cartoon " O MIRANTE" (arquivo)
Era inevitável. Só não via quem não queria ver.
Depois da crise do inicio dos anos 90 que destruiu uma boa parte do tecido industrial torrejano, fomos vendo nestes últimos dois anos ao lento desaparecimento de muitas pequenas e médias empresas. Ao mesmo tempo, a situação na "histórica" Fiação e Tecidos foi-se agravando, encontrando-se há largo tempo a trabalhar em lay-off.
Os sinais estavam aí. Bastava andar nas ruas ou passar pelo menos uma manhã no Centro de Emprego da Cidade.
Insistentemente os responsáveis autárquicos têm negado a crise social, que está instalada,embora por vezes (mal) disfarçada. Como se Torres Novas pudesse ser uma oasis ou uma ilha isolada.
Agora a UNIVEG, multinacional situada em Riachos, inaugurada com pompa e circunstância acaba de proceder a um despedimento colectivo de 42 trabalhadores - a confirmarem-se as notícias publicadas aqui.
Será que ouviremos alguma palavra dos responsáveis autárquicos da Junta de Freguesia de Riachos e da Câmara Municipal de Torres Novas?
É óbvio que a autarquia não pode ser responsabilizada pela gestão de unidades privadas.
Mas porque é que na hora do anúncio de novas unidades industriais os autarcas se arrogam no direito de se auto-proclamarem os grandes heróis dos novos investimentos e depois na hora do adeus se remetem a um profundo mas ruidoso silêncio?
3 canhotices:
Correctíssimos os dois últimos parágrafos. Aliás, aplicam-se a quase todas as áreas de actividade e a todo o País.
Se cabe tantas vezes a esses autarcas o mérito de conseguir mobilizar e atrair esse investimento, por que raio se haverão de esconder na hora de ver esse esforço reconhecido?!
E por que raio haverão de assumir uma qualquer espécie de derrota pessoal quando depois alguma dessas empresas obtém maus resultados?!
Afinal, os autarcas são ou não responsáveis pela gestão privada dessas unidades?!
Que mania a destes comunistas! É que eles sabem que se estiverem no poder podem tanto nestas coisas como os outros partidos, mas fazendo um pouco de algazarra e "solidariezando-se" com os trabalhadores (seja lá o que isso for. Presumo que não seja uma atribuição de subsídios a partir dos fundos do partido), já ficam melhorzitos de consciência e dormem mais descansados...ainda que não tenham feito diferença nenhuma.
Aos autarcas cabe, sim, reagir a estes desaires fazendo mais por atrair novos investimentos que criem outros postos de trabalho, e mais nada. O resto não é política, é cagança ideológica.
Caro anónimo:
Uns comem os figos, a outros rebenta-lhes a boca...
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