Em 1985, já a direita governava Torres Novas. Enquanto no Pais, em Julho, o governo (PS-PSD) doBloco Central estava arrumado, em Torres Novas a AD era dominante e parecia imbatível, na liderança do executivo municipal, embora sempre longe de alcançar a maioria absoluta. Presidia à Câmara o antigo alfaiate Casimiro Gomes Pereira. A AD contava com três elementos, o PS dois e a APU dois ( entre os quais o professor António Mário). Nessa altura as distências entre partidos eram mínimas…Para a Câmara nas eleições de 1982, a AD tinha obtido cerca de 40% dos votos, o PS 30 % , a APU 23% e a UDP quase 2%. Na Assembleia Municipal os resultados foram sensivelmente os mesmos e uma coligação da esquerda, permitiu que GUILHERME SARMENTO PINTO, então no PS, fosse eleito Presidente da Assembleia Municipal. Para as Assembleias de Freguesia a APU conseguiu o resultado histórico de quase 80% na Ribeira Branca….
No entanto em 1985 algo parecia estar a mudar no panorama político/autárquico local…
Ainda antes da Perestroyka, verificavam-se algumas dissidências “renovadoras” no PCP local. Curiosamente as saídas davam-se pelo lado esquerdo, contestando o apoio do PCP ao candidato presidencial Zenha contra a candidata Pintasilgo apoiada pela extrema-esquerda…Hoje, curiosamente, esses renovadores se falarem, dirão que sairam reclamando uma aproximação ao centro...
A AD local dissolvia-se e o PS tinha dificuldades em encontrar –se face ao surgimento do PRD.
Nas eleições locais de Dezembro de 1985,( já éramos cidade) e Cavaco, primeiro-ministro, o PSD viu reduzida a sua votação para cerca de 35%, naquele que seria o último mandato de Casimiro. O CDS conquistou uns honrosos 7% com a candidatura de Vítor Moita.
À esquerda o fenómeno PRD fazia mossa. A APU baixava dos 20% mas ficou a uns escassos 4% do PS !!! O PRD conseguia 8 % da votação – embora tal resultado viesse a ser considerado uma decepção face aos resultados obtidos 2 meses antes nas legislativas de 1985 onde o PRD conseguira no concelho o 1º lugar com mais de 26% dos votos.
Era esta a cidade política em 1985. Tanto que mudou. Na cidade ainda se pintavam paredes com slogans políticos. Naquele ano surgiu uma manhã, o mural mais humorístico dos murais portugueses de sempre:
“ZENHA TEM MEDO DOS TROVÕES”
Hoje sorrimos.
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