No último debate parlamentar o primeiro ministro respondeu mais ou menos assim ao deputado comunista Jerónimo de Sousa ( que o havia interpelado sobre o encerramento de empresas) com o estilo triunfal e confiante, de sorriso sarcástico de orelha a orelha:
"-Vejo que o sr. deputado Jerónimo de Sousa não falou das Pirites Alentejanas e da Quimonda. E não o fez porque o governo já salvou estas empresas e isso não dá jeito ao Partido Comunista dizer."
Eu que assisti ao debate, pude verificar que Jerónimo retorquiu de microfone fechado, mas percebeu-se claramente ter dito: "vamos a ver, vamos a ver."
Hoje assistimos às notícias do pedido de insolvência da Quimonda num Tribunal Alemão. Uma situação que pode colocar em causa 1800 empregos directos em Portugal. E vimos o sr. Ministro da Economia autenticamente de calças na mão, tentando defender o indefensável.
Não se celebra, de forma nenhuma, a falência da Quimonda. Pelo contrário, ela é motivo de séria preocupação. Também se percebe que o governo português, fosse ele qual fosse, teria pouco a fazer perante um pedido de insolvência de uma empresa estrangeira num tribunal estrangeiro.
Mas é preciso que se diga mais:
Sócrates e o seu governo, deveriam lidar com esta crise com outra humildade democrática. Deveriam colocar de lado o riso sarcástico e a arrogância. Pelo menos pareceriam um governo sensato e preocupado com os mais fracos da nossa sociedade.
Este governo já mostrou bem de que lado está e quem defende nesta crise: o sector financeiro.O que se prova é que este governo, tem lidado com a crise, preocupado com os fortes e desprezando os fracos.
Tudo o resto se esgota num sorriso de gozo. O sorriso dos impotentes.
De sorriso em sorriso até ao estoiro final !
A orquestra continuará a tocar até ao embate no Iceberg. E como no filme, até isso suceder, alguém na proa, gritará em Inglês Técnico para o imenso vazio do mar:
I'M THE KING OF THE WORLD...
e só os peixinhos o escutarão.
1 canhotices:
está cada vez pior!
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