Ainda há quem acredite na bondade de esquerda do PS. Depois destes anos todos ainda há quem veja no PS uma força capaz de representar a esquerda - como se a grande tarefa a que Sócrates se propôs não fosse afinal limpar o PS de qualquer carga ideológica socialista no Partido, como se a grande tarefa a que Sócrates não fosse a redefinição ideológica do PS iniciada aliás quando Mário Soares resolveu arrumar o socialismo na gaveta.
Esses que acreditam na inevitável redenção do PS à esquerda, lançaram agora uma petição apelando à unidade da esquerda em Lisboa contra o perigo chamado Santana. Entre os subscritores encontra-se gente que reputo como séria embora carreguem durante toda a vida uma estranha ingenuidade que os faz perseguir o velho sonho utópico da unidade de esquerda antifascista. Mas na realidade, nos momentos decisivos da vida nacional o PS escolheu sempre aliar-se à direita, protagonizar políticas de direita e encabeçar a destruição dos direitos e conquistas da revolução de Abril.
Falemos claro: Há naqueles nomes, muita gente que já deu muito ao nosso país. Há gente que dá muito a Lisboa e a Portugal. Há ali gente bem intencionada. Há por detrás desse sonho da unidade de esquerda o justo direito à indignação, à imaginação e ao sonho por uma sociedade mais justa, livre e democrática. Mas ao fim de 35 anos, há alturas em que o realismo impera sobre a utopia.
Que aliança de esquerda se pode fazer quando a direcção do PS, o projecto político do PS para Lisboa e para o País apontam no sentido da reacção social, da regressão e na realização de uma praxis anti-socialista?
A política do PS e seus principais actores está voltada contra os mais desfavorecidos. Tem sido a política do PS a responsável pela pobreza, pelos baixos salários, pela precariedade, pelos recibos verdes, pelo desemprego, pelas pensões miseráveis, pela destruição do aparelho produtivo nacional , pela favorecimento dos grandes grupos económicos, pelo apoio à banca e banqueiros,pelo abandono da cultura, pela tragédia da nossa educação, pela saída de cientistas e investigadores do país, pelo regresso em força da emigração dos nossos melhores quadros jovens.
E aqui não há o PS de Sócrates e o PS de Costa na Câmara de Lisboa. Porque Costa foi um dos principais rostos da aplicação e da concretização destas políticas para o país. Pode Costa protagonizar seriamente, nesta altura, de um verdadeiro projecto de esquerda? Não Costa, não pode dar cambalhotas para trás. Tem o seu nome inscrito na marca da governção do PS!
É esta dureza da realidade em que os portugueses vivem que obrigam os partidos políticos afirmativamente de esquerda a pugnarem pela construção de uma política alternativa alicerçada numa ruptura democrática.
É esse o desafio que os partidos e movimentos de cidadania agrupados na CDU têm a propôr aos lisboetas e ao país. É aqui afinal o espaço da convergência de uma esquerda que luta, combate, resiste e propõe!
2 canhotices:
Agora até o Jeronimo de Sousa, já dá entrevistas á revista da Igreja Universal do Reino de Deus, vulgo IURD,
E dizia o velho Marx que a religião é o ópio do povo.
Para este PCP vale tudo
eis jeronimo, o ortodoxo de quem se dizia iria fechar o seu partido à sociedade até ao seu fim.
Eis jerónimo de quem tanto se disse e pouco se acertou:
para desgosto de alguns é bem verdade.
enganaram-se: temos pena.
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