Quem passa pela vila, já pressente. A festa está quase a começar.
Não vem todos os anos. Agora tem vindo de quatro em quatro anos. Mas a malta “do riachos” não perdoa e, bairristas, sempre volta.
Um povo nascido, na lavra da terra, nas margens do Almonda, com o Tejo lá ao fundo a espreitar.Um povo nascido, onde começa a lezíria, com o azul viúvo da Serra de Aire espreitando.
Não vem todos os anos. Agora tem vindo de quatro em quatro anos. Mas a malta “do riachos” não perdoa e, bairristas, sempre volta.
Um povo nascido, na lavra da terra, nas margens do Almonda, com o Tejo lá ao fundo a espreitar.Um povo nascido, onde começa a lezíria, com o azul viúvo da Serra de Aire espreitando.
Um povo rijo e vertical, como o Veríssimo quando dançava o fandango. Um fandango forjado no trabalho, no valor do trabalho e longe do barrete encarnado eornamentado a lantejoulas inventado pelo foclorismo salazarengo. Um fandango de suor.
Estou mesmo em crer, que Riachos é a união do suor dos lavradores dos campos.
A festa: está no largo, na sardinha, que os luzes hão-de trazer e que se come na rua. E já se ouve ao fundo, afinando a nota, o som grave de uma tuba da Filarmónica Velha; ouve-se a voz trigueira, fresca e jovem da fadista Teresa e juro, que pareceu-me ouvir agora mesmo, um verso dedilhado na guitarra do último trovador português, a quem chamam Pedro.
Venham as máquinas, as ceifeiras, os tractores, desfilem! Que a memória está guardada num dos melhores museus da região – museu vivo e participado. A festa está aí sem espectadores para a festa. Porque ali, todos estão do lado de quem constrói e produz.
A festa: está no largo, na sardinha, que os luzes hão-de trazer e que se come na rua. E já se ouve ao fundo, afinando a nota, o som grave de uma tuba da Filarmónica Velha; ouve-se a voz trigueira, fresca e jovem da fadista Teresa e juro, que pareceu-me ouvir agora mesmo, um verso dedilhado na guitarra do último trovador português, a quem chamam Pedro.
Venham as máquinas, as ceifeiras, os tractores, desfilem! Que a memória está guardada num dos melhores museus da região – museu vivo e participado. A festa está aí sem espectadores para a festa. Porque ali, todos estão do lado de quem constrói e produz.
Os Riachos, todos, fazem a festa, a Bênção do Gado, Festa dos Riachos, FESTA DO POVO!
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