CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

Carlos Tomé, Rui Alves Pereira e António Canais foram alguns dos intervenientes da Conferência de Imprensa da CDU/Torres Novas de ontem
( Foto: Arquivo Canhotices)
Depois da Conferência de Imprensa de ontem, começaram hoje a sentir-se as primeiras reacções. O Presidente da Câmara de Torres Novas afirmou espantosamente à agência Lusa que admite integrar o espólio de MARIA LAMAS - ILUSTRE TORREJANA na Casa da Literatura "se o espólio for digno".
Ou seja ninguém sabe o que é o espólio de A. Lobo Antunes. Sabe-se que vem aqui parar por uma questão de afectividade ( o irmão do escritor é vereador), a Câmara apresenta a Casa Lobo Antunes como um facto consumado ( sem qualquer discussão) mas quer avaliar o espólio de uma das mais ilustres torrejanas de sempre. Quem vai avaliar a "dignidade" do espólio de Maria Lamas? O próprio Presidente? Lobo Antunes?
Eis a notícia hoje na LUSA:
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/ZQ9D0xjHI0Mm1zkqn6zPzg.html

CDU quer espólio de Maria Lamas na Casa da Literatura, autarquia admite se for digno
17 de Julho de 2007, 12:33
Torres Novas, Santarém, 17 Jul (Lusa)
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O presidente da Câmara de Torres Novas, António Rodrigues (PS), admite integrar o espólio da escritora torrejana Maria Lamas na Casa da Literatura "caso seja digno", conforme defendido pela CDU local.
O vereador da CDU da Câmara de Torres Novas, Carlos Tomé, defende que a autarquia adquira o espólio da escritora torrejana Maria Lamas e que o exponha junto ao acervo de António Lobo Antunes, na Casa da Literatura, propondo ainda a criação de uma rede entre os museus locais.
António Rodrigues considera que a CDU "não sabe se [Maria Lamas] tem espólio digno", mas, caso exista, o autarca admite integrá-lo na Casa da Literatura.
"Se houver claro que sim", afirmou o autarca.
O actual edifício dos Paços do Concelho vai receber a Casa da Literatura, mas a CDU propõe que receba também o Museu Nacional Alfredo Keil, "evitando a construção de um edifício para o efeito".
Para o vereador da CDU, os projectos de criação do Museu Nacional Alfredo Keil e da Casa da Leitura António Lobo Antunes "devem ser reequacionados" e "adequados à realidade de Torres Novas".
"Sejam menos megalómanos", apelou.
Carlos Tomé critica a utilização de "um orçamento global de 14 milhões de euros exclusivamente vocacionado para a cidade", acrescentando que a autarquia "esquece o resto do concelho".
Na sua opinião, um "investimento prioritário" seria a aposta "no saneamento básico e no ambiente" para "tentar aproveitar o Quadro de Referência Estratégica Nacional" (QREN).
A preservação da Várzea dos Mesiões, a despoluição do rio Almonda, a preservação do património histórico e arqueológico são algumas das propostas agora apresentadas pela CDU, que "não se opõe" à reabilitação do centro histórico de Lapas e Torres Novas.
A CDU afirmou ainda desconhecer as orientações do plano estratégico para o concelho, que está a ser elaborado pelo economista Augusto Mateus, e que, segundo o presidente da Câmara de Torres Novas, "será apresentado em Setembro".
António Rodrigues explicou à Agência Lusa que o projecto Turris XXI - Cidade Criativa, apresentado recentemente pela autarquia, não "é um investimento prioritário", mas sim uma aposta cultural, rebatendo ainda a crítica à falta de intervenções nas freguesias.
"Tenho dez obras de relevo fora da cidade, agora só tenho a recuperação de uma rua no centro histórico", afirmou.
Como prioridade, António Rodrigues aponta "em primeiro lugar os centros educativos do concelho" salientando que a "Cidade Criativa faz parte da recuperação do centro histórico", em paralelo com a "Sociedade de Reabilitação Urbana [SRU], para privados".
O Turris XXI - Cidade Criativa, orçado em mais de 12,5 milhões de euros, prevê uma intervenção no centro histórico de Torres Novas, sendo um dos projectos que a autarquia quer candidatar ao próximo QREN.
A cidade espera acolher nos próximos anos o espólio do músico, pintor e poeta Alfredo Keil e o acervo pessoal do escritor António Lobo Antunes.
Para António Rodrigues, o Museu Nacional Alfredo Keil, a Casa da Literatura António Lobo Antunes e o Centro de Ciência Viva, orientado para a arquitectura industrial tendo por tema a Energia, - projectos previstos no Turris XXI - ultrapassam a dimensão concelhia, assumindo relevância para a região e para o país.
O projecto em que se inserem, o Cidade Criativa, tem como "centro nevrálgico" o castelo - que tem vindo a ser alvo de intervenções na Alcaidaria, torres (nomeadamente com a reconstrução da que foi arrasada no terramoto de 1755) e na envolvência - e o rio, dois elementos que "em poucas cidades do país se entrelaçam como em Torres Novas".
Além das obras no castelo, no terreiro da Igreja de Santa Maria do Castelo (com valorização dos achados arqueológicos) e na muralha da Cerca (fernandina), orçadas em cerca de um milhão de euros, o projecto prevê a ampliação do Jardim das Rosas (470.000 euros), estendendo-o da zona das piscinas até à Biblioteca Municipal (a inaugurar brevemente), junto à qual será construída uma nova ponte sobre o rio Almonda (100.000 euros).
Entre os edifícios propriedade do município que, no âmbito do projecto, a autarquia quer requalificar "para dar utilização" está a Quinta da Lezíria, situada na proximidade do Jardim das Rosas e que se transformará num "pátio de colectividades", acolhendo as associações do concelho, numa obra orçada em 750.000 euros.
A obra de maior envergadura (3,5 milhões de euros) é a que permitirá mudar os Paços do Concelho (actualmente com serviços a funcionar em diversos edifícios da cidade) para o antigo Convento do Carmo.
O Cidade Criativa prevê ainda, entre outros, a transformação do antigo Mercado do Peixe num centro de artes, denominado Mercado das Ideias, com espaço para residências artísticas nas áreas da dança, da música, do teatro e das artes plásticas (1,5 milhões de euros), sendo contíguo ao Museu Alfredo Keil, com o qual se articulará juntamente com o Teatro Virgínia.
JPS/MLL
Lusa/fim.

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