CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

10.7.09

Um reparo atento no Jornal Torrejano

Publicada por zemanel |

Esteve bem João Carlos Lopes, a propósito da inauguração das obras da Praça 5 de Outubro, que na sua coluna de opinião no Jornal Torrejano fez um reparo em relação à " desporporcionada intervenção da igreja", no caso a igreja católica apostólica romana.
Mesmo aceitando que a maioria da população portuguesa é católica, deveria ser tempo que a igreja e os poderes políticos que dela se socorrem começassem a ter uma postura de respeito pelo Estado laico que somos na Constituição.
Que os Césares deixem os Deuses em paz e que os Deuses deixem aos Césares o que lhes pertence.
Ainda por cima, estamos falando da Praça 5 de Outubro:
Ponto simbólico de encontro de todos os torrejanos: Cristãos de diferentes origens (católicos, protestantes, ortodoxos, jeovás, evangélicos, etc), muçulmanos, ateus, etc...
Convém acrescentar que em Torres Novas, tem sido notória, a crescente presença da Igreja Católica nos diversos actos cívicos do concelho. Uma situação que deveria em primeiro lugar ser desconfortável para a própria Igreja e seus representantes. Pelos vistos não é.
Há misturas perigosas, geralmente acabam mal e a Igreja já deveria ter aprendido essa lição da história.

9 canhotices:

Anónimo disse...

Aí está o odiozinho pacóvio do militante triste e enfadonho.

Para cúmulo ainda se socorre dessa coisa aberrante e serôdia que é a Constituição Portuguesa. A tal que impõe "formas de governo" para gáudio dos "democratas" de fim-de-semana... tipo... CDU!

Nada melhor do que, na reinauguração de uma "Praça 5 de Outubro", um 5 de Outubro imposto por meia dúzia de maçons comprometidos com tudo menos com o povo, possa a Igreja recordar alguns valores que, esses sim, tornam as relações entre os homens profícuas e o serviço público despretensioso.

O resto é folclore e muuuuiiiita dor de cotovelo.

zemanel disse...

Parabéns sr anónimo.
O sr gostaria de viver num regime democrático com uma religião oficial - por mero acaso a sua.
Percebe-se o espírito democrático da coisa. Como também se percebe o anonimato: é própria dos corajosos sempre prontos...a aceitarem qualquer poder.

Anónimo disse...

Quem falou em "religião oficial"?! O Catolicismo não precisa de ser reconhecido por Estado ou governo algum para se afirmar como a religião dos portugueses enquanto povo.

Só alguns pretensos pluralistas, que querem atacar a Igreja com o pretexto de uma espécie de "igualdade", é que acham que o catolicismo é, em Portugal, uma religião como outra qualquer. Não entendem que isso é desrespeitar o próprio povo português.

O "espírito democrático da coisa", meu caro, está no simples aceitar de um convite oficial para estar presente numa cerimónia, sem impor a sua presença portanto. O espírito democrático está em proporcionar serviços a quem deles precise e a quem a eles queira recorrer, por não encontrar valências no Estado.

A Igreja sabe estar em democracia. Assim o soubesse o PCP.

Anónimo disse...

Acho que mais siplificado é: A Igreja sabe estar. Em democracia, ditadura, monarquia, sempre do lado de quem manda, sempre a castigar e amedrontar a raia miuda. A Igreja sabe estar no Poder. É a perda do poder que a faz tremer, por isso é que a esquerda seja comunista seja mera socialista é tão incomoda.

Anónimo disse...

Claro... Por isso há tanto padre, bispo e monge mártir ao longo da História...!

A Igreja é uma instituição demasiadamente complexa, completa, importante e, neste momento, vulnerável, para ser debatida com comunistas que não fazem nem nunca farão questão de a compreender ou respeitar.

De facto, a Igreja tem sabido estar. Ponto. É como diz. Por isso não se dissolveu numa rajada de metralhadoras ou numa forca montada por comunistas, fascistas e quejandos.

A Igreja não é auto-destrutiva como esses "istas" todos. Promove o concílio entre os homens, é apaziguadora, e, acima de tudo, assume o homem, com as suas fraquezas e falhas, como matéria divina a trabalhar e do qual nunca desiste. Não carimba nem ostraciza seres humanos. Procura-os onde quer que estejam. Pede desculpa pelas suas falhas, porque assume que é feita de homens. Sabe estar porque aprendeu a liberdade ao longo de séculos de existência.

Ninguém tem um tão grande património humano ou civilizacional. É o que distingue uma Igreja Viva de um partido moribundo que um dia quis controlar o mundo pondo-lhe a pata em cima.

zemanel disse...

A Igreja tem e teve um papel social muito importante na Humanidade. Tão mais importante quando está disposto a cumpri-lo. O que nem sempre sucede e Pedro junta-se a César, abandonando os seus povos mártires à sua sorte.
A igreja ao longo da história? Quer mesmo discutir isso?
Não vá por aí...pode-se queimar ( e queimar é de facto uma palavra apropriada para falar da história da Igreja)
(Curioso como a culpa disto tudo é do artigo no JT de João Carlos Lopes que não é de todo militante comunista...)

Anónimo disse...

Falei-lhe na "história" apenas para que se lembre de que nem sempre a Igreja esteve ou está junto de quem manda (ou acha que manda), por isso, como disse, tantos dos seus melhores homens foram mártires.

Mas como já previa que quisesse puxar pelos pecados da Igreja, cedo lhe recordei que ela "Pede desculpa pelas suas falhas, porque assume que é feita de homens".

Tem maturidade e humildade suficientes para servir. E isto é saber estar em liberdade. A liberdade de servir. Um conhecimento alcançado ao cabo de séculos, como dizia.

Quanto ao estar ou não sempre disposta a cumprir o seu papel... Olhe. Tanto comunista dos quatro costados por aí anda a rodar em Volvos e Audis amigo...! A Igreja não é feita de anjos, é de homens, como no PC, está a ver?

zemanel disse...

Anónimo:
ma qual é o problema de um comunista com o fruto do seu trabalho ter 1, 2 3,10 audis e 10 volvos?
Ou então vá lá, por lhe ter saído o euromilhões? também não pode?
Homem: você parace o Diácono Remédios!

Anónimo disse...

Problema nenhum. Hoje em dia a falta de coerência parece ser entendida como "agilidade e polivalência".

Cada um faz o que quer com o proveito do seu trabalho, mas a necessidade de exposição pública do poder de compra choca com determinado tipo de discurso. Não me parece que um Comunista esteja disposto a fazer o seu papel enquanto faz a apologia estética do seu desafogo.

Mas talvez a apologia da vaidade seja mais uma diferença entre a política e a religião.

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