Amor,amor,
O amor antigo O amor antigo vive de si mesmo,não de cultivo alheio ou de presença.Nada exige, nem pede. Nada espera,mas do destino vão nega a sentença.O amor antigo tem raízes fundas,feitas de sofrimento e de beleza.Por aquelas mergulha no infinito,e por estas suplanta a natureza.Se em toda parte o tempo desmoronaaquilo que foi grande e deslumbrante,o antigo amor, porém, nunca fenecee a cada dia surge mais amante.Mais ardente, mas pobre de esperança.Mais triste? Não. Ele venceu a dor,e resplandece no seu canto obscuro,tanto mais velho quanto mais amor.Carlos Drummond de Andrade GR
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Torres Novas - 30 anos desde 25 Abril from antero on Vimeo.
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O amor antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade
GR
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