potências de então (em matéria de métodos policiais) em pé de igualdade com esses trucidários, é, muito para além da justa recordação das suas passagens mais infelizes, uma forma de promover a suposta clarividência de uns por oposição à suposta demonização de outros.
É esta a minha posição. Não retiro a gravidade do que aqui se recorda, mas acuso a falta de imparcialidade de quem o faz.
Enviar um comentário