MANIFESTO
Passaram 32 anos após a conquista dos sonhos. Foram os nossos pais. Portugal saiu para as ruas e as suas avenidas povoaram-se de futuro e construção. Abriram-se escolas, criou-se hospitais, os médicos vieram para o interior, as comissões de bairro juntaram-se aos arquitectos e, nasceram casas para todos. Parques Infantis para as crianças. Portugal, Portugal todo, ganhou direito a gozar férias, mesmo quando ofereceu um dia de trabalho para a nação. A banca, os impérios financeiros, os monopólios industriais passaram para as mãos do povo. Passaram 32 anos e construímos para a nossa República, a Constituição – retrato da nossa luta, portugueses libertos pelas nossas mãos.
Hoje parece que perdemos o futuro. Desistimos, resignámos e o passado é que nos faz andar. Começamos nas coisas mais simples da nossa vida. Impingem-nos a Sopa da Avó, os bolos da Avó, a vida da avó – que coitada viveu na vil pobreza salazarenga…da sardinha para quatro. Ah dantes é que era bom…
No tempo da boa educação, do respeitinho e do juizinho. Todos ordenadinhos. Quando o Eusébio jogava e lutávamos contra os terroristas dos pretos de África.( Vejam lá que eles derreteram tudo quanto lá deixámos….)
Levam-nos as escolas, os hospitais, as maternidades, os direitos laborais, a segurança social e porra, dizem que é para o bem das gerações futuras.
Mas que raio de merda é esta das gerações futuras? É dar cabo do país que os meus pais construíram naquela madrugada de Abril?
As gerações futuras…Eles preocupam-se lá com as gerações futuras! Eles, a geração futura, que gramem os morangos com açúcar, a consola, a camisa de Vénus, o telemóvel, as mensagens sms e sobretudo cantem, cantem muito a cançãozinha reaccionária da Floribella, em que os ricos são uns pobres (!), coitados - vale mais ser pobrezinho, ouviram? De pequenino se torce o pepino.
Passaram 32 anos após a conquista dos sonhos. Foram os nossos pais. Portugal saiu para as ruas e as suas avenidas povoaram-se de futuro e construção. Abriram-se escolas, criou-se hospitais, os médicos vieram para o interior, as comissões de bairro juntaram-se aos arquitectos e, nasceram casas para todos. Parques Infantis para as crianças. Portugal, Portugal todo, ganhou direito a gozar férias, mesmo quando ofereceu um dia de trabalho para a nação. A banca, os impérios financeiros, os monopólios industriais passaram para as mãos do povo. Passaram 32 anos e construímos para a nossa República, a Constituição – retrato da nossa luta, portugueses libertos pelas nossas mãos.
Hoje parece que perdemos o futuro. Desistimos, resignámos e o passado é que nos faz andar. Começamos nas coisas mais simples da nossa vida. Impingem-nos a Sopa da Avó, os bolos da Avó, a vida da avó – que coitada viveu na vil pobreza salazarenga…da sardinha para quatro. Ah dantes é que era bom…
No tempo da boa educação, do respeitinho e do juizinho. Todos ordenadinhos. Quando o Eusébio jogava e lutávamos contra os terroristas dos pretos de África.( Vejam lá que eles derreteram tudo quanto lá deixámos….)
Levam-nos as escolas, os hospitais, as maternidades, os direitos laborais, a segurança social e porra, dizem que é para o bem das gerações futuras.
Mas que raio de merda é esta das gerações futuras? É dar cabo do país que os meus pais construíram naquela madrugada de Abril?
As gerações futuras…Eles preocupam-se lá com as gerações futuras! Eles, a geração futura, que gramem os morangos com açúcar, a consola, a camisa de Vénus, o telemóvel, as mensagens sms e sobretudo cantem, cantem muito a cançãozinha reaccionária da Floribella, em que os ricos são uns pobres (!), coitados - vale mais ser pobrezinho, ouviram? De pequenino se torce o pepino.
E de pequeninos há por aí uns artistas que percebem.
E depois temos que gramar com o Berardo a vender o American Express a dizer que a gente com trabalhinho também lá chegamos…Como se o Joe tivesse lá chegado com trabalho.
A fábrica fecha, desenrasca-te.
As mulheres vão parir a Espanha, acho muito bem que as tias finas já lá vão abortar. Desenrasca-te
Não há centro de saúde, vai ao privado.
Não há escola, paciência – ainda se ganha bem nas obras.
Estás contratado a prazo até não sei quando? Azar, flexibiliza-te.
Juizinho! Veste a gravatinha e nada de greves ouviste? A Política não é para ti.
Esses gajos até são todos iguais…(Ainda chegas a sub gerente do balcão do nosso banco…)
É tudo tão moderno. Vem a malta do Beato com o compromisso, falam em futuro e eu só vejo o Salazar à frente. Mas como isto é uma democracia existe a esquerda, pá, do gin tónico, pá, com putos que deitam fogo pela boca e tocam djambé, pá. É também uma esquerda nova, pá. É moderna pá. Quer referendos por tudo pá, até prá segurança social da nossa constituição pá. Eles são modernos pá e eu só vejo antigos meninos reguilas à frente pá. Topas? É uma beca de esquerda, pá....
O futuro que nos arranjam agora é um futuro com parcerias com a sociedade civil – que é como quem diz, aí vem de novo a caridade!!! E à porta do supermercado do Belmiro cravam-me para o Banco Alimentar, na rua dizem-me que é contra a droga, dou mais 50 cêntimos para a Insttuição não sei do quê…Pergunto e ninguém responde: Onde está o meu IRS, a minha segurança social…São tão lindas as parcerias e o voluntariado. Mas o Estado não se obriga a nada?
A culpa disto ainda é dos pretos! Se ao menos fizessem como a Sara Tavares que é uma preta de respeito, foi morar pró condomínio e dá música aos vizinhos com um bom feeling. Aliás estamos tão à frente que os pretos no nosso país vivem todos como a boa da Sara no anúncio. A Azinhaga dos Besouros nunca existiu.
Mas o mais grave é a desfaçatez com que se trata os pobres da nossa terra! Hoje na televisão os senhores da Inspecção económica apreenderam peixe a comerciantes que trabalham honestamente, por vir em caixas de madeira – impróprio para consumo! Mas o peixe apreendido lá foi parar ao Banco Alimentar Contra a Fome. Então eu pergunto: Não serve para os restaurantes e serve para os pobres? Coitadinhos, não é?! Antes prós pobrezinhos e fazer mal do que deitar fora.
Porra! Mas quando é que nesta terra se enterra o Salazar?
E depois temos que gramar com o Berardo a vender o American Express a dizer que a gente com trabalhinho também lá chegamos…Como se o Joe tivesse lá chegado com trabalho.
A fábrica fecha, desenrasca-te.
As mulheres vão parir a Espanha, acho muito bem que as tias finas já lá vão abortar. Desenrasca-te
Não há centro de saúde, vai ao privado.
Não há escola, paciência – ainda se ganha bem nas obras.
Estás contratado a prazo até não sei quando? Azar, flexibiliza-te.
Juizinho! Veste a gravatinha e nada de greves ouviste? A Política não é para ti.
Esses gajos até são todos iguais…(Ainda chegas a sub gerente do balcão do nosso banco…)
É tudo tão moderno. Vem a malta do Beato com o compromisso, falam em futuro e eu só vejo o Salazar à frente. Mas como isto é uma democracia existe a esquerda, pá, do gin tónico, pá, com putos que deitam fogo pela boca e tocam djambé, pá. É também uma esquerda nova, pá. É moderna pá. Quer referendos por tudo pá, até prá segurança social da nossa constituição pá. Eles são modernos pá e eu só vejo antigos meninos reguilas à frente pá. Topas? É uma beca de esquerda, pá....
O futuro que nos arranjam agora é um futuro com parcerias com a sociedade civil – que é como quem diz, aí vem de novo a caridade!!! E à porta do supermercado do Belmiro cravam-me para o Banco Alimentar, na rua dizem-me que é contra a droga, dou mais 50 cêntimos para a Insttuição não sei do quê…Pergunto e ninguém responde: Onde está o meu IRS, a minha segurança social…São tão lindas as parcerias e o voluntariado. Mas o Estado não se obriga a nada?
A culpa disto ainda é dos pretos! Se ao menos fizessem como a Sara Tavares que é uma preta de respeito, foi morar pró condomínio e dá música aos vizinhos com um bom feeling. Aliás estamos tão à frente que os pretos no nosso país vivem todos como a boa da Sara no anúncio. A Azinhaga dos Besouros nunca existiu.
Mas o mais grave é a desfaçatez com que se trata os pobres da nossa terra! Hoje na televisão os senhores da Inspecção económica apreenderam peixe a comerciantes que trabalham honestamente, por vir em caixas de madeira – impróprio para consumo! Mas o peixe apreendido lá foi parar ao Banco Alimentar Contra a Fome. Então eu pergunto: Não serve para os restaurantes e serve para os pobres? Coitadinhos, não é?! Antes prós pobrezinhos e fazer mal do que deitar fora.
Porra! Mas quando é que nesta terra se enterra o Salazar?
José M Pereira
Torres Novas 19 Setembro 2006
5 canhotices:
Talvez o problema não fosse o Salazar...
Eu subscrevo!!
também discordo que seja Salazar o elo comum ou presente em todos os aspectos focados. isso é um complexo que temos de deixar de parte. já houve tempo e oportunidades para superar as consequências da ditadura, que de resto não foram aproveitadas, pelos governos que já tivemos depois e um pouco por todos nós.
mas este manifesto tem muitos pontos que não envergonhavam nenhum social democrata. eu não me envergonho de os subscrever, até porque se tratam de problemas que dizem respeito à "saúde" da nossa democracia. Já a Sara Tavares é de facto uma preta de repeito. ainda na semana passada a ouvia num café em Sarajevo. abraço.
Jorge,
para ti um abraço.
Este manifesto é provocadoramente (ou tenta ser) de matriz progressista - e a social-democracia é na sua essencia e pureza, analisada à luz da Ciência Política, também progressista. Por isso não me espanta que este manifesto não envergonhe os sociais democratas.
É preciso travar um combate sério ao neo-conservadorismo, populista,tacanho e anti-democrático que se vem instalando na sociedade portuguesa: É preciso juntar todas as vozes progressistas a um país chamado futuro, moderno, cullto e humanista. Convocamos a esta causa os Sociais Democratas, Católicos Progressistas, Republicanos, Monárquicos, Socialistas de diferentes matizes.
( quanto á Sara, também aprecio-a sinceramente. Mas essa é outra questão: BOM FEELING!)
Parece mentira mas não...é mesmo o País que temos.
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