Pois agora é que parece que isto vai ficar lindo.
O Carolina Micaelis parece ser uma pontinha de um iceberg, que vamos a ver dimensões terá.
O caso da aluna do Porto era bem mais que um "simples" caso de violência - era um acto de violênia filmado e colocado à disposição de toda a gente no Youtube e aqui reside toda a diferença!
O voyeurismo mediático entretanto está ao rubro e imagino as redacções dos jornais a percorrerem o youtube à procura de mais e mais casos.
O Expresso descobriu hoje um e divulgou-o:
A revista Sábado traz hoje também uma série de outros casos de "violência" escolar disponíveis no youtube.
E no entanto, nada disto acrescenta nada à discussão essencial da violência nas escolas e na sociedade em geral.
Isto que os jornais estão a fazer serve apenas para alimentar o voyeurismo, selvagem como é todo o voyeurismo e de repente o pontapé de Marco no big brother está ao alcance de qualquer jovenzinho. O que escrevo a seguir é politicamente incorrecto mas tenho que o dizer:
Amplificar estes fenómenos juvenis, desta maneira simplista, é esquecermo-nos de os enquadrarmos em todas as suas dimensões: inclusive nessa dimensão juvenil. Amplificar este fenómeno recorrendo ao chavão de que isto se resolvia com umas boas palmadas do senhor professor é responder irracionalmente ao fenómeno. Amplificar é pretender que se coloque a aluna do Porto a responder perante o Procurador Geral da República como se estivessemos a falar de uma perigosa criminosa. Amplificar é corrermos o risco de repente termos muitos meninos a combinarem fazer coisas esquisitas nas aulas, devidamente filmadas e colocadas no Youtube, à espera que a fama lhes bata à porta.
Ou de pelo menos serem os maiores lá da rua deles.
Amplificar é rebaixar injustamente os professores.
A violência na escola e a autoridade dos professores tem que ser discutida. Muito discutida. Mas seriamente discutida e não como meio de vender papel como as gazetas deste país fazem.
Ainda por cima à boleia do youtube - que diga-se desde já, também tem centenas de vídeos de alunos de escolas portuguesas, de norte a sul, a desenvolverem em conjunto e em sintonia com os seus professores projectos interessantíssimos de artes,ciências e desporto. Procurem.
3 canhotices:
Politicamente incorrecto, porquê?
Por mim estou de acordo!
Não me agrada muito a intervenção da Procuradoria-Geral da República. Mas há uma coisa que não estamos a ver. O Procurador anda há mais de um ano a chamar a atenção para o problema, e no governo finge-se que não se passa nada. O problema tem vindo a crescer e está alicerçado em vários fenómenos, mas fundamentalmente nas políticas educativas que, ao longo de 30 anos, têm sido sistematicamente permissivas. Tirando casos mais agudos em certas zonas urbanas, penso que a escola pública não tem de ser um ninho de indisciplina, nem acho que a democratização do ensino, a que sou completamente favorável, implique que a qualidade desça para os níveis que se pretende.
Este caso por si só é irrelevante. Sempre aconteceram casos destes e vi, enquanto estudante, coisas piores. Mas o problema surge no momento em que há uma forte conflitualidade professores/governo, com este a desautorizar sistematicamente aqueles (toda a legislação deste governo é fomentadora, por incúria, de uma atitude de não aprendizagem). Surge também num momento onde parece haver conflitualidade entre Ministra da Educasção/Procurador-Geral da República.
Há fenómenos sociais que permitem enquadrar a situação, mas também há fenómenos políticos que fomentam, na prática, a indisciplina e o não querer estudar.
O que é grave é que tenha de ser o Procurador a tentar dar um rumo à educação. Estranho, não é?
Abraço,
JCM
O problema é efectivamente grave demais.
Este “filme do Porto” é mais um, a juntar a outros bem mais graves (não filmados).
Desde professores barbaramente espancados (ficando com profundas marcas psicológicas) desses há ainda casos em tribunal (refiro-me concretamente à prof. Brites do distrito de Aveiro, mesmo com grandes ameaças ela foi para tribunal e comunicação social).
Pergunto:
Porque razão alguns C. Directivos, não deixam que estes casos vão para os jornais ou para tribunal?
Porque andaram os professores a ocultar, estas situações?
Os sucessivos governos colocaram a Educação, onde ela se encontra actualmente. O desgoverno do PS, desautorizou de vez os professores.
O orgulho, dignidade e honestidade era o lema destes profissionais. Hoje, mais não são que malandros, terroristas, etc, na boca da sinistra ministra e Sócrates.
Penso, que a aluna haveria de ter um castigo, exemplar. A turma toda reprovada, este ano lectivo. (Se vão para outra escola, serão os heróis da turma)!
Depois, começarem a discutir muito seriamente, este problema que é nacional.
GR
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