Vamos falar dos pódiuns eleitorais.
Quando se fala em eleições e se analisam resultados eleitorais a ordenação das forças pelo número de votos é importante: facto inegável.
Mas essa serieção é um entorse estatístico de valor sociológico quase nulo. Os resultados eleitorais devem ser analisados com um bolo e a forma como os eleitores se espalham por esse bolo é muito mais relevante.
falemos de coisas práticas:
CASO 1
O partido x consegue 75% dos votos
O partido Y consegue 23% dos votos.
O partido z consegue 2% dos votos
O partido Y está em segundo lugar - mas a sua força é absolutamente residual.
CASO 2
O partido x consegue 40% votos
o partido Y consegue 23% dos votos
o partido z consegue 17%
o partido xpto consegue 15%
o partido zxcv consegue 5%
Tanto num caso como noutro o partido Y consegue 23 % dos votos e e em ambos os casos está em segundo lugar - mas ninguém parece ter dúvidas que no caso 2 o Partido Y influencia muito mais a sociedade.
Conclusão óbvia: análises eleitorais baseadas apenas na ordenação dos partidos ( mesmo tendo em conta a sua votação) estão sujeitas ao falhanço.
Mais que a ordenação é importante a distribuição eleitoral - excepção feita obviamente aos sistemas maioritários em que o "winner takes all", como sucede nos EUA:
Falemos pois daquilo que já se desconfia. O Bloco e a CDU.
Sejamos claros:
o Bloco teve um bom resultado? teve.
A eleição do 3º deputado europeu é importante para o Bloco? Claro.
É relevante, face aos resultados obtidos por todos os partidos, que o BE tenha ultrapassado a CDU: obviamente, não. Isso é mistificação estatística, que apenas serve a propaganda e a manipulação psicológica - em que os media alinharam desde logo...
Estamos a falar de duas forças políticas que cresceram eleitoralmente em paralelo, conquistando uma e outra, eleitores e que no final obtiveram resultados praticamente iguais e que só a aplicação do método de Hondt influenciou na distribuição de mandatos.
Outra questão interessante, que abordaremos proximamente tem a ver com a volatilidade eleitoral.
2 canhotices:
Ai mãezinha, o que estes tipos dizem para virar o bico ao prego...
Até psicologia intricada e usam para negar o óbvio. Chamam-lhe a "volatilidade eleitoral". AH AH AH!
Com que então o BE e o PC são forças que cresceram em paralelo...?
negar o óbvio?
- crescimento percentual da CDU?
-crescimento eleitoral da CDU ( mais 70 000 votos)
-O PS obtém o 2º pior resultado de sempre ( o pior foi em 1985, nas legislativas, no auge da crise social 82-85, com Mário Soares ausente do PS a preparar as presidenciais, com Almeida Santos (!) concorrendo contra Cavaco e o epi-fenómeno PRD em força!
Os factos são um aborrecimento.
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