Sejamos realistas: há diferenças no projecto de McCain e no projecto de Obama.
Mas daí a olhar para Obama com uma euforia messiânica, como se está a fazer em Portugal, numa bizarra União que vai de gente do CDS (na sua ala liberal) ao Bloco é qualquer coisa de estranho. Ou talvez não.
Sim é importante que Obama fale em retirar do Iraque - embora sem explicar a forma como o fará nem explicar que em que realidade ficará o Iraque.
Sim é interessante verificar que na pátria de Luther King, um negro chegue à Casa Branca - mas mais que a cor da pele, o que conta é o que vai na cabeça das pessoas...
...mas no essencial, os EUA vão mudar o quê na sua política internacional e nas relações internacionais?
Os Eua vão abdicar do seu papel imperialista e de polícias e juízes do mundo?
Vão apostar num mundo de paz, cooperação e fraternidade entre os povos?
Vão apostar no respeito pela livre soberania dos povos, sem ingerências e constrangimentos políticos e económicos? Sem intervenções militares e paramilitares?
Deixarão de patrocinar golpes de estado?
E a CIA, como actuará?
Se Obama pusesse em causa, algumas destas questões poderia ter sido eleito com os apoio milionários que recebeu?
Quem quer acreditar nestes axiomas, porventura incómodos, no dia de hoje?
Lamento, estou contra esta corrente. Não vou em messias.
Este messias, agora anunciado, pode vir a ser uma decepção.
Para mim não.
Tomara esteja enganado.
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