Chego a casa e ligo automaticamente a televisão. Vejo João Baião e procuro abstrair-me do programa que não me interessa minimamente enquanto espero que o computador "abra".
Mas um fulano que está a ser entrevistado, interrompe-me a abstracção e obriga-me a ouvi-lo.
O senhor parece que é jornalista económico chama-se Camilo Lourenço, lançou um livro e está a debitar uma série de disparates para ensinar os portugueses a poupar.
Para o senhor Lourenço os orçamento familiares são muito fáceis de gerir e até podem gerar poupança- simplesmente as pessoas não sabem gastar o dinheiro.
Brilhante: O salário mínimo e o médio miseráveis, o subsídio de desemprego desprezível (para quem o tem); o desemprego; o medo do desemprego; a precariedade e os recibos verdes, as reformas de miséria, as despesas familiares da educação e da saúde; enfim nada disto conta para o sr Camilo que acha com o ar mais sério do mundo que é uma treta as pessoas dizerem que não conseguem poupar - por isso o sr Camilo tem o seu livro à venda para servir de receituário para ajudar o povo ignorante. É um idiota e inútil!
Claro que se fosse proposto ao sr Camilo viver com o ordenado mínimo e viver cumprindo com todas as suas responsabilidades cumpridas, como milhões de portugueses ainda conseguem fazer, outro galo cantaria. Mas a este convite o sr Camilo diria certamente que não.
Prefere indrominar os portugueses para vender o seu livrinho. Uma tristeza que tem a cobertura da comunicação social onde cumpre o papel de idiota útil.
Pelos vistos não há crise, nunca houve crise, nem haverá: há é gente que não sabe poupar!
Com tantos conselhos o sr Camilo Lourenço esqueceu-se do mais importante:
não fazer despesas supérfluas como comprar livros que só servem para enganar o parceiro e engordar a conta bancária de alguns...
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