Muita satisfação pela perda da maioria absoluta do PS e a importância que tem a subida e o reforço em votos e em mandatos da CDU que obriga a que o PS, para governar à esquerda, precise sempre em simultâneo do BE (16 deputados) e da CDU (15 deputados).
O PS hoje quando olha para a sua esquerda vê 31 deputados e só há maioria de esquerda a três: PS+BE+CDU.
A verdade obriga a que constatemos que o BE captou o essencial do grande descontentamento com o PS, também é verdade que provavelmente, nunca os votos da CDU terão tido tanta importância!
O crescimento do BE foi relevante mas não impediu o crescimento em simultâneo da CDU - pelo que as teorias que profetizavam que o BE acabaria com o PCP saíram furadas. Como também se demonstra que a CDU é sempre precisa para a concretização de uma efectiva mudança para uma alternativa de esquerda em Portugal. a CDU e o BE têm hoje uma expressão parlamentar idêntica - mas a influência social do PCP continua a ser muito mais forte. O PCP não esgota a sua actividade no plano eleitoral.
Todos aqueles que sonharam com a exclusão da CDU para uma solução política à esquerda já sabem a resposta dos portugueses.
Todos aqueles que sonhavam com a pulverização do PCP pelo BE já sabem a resposta dos portugueses.
...mas também é verdade que o populismo de direita de Portas conseguiu um resultado histórico.
Mas terá este PS, que vê perder votos e se esboroa pela esquerda, coragem para fazer hara-kiri encostando-se a esta direita do CDS-PP?
Opte o PS de novo por uma política de direita que continuará a ver o espaço à sua esquerda aumentar.
Esta foi a grande lição da noite de ontem. Os portugueses recusaram a alternância do centrão PS/PSD e afirmaram de forma bem clara que desejam uma mudança de esquerda!
3 canhotices:
Sendo um grande crítico da escolha do PCP pelo António Filipe, mesmo no último momento votei CDU. Reflecti por momentos, mas entre votar numa incógnita e votar CDU, o voto só pode ser CDU. Mas a má escolha na oposta em pessoas com grande grau académicos, mas que não têm disposição em fazer trabalho de campo, afasta mais, o grande motor do partido, que são os militantes operários que transmitem os ideais comunistas, na esquina, no café e no seu posto de trabalho. Fazem trabalho voluntário que constroem a festa do Avante. São estes as caras desconhecidas do partido que fazem a diferença e que por vezes são puramente apagados pelas individualidades dos comités, direcções e comissões.
Mas estas eleições voltaram a ter apenas vencedores, todos são uns vencedores, tamanha é a hipocrisia. Isso reflexo a falta de carácter dos políticos que estão rendidos às técnicas mais mentirosas do marketing empresarial. Não há pessoas serias e nisso a direita tem razão, vimemos uma crise de valores.
2009 é um ano de mudança, com duas eleições realizadas o BE põe a CDU e o PCP no bolso, falta apenas um eleição e aí a CDU têm a grande oportunidade de se desforrar. Em caso contrário em menos de três tempos, o BE inicia uma anexação democrática de plataformas vermelhas como a CGTP. Por isso caro Zé Manel, posso estar enganado, mas 2009 pode muito bem ser o princípio do fim, pois não há nada que dure para sempre.
E como diz o filosofo: “Nada se perde tudo se transforma”.
Cumprimentos…
Gorki
Os militantes do PCP, devem olhar para os resultados, com alguma cautela.
O PCP, apesar da crise, perde eleitorado, nos seus bastiões da Margem Sul.
O discurso xenofobo e racista de Paulo Portas, tem votações altas nessas mesmas zonas.
Eleitorado popular,possivelmente até de esquerda, pode estar a ser atraído por um discurso, anti-imigrantes, securitário ( nessas zonas , houve recentemente, autênticas batalhas campais com a policia), e anti-rendimento minimo.
Em momentos de crise, e com o avanço galopante do desemprego, estes sinais são preocupantes.
Muita razão no último comentário. Bloco e PCP vão ter de pensar muito bem no q é q querem, com estes resultados só se se entenderem poderão condicionar o PS e o governo no Parlamento.
Espero que sim.
mundoemguerra.blogspot.com
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