O Blog de Vítor Dias " O Tempo das Cerejas" (http://tempodascerejas.blogspot.com/) publica hoje este texto que não resistimos a transcrever:
"Alguém é capazde desmentir isto?
Em discurso que hoje proferiu, entre os infindáveis e incomparáveis méritos que atribuiu a si próprio, o vereador e candidato do BE, José Sá Fernandes, voltou a chamar a si um papel fundamental na denúncia do «caso Bragaparques», ou seja da ruinosa permuta dos terrenos do Parque Mayer com os terrenos da Feira Popular.
Ora, não se trata apenas de uma fanfarronada excessiva, trata-se antes e sobretudo de rasurar o papel decisivo que outros, de facto, desempenharam, num tempo em que Sá Fernandes nem sequer era ainda vereador municipal.Já esclareci essa questão em artigo publicado no Público em 17 de Fevereiro deste ano. Mas como há quem queira continuar a fingir que não leu ou que não sabe, é infelizmente necessário estampar aqui o que então escrevi e, no fim, lançar uma pergunta e um desafio.
Com efeito, depois de um intróito sobre outro tema, comecei por dizer que «concedendo um curto descanso ao referendo, hoje pretendo sobretudo não passar ao lado da manchete do PÚBLICO do passado sábado que, com base em escutas feitas em Dezembro de 2005 a Domingos Névoa, proclamava que “Bragaparques não considerava PS e PCP obstáculo a negócio”, acrescentando-se na peça de desenvolvimento que aquele empresário afirmara então que “o PCP não pode fazer nada, nada”, “está ali quieto e calado”e “em banho-maria”.Porque as manchetes têm a força que se sabe e porque pode haver quem pense que o administrador da Bragaparques, não sabendo estar a ser escutado, pode ter falado verdade, importa recapitular um conjunto de factos esclaredores.Com efeito, importa recordar que foi em reunião camarária de 4-2-2005, ou seja a oito meses das eleições que deram a vitória à lista dirigida por Carmona Rodrigues e que permitiram a eleição de José Sá Fernandes pelo BE, que o PCP votou sózinho contra o negócio entre a CML e Bragaparques da permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular em Entrecampos.Importa também relembrar que foi em 1-3-2005 que, na Assembleia Municipal em que a direita estava em minoria, foi aprovada uma deliberação indispensável à viabilização do citado negócio, com os votos a favor do PSD, do CDS, do PS, do BE e com o voto contra do PCP e do PEV.E, por fim, importa reavivar que, face a patentes irregulariedades e fortes suspeitas de ilegítimo favorecimento da Bragaparques, em 1 e 6-8-2005, o PCP apresentou múltiplas participações ao Procurador junto do Tribunal Administrativo de Lisboa, à Polícia Judiciária, à Procuradoria-Geral da República, à IGAT e ao Tribunal de Contas, invocando a lesão do interesse público na citada permuta e na hasta pública de parte dos terrenos de Entrecampos realizada com a atribuição à Bragaparques de um direito de preferência que não tinha sido objecto de qualquer válida deliberação municipal.Com tudo isto já decorrido ou em tramitação legal, tenho uma inegável dificuldade em perceber para que é que o alegado corruptor Domingos Névoa precisava de tentar subornar José Sá Fernandes. Fico porém feliz que um eventual corruptor tenha chegado sim à avisada conclusão de que, em relação a algumas pessoas e a uma força política, nem vale a pena tentar suborná-las ou corrompê-las.»Relembrados estes factos, há uma pergunta que faço : quando Sá Fernandes chama a si o mérito da denúncia no «caso Bragaparques» estará a criticar o voto favorável ao negócio que o partido que o apoia - o Bloco de Esquerda - deu na Assembleia Municipal numa deliberação decisiva?
E há um desafio que lanço : se alguém acha que os factos que eu acima invoco não são verdadeiros, então faça favor de dar um passo em frente.
Posted by VÍTOR DIAS at 22:20 "
Ora, não se trata apenas de uma fanfarronada excessiva, trata-se antes e sobretudo de rasurar o papel decisivo que outros, de facto, desempenharam, num tempo em que Sá Fernandes nem sequer era ainda vereador municipal.Já esclareci essa questão em artigo publicado no Público em 17 de Fevereiro deste ano. Mas como há quem queira continuar a fingir que não leu ou que não sabe, é infelizmente necessário estampar aqui o que então escrevi e, no fim, lançar uma pergunta e um desafio.
Com efeito, depois de um intróito sobre outro tema, comecei por dizer que «concedendo um curto descanso ao referendo, hoje pretendo sobretudo não passar ao lado da manchete do PÚBLICO do passado sábado que, com base em escutas feitas em Dezembro de 2005 a Domingos Névoa, proclamava que “Bragaparques não considerava PS e PCP obstáculo a negócio”, acrescentando-se na peça de desenvolvimento que aquele empresário afirmara então que “o PCP não pode fazer nada, nada”, “está ali quieto e calado”e “em banho-maria”.Porque as manchetes têm a força que se sabe e porque pode haver quem pense que o administrador da Bragaparques, não sabendo estar a ser escutado, pode ter falado verdade, importa recapitular um conjunto de factos esclaredores.Com efeito, importa recordar que foi em reunião camarária de 4-2-2005, ou seja a oito meses das eleições que deram a vitória à lista dirigida por Carmona Rodrigues e que permitiram a eleição de José Sá Fernandes pelo BE, que o PCP votou sózinho contra o negócio entre a CML e Bragaparques da permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular em Entrecampos.Importa também relembrar que foi em 1-3-2005 que, na Assembleia Municipal em que a direita estava em minoria, foi aprovada uma deliberação indispensável à viabilização do citado negócio, com os votos a favor do PSD, do CDS, do PS, do BE e com o voto contra do PCP e do PEV.E, por fim, importa reavivar que, face a patentes irregulariedades e fortes suspeitas de ilegítimo favorecimento da Bragaparques, em 1 e 6-8-2005, o PCP apresentou múltiplas participações ao Procurador junto do Tribunal Administrativo de Lisboa, à Polícia Judiciária, à Procuradoria-Geral da República, à IGAT e ao Tribunal de Contas, invocando a lesão do interesse público na citada permuta e na hasta pública de parte dos terrenos de Entrecampos realizada com a atribuição à Bragaparques de um direito de preferência que não tinha sido objecto de qualquer válida deliberação municipal.Com tudo isto já decorrido ou em tramitação legal, tenho uma inegável dificuldade em perceber para que é que o alegado corruptor Domingos Névoa precisava de tentar subornar José Sá Fernandes. Fico porém feliz que um eventual corruptor tenha chegado sim à avisada conclusão de que, em relação a algumas pessoas e a uma força política, nem vale a pena tentar suborná-las ou corrompê-las.»Relembrados estes factos, há uma pergunta que faço : quando Sá Fernandes chama a si o mérito da denúncia no «caso Bragaparques» estará a criticar o voto favorável ao negócio que o partido que o apoia - o Bloco de Esquerda - deu na Assembleia Municipal numa deliberação decisiva?
E há um desafio que lanço : se alguém acha que os factos que eu acima invoco não são verdadeiros, então faça favor de dar um passo em frente.
Posted by VÍTOR DIAS at 22:20 "
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