Voltou a idiotice do projecto do Boquilobo Golf. Para quem não se lembra este projecto surgiu há 4 anos, por iniciativa de um grupo empresarial espanhol que pretendia implantar um campo de golf com uma extensa área residencial na zona do Boquilobo. Chegou a falar-se na construção de cerca de 7000 moradias destinadas a ser ocupadas por estrangeiros do norte da Europa que escolheriam os nossos ares para passar o resto dos seus dias. Se é legítimo que um grupo privado queira investir, a reacção da Câmara raia o ridiculo. A Câmara desde o iniciou que tomou o projecto com um entusiasmo estonteante prometendo que do Boquilobo Golf viria o el dorado que salvaria Torres Novas.
Muito poucos em Torres Novas se opuseram a esta tonteria. Uma tonteria que daria cabo da qualidade de vida dos torrejanos: o impulso demográfico, as exigências de infra estruturas que um projecto desses obriga, o sobredimensionamento da área residencial, a criação de um campo de golf com os impactes ambientais junto à reserva natural do Paul do Boquilobo, o isolamento a que conduziria as aldeias de Brogueira e Boquilobo ( ao contrário do que se prometia às populações), a destruição de equilíbrios humanos naquela região…Tantas razões, tantas, mas igualmente muito poucos não se entusiasmaram com a ideia.
Entretanto, passadas as eleições ( o resultado foi o previsto) e a obra ficou em águas de bacalhau.
Chegámos a 2008, falta um ano para as eleições. E a tonteria voltou. Parece que agora a área residencial se limitará a umas 3000 moradias para suecos, noruegueses e afins. E jubila-se porque provavelmente assim, passará os devidos testes de impacto ambiental. Esquecendo-se completamente dos impactos sociais!
Sejamos claros: ninguém que venha do norte da Europa vai gastar um cêntimo que seja no Boquilobo, na Brogueira ou em Torres Novas! O projecto não dinamizará nem dará vida nem dará emprego ao Boquilobo!
Mais: por via das estradas novas que serão construídas e que ligarão directamente ao Boquilobo Golf, a aldeia do Boquilobo vai ficar ainda mais desertificada e isolada. Que as pessoas não se iludam: Não vale a pena andarmos a armarmos ao pingarelho – os suecos não vão querer saber de nós para nada!
Ainda por cima este Boquilobo Golf destruirá todas as potencialidades que o Boquilobo tem para ser um produto turístico altamente atractivo e com retorno para os próprios habitantes.
Lembremos: a aldeia do Boquilobo terá cerca de 30 a 50 casas, não mais que isso. Mas tem um “core bussiness” (desculpem o marketês) de turismo único no distrito:
- Os três restaurantes dedicados à enguia e à fataça.
-A reserva natural do Paul do Boquilobo a dois pequenos passos
-A casa memorial Humberto Delgado.
-O espaço da destilaria da Brogueira que tem sido aproveitada esporadicamente apenas pelo grupo de teatro FATIAS DE CÁ que mesmo assim ali tem produzido algumas das suas mais mediáticas peças.
-A quinta de Caniços, muito perto, onde se produzem alguns dos melhores vinhos de marca Ribatejo.
O desenvolvimento e a dinamização destes pequenos pólos de forma integradora, apostando na reabilitação urbana e na reabilitação viária, podem fazer do lugar do Boquilobo um lugar de características próprias que se pode transformar num produto turístico relevante. E que ainda por cima produziriam riqueza e valor que seriam reinvestidos por aqui. Ora nada disto poderá ser feito se o Boquilobo Golf seguir adiante. As características do turismo que o Boquilobo Golf atrairá são incompatíveis com este turismo alternativo – mas único, irrepetível e com uma maior margem de crescimento. O Boquilobo Golf aposta no Tursmo massificado, ultrapassado para reformados nórdicos. O Boquilobo, aldeia, tem em alternativa potencial para atrair um projecto de turismo original e de futuro e com futuro: Um projecto que conjuga os planos Ambiental, Gastronómico e Histórico e Cultural.Um projecto economicamente viável, de baixos custos e altos rendimentos. Um projecto que não inventa nada, antes valoriza o que já há.
Muito poucos em Torres Novas se opuseram a esta tonteria. Uma tonteria que daria cabo da qualidade de vida dos torrejanos: o impulso demográfico, as exigências de infra estruturas que um projecto desses obriga, o sobredimensionamento da área residencial, a criação de um campo de golf com os impactes ambientais junto à reserva natural do Paul do Boquilobo, o isolamento a que conduziria as aldeias de Brogueira e Boquilobo ( ao contrário do que se prometia às populações), a destruição de equilíbrios humanos naquela região…Tantas razões, tantas, mas igualmente muito poucos não se entusiasmaram com a ideia.
Entretanto, passadas as eleições ( o resultado foi o previsto) e a obra ficou em águas de bacalhau.
Chegámos a 2008, falta um ano para as eleições. E a tonteria voltou. Parece que agora a área residencial se limitará a umas 3000 moradias para suecos, noruegueses e afins. E jubila-se porque provavelmente assim, passará os devidos testes de impacto ambiental. Esquecendo-se completamente dos impactos sociais!
Sejamos claros: ninguém que venha do norte da Europa vai gastar um cêntimo que seja no Boquilobo, na Brogueira ou em Torres Novas! O projecto não dinamizará nem dará vida nem dará emprego ao Boquilobo!
Mais: por via das estradas novas que serão construídas e que ligarão directamente ao Boquilobo Golf, a aldeia do Boquilobo vai ficar ainda mais desertificada e isolada. Que as pessoas não se iludam: Não vale a pena andarmos a armarmos ao pingarelho – os suecos não vão querer saber de nós para nada!
Ainda por cima este Boquilobo Golf destruirá todas as potencialidades que o Boquilobo tem para ser um produto turístico altamente atractivo e com retorno para os próprios habitantes.
Lembremos: a aldeia do Boquilobo terá cerca de 30 a 50 casas, não mais que isso. Mas tem um “core bussiness” (desculpem o marketês) de turismo único no distrito:
- Os três restaurantes dedicados à enguia e à fataça.
-A reserva natural do Paul do Boquilobo a dois pequenos passos
-A casa memorial Humberto Delgado.
-O espaço da destilaria da Brogueira que tem sido aproveitada esporadicamente apenas pelo grupo de teatro FATIAS DE CÁ que mesmo assim ali tem produzido algumas das suas mais mediáticas peças.
-A quinta de Caniços, muito perto, onde se produzem alguns dos melhores vinhos de marca Ribatejo.
O desenvolvimento e a dinamização destes pequenos pólos de forma integradora, apostando na reabilitação urbana e na reabilitação viária, podem fazer do lugar do Boquilobo um lugar de características próprias que se pode transformar num produto turístico relevante. E que ainda por cima produziriam riqueza e valor que seriam reinvestidos por aqui. Ora nada disto poderá ser feito se o Boquilobo Golf seguir adiante. As características do turismo que o Boquilobo Golf atrairá são incompatíveis com este turismo alternativo – mas único, irrepetível e com uma maior margem de crescimento. O Boquilobo Golf aposta no Tursmo massificado, ultrapassado para reformados nórdicos. O Boquilobo, aldeia, tem em alternativa potencial para atrair um projecto de turismo original e de futuro e com futuro: Um projecto que conjuga os planos Ambiental, Gastronómico e Histórico e Cultural.Um projecto economicamente viável, de baixos custos e altos rendimentos. Um projecto que não inventa nada, antes valoriza o que já há.
Não se está aqui a defender que o Boquilobo, com todo o seu potencial fique assim. Não se deseja ao Boquilobo o mesmo fim do prometido Shiva-Som da quinta do Marquês. É importante olhar para o Boquilobo, para a freguesia da Brogueira, olhar para os lugares vizinhos de Riachos e da freguesia de santa Maria. Mas é preciso que as mentes não se inebriem com projectos que reflectem uma visão do turismo ádequada aos anos 60 do século XX, esquecendo que estamos a virar a primeira década do século XXI.
Objectivamente: Golfe e residências para velhinhos nórdicos é uma imagem assustadora que nos remete para o nacional parolismo.
O Boquilobo Golf, sendo negativo pelas suas próprias características ambientais e sociais, acaba por ser igualmente danoso para a freguesia da Brogueira porque impede o desenvolvimento de uma linha turística voltada para o futuro, ambientalmente sustentável e de valor acrescentado para a região.
Fica o espavento... o pacovismo e o pato-bravismo.
O futuro pode esperar. Mais uma vez.
Fica o espavento... o pacovismo e o pato-bravismo.
O futuro pode esperar. Mais uma vez.
1 canhotices:
Fica aqui a perplexidade...
Quando a casa já não se sustenta sobra apenas a fé na lotaria,ou no totoloto...
A tristeza é ter que reconhecer que nem os princípios de sustentabilidade são apreendidos por quem tem rédeas para conduzir e acaba por se encontrar no topo do penhasco apregoando salvações tão credíveis como o anúncio da vinda de extra-terrestres...
Assim vamos ou melhor assim não vamos.
Sustentabilidade não é só desencantar o graveto para a cena existir e saber a partir daí o que fazer sem carregar mais a albarda do OE com escolhas tão pouco portadoras de luz futura como os seus apagados autores.
Queiram fazer o favor de os desligar antes da escuridão ser mais profunda.!!!
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