Quando chegava o primeiro dia de Maio, juntávamo-nos pela manhã na Avenida. Havia as corridas, fazíamos pinturas e umas “coisas” com barro. A seguir ao almoço ouviamos as primeiras palavras de ordem para a manifestação. Pouco percebíamos do que se passava na verdade. O que queríamos mesmo era ir empoleirados numa das carrinhas das várias empresas que participavam no desfile do trabalho. Na Dopovo? Na Madeiarte? Na Nery? Na Fiação?
Isto foi nos primeiros anos: ainda Abril floria em força.
A pouco e pouco a festa foi diminuindo.
Foram sobrando a música e os petiscos no largo das piscinas.
A pouco e pouco...
Até ir de vez para Santarém. Não se sabe quando.
Sucedeu isto, ainda se ouviam na rua, todos os dias, as pedras do dominó batidas com violência, pelos velhos operários reformados nas mesas duras da União dos Sindicatos, ali para os lados dos Bombeiros Velhos...
Hoje, o Maio sopra silencioso, pelos castanheiros da Avenida. E nas ruínas das Fábricas abandonadas pelo progresso.
(Onde baterão hoje, os velhos, as pedras do dominó?)
A pouco e pouco...
Até ir de vez para Santarém. Não se sabe quando.
Sucedeu isto, ainda se ouviam na rua, todos os dias, as pedras do dominó batidas com violência, pelos velhos operários reformados nas mesas duras da União dos Sindicatos, ali para os lados dos Bombeiros Velhos...
Hoje, o Maio sopra silencioso, pelos castanheiros da Avenida. E nas ruínas das Fábricas abandonadas pelo progresso.
(Onde baterão hoje, os velhos, as pedras do dominó?)
1 canhotices:
Tanta nostalgia, neste belo texto!
Para o ano comecem a fazer na passagem do 30 para 1, uma grande festa. Música e intervenções e umas bifanas. Daqui a três anos estão a exigir que aí se festeja novamente o 1º de Maio!
GR
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