Vivemos na crise.
Uma crise tal que andam por aí uns fulanos pelas televisões que parece que andam a gozar com a cara deste povo.
Uma das modas mais recentes passa por jornalistas / comentadores de "economia" lançarem livros explicativos da maneira como os portugueses podem poupar. Então lá vêm sábios conselhos para ensinar a comprar só aquilo que necessitamos, evitar o supérfluo, evitar jantar fora de casa, enfim tudo novidades maravilhosas descobertas por estes arautos da verdade e da sabedoria , enfim, tudo coisas magníficas que os desempregados, a malta do recibo verde, do salário mínimo, os pensionistas e os rabalhadores em geral, no fundo desconheciam!
Agradeçamos pois a estas virtuosas almas que perderam o seu precioso tempo, largaram os finantial times por uns dias, perderam o interesse pelo dow jones, apenas pelo interesse filantropo de aprendermos a poupar.
Como último remédio aconselharia desde já os meus leitores a praticarem a abstinência total e integral da leitura destes sábios e começarem assim por poupar un 15 euritos, que bem jeito dão!
Mas supremo dos supremos disparate da crise, escutei-o ontem no telejornal da hora de almoço.
Uma senhora doutora nutricionista vem informar que a crise até é benéfica, pois obriga os portugueses a alterarem hábitos alimentares. Eu pensei que estava ouvindo mal, mas depois veio uma série de conselhos de bem comer em tempo de crise que a mim estragaram-me logo o almoço. Ignora a senhora doutora o óbvio: que a fome, e a falta do dinheiro não se reflectem numa melhoria alimentar, antes pelo contrário- toucinho, ossos salgados, chispe são a real dieta da crise!
Virá, pois virá, de novo a conversa do tempo da " velha e saborosa sardinha para quatro e que nesse tempo não havia doenças, isso é que eram tempos, escapámos à guerra, tínhamos o Salazar, que é que faz falta um ou dois salazares, para tomar conta disto."
Irra estou farto! F A R T O !
E não me venham com o raio da conversa de Angola, Angola é que está dar, Angola isto, Angola aquilo, bolas, bolas, é aqui, neste canto de terra, que temos que dar a volta a isto, bolas!
1 canhotices:
A política levada a cabo pelo governo de José Sócrates revela o que é a nova tendência de inspiração neoliberal de organização da sociedade europeia, nesta nova fase do capitalismo globalizado, deixando para trás o contrato social do pós-guerra que originou as sociedades que seguem o modelo social europeu.
Nesta nova fase do capitalismo, que é representado por uma nova classe de gestores e economistas em concordância com a política deste governo, põe-se em causa o modelo social europeu através da restrição dos direitos sociais, da diminuição das funções sociais do Estado e da eliminação de direitos laborais.
Um dos aspectos chocantes deste neoliberalismo é o aumento dos salários e abonos para gestores das empresas públicas e reduções salariais para todos os outros. “Salários” dos trabalhadores passaram a ser “custos” que têm que ser reduzidos, excepto para essa nova elite!!!
Enquanto se organiza uma aristocracia de empresários, financeiros e gestores - que entre nós se junta no chamado “Compromisso Portugal” -, há uma nova classe trabalhadora em formação em Portugal, e na Europa, que é uma regressão social em termos históricos e que consiste na generalização do trabalho precário e na absoluta insegurança profissional dos trabalhadores.
Enviar um comentário