O repórter Vitor Gonçalves da RTP está neste momento a falar em directo no Telejornal desde o México.
Dúvida: Porque é que está a usar uma máscara no... queixo???!
Não sei se já estava previsto: ou se na direcção de campanha do PS alguém gritou por socorro! A verdade é que depois das primeiras prestações televisivas de Vital Moreira e das suas trapalhadas e contradições com o secretário geral do PS, os outdoors com o rosto do cabeça de lista rosa foram substituídos. Nestes novos outdoors, o PS afirma-se como o Partido da Europa (?????) e apresenta as imagens de Soares, Guterres e Sócrates. Curiosamente as imagens surgem nos outdoors como espectros - imagens vagamente perdidas no cartaz. O que é hoje o PS senão isso? um imenso e viscoso espectro constituído por um programa político feito de nada, cheio de vazio, alimentando um imenso centro de emprego para "rosa - boys" e a gula dos interesses do poder económico.
Entretanto a Drª Manuela Ferreira Leite decidiu dar-nos o telefone de um call center. Nada melhor para simbolizar o resultado das políticas do centrão enviezado à direita que nos governou nos últimos 30 anos, do que colocar os portugueses a telefonar para um call center onde provavelmente seremos atendidos atenciosamente por um jovem licenciado a recibos verdes! Não insista D. Manuela: Não, não me seduz com o seu " me liga vai".
Entretanto a Drª Manuela Ferreira Leite decidiu dar-nos o telefone de um call center. Nada melhor para simbolizar o resultado das políticas do centrão enviezado à direita que nos governou nos últimos 30 anos, do que colocar os portugueses a telefonar para um call center onde provavelmente seremos atendidos atenciosamente por um jovem licenciado a recibos verdes! Não insista D. Manuela: Não, não me seduz com o seu " me liga vai".
Próximo telejornal de sexta-feira da TVI com M & M Guedes:
Gripe suína = Porcos
Porcos = Montijo
Montijo = Alcochete
Alcochete = Fripó
Fripó = Socas!!!!!!!
Andavam os porcos em paz e zás, foram metidos ao barulho.
A histeria na comunicação social em volta da gripe tem marcado os noticiários.
É o caso que se suspeita na Austrália, em Espanha há outro, mau, mau, o médico pneumologista, a senhora ministra, o senhor da farmácia, a linha 24 , é o avião que chega com turistas da riviera maya que olham com olhos esbugalhados de espanto para o aparato mediático à sua chegada, sorriem para as câmaras, cumprem os dois minutos de fama que parece que temos todos destinados, bem feito, isto digo eu ao ver na televisão os tais turistas bronzeados desperdiçarem de maneira tão vã os seus dois minutos que lhes estavam atribuídos, oiço os foruns nas rádios, o tamiflu que há, o tamiflu que devia haver, e a gente, ouve, vê, e vai sentindo um ardor na ponta do nariz, funga-se ligeiramente primeiro, o espirro que vem depois, outro espirro, oh diabo, isto ou é alergia ou...
O Cheira-me a Revolução é um blogue colectivo onde passámos a colaborar. Calhou-nos em calendário organizado que o primeiro post tivesse calhado hoje. Ocorreu-nos escrever isto que lá está publicado: CONVIDO A CLICAR AQUI PARA LEREM...
Excerto da Intervenção da CDU nas Comemorações Oficiais do 25 de Abril em Torres Novas:
" (...) A crise que vivemos hoje é uma crise séria e profunda. Uma crise que também passa por Torres Novas. Há quem não goste de ouvir dizer isto: Mas a crise também passa por Torres Novas! É impossível não ver os sinais!
Em Torres Novas há desemprego, empresas com salários em atraso e empresas cujo futuro é incerto. Há trabalho precário e muitos recibos verdes! Recorre-se a empresas de trabalho temporário que se descartam dos trabalhadores como se fossem peças! Há de novo medo de perder o emprego. São cada vez mais os torrejanos que não têm médico de família. Muitos reformados deixaram de comprar medicamentos. As pessoas estão mais inseguras. Aqui, no nosso concelho, há cada vez mais pobres e novos pobres – há de novo pobreza envergonhada! (...) "
Felizmente há democracia.
Se não vivêssemos em Democracia o senhor Presidente da Câmara de Santa Comba Dão não teria decerto coragem para afrontar o regime em vigor.
Somos livres. Ainda bem.
Mesmo que essa liberdade sirva para o senhor Presidente da Câmara de santa Comba Dão a insultar.
Homenagear salazar já revela no mínimo mau gosto.
Homenagear salazar no dia 25 de Abril é ofensa grosseira.
Felizmente vivemos em Democracia e o senhor presidente irá todo pimpão inaugurar o largo Salazar em 25 de Abril.
Do programa da festa, parece que vai haver porco assado no espeto.
Acho bem. Por detrás desse porco está um simbolismo tremendo:
Nada melhor para lembrar de forma justa o ditador que...
a imagem de um porco a assar no espeto!
Felizmente há democracia!
DIA NÃO
Poema de José Saramago
Música de Luís Cília
De paisagens mentirosas
de luar e alvoradas
de perfumes e de rosas
de vertigens disfarçadas.
Que o poema se desnude
de tais roupas emprestadas
seja seco, seja rude
como pedras calcinadas
Que não fale em coração
nem de coisas delicadas
que diga não quando não
que não finja mascaradas
De vergonha se recolha
se as faces tiver molhadas
para seus gritos escolha
as orelhas mais tapadas
E quando falar de mim
em palavras amargadas
que o poema seja assim
portas e ruas fechadas
Ah! que saudades do sim
nestas quadras desoladas.
O poeta tem olhos de água para reflectirem todas as cores do mundo,
e as formas e as proporções exactas,
mesmo das coisas que os sábios desconhecem.
Em seu olhar estão as distâncias sem mistério que há entre as estrelas,
e estão as estrelas luzindo na penumbra dos bairros da miséria,
com as silhuetas escuras dos meninos vadios esguedelhados ao vento.
Em seu olhar estão as neves eternas dos Himalaias vencidos
e as rugas maceradas das mães que perderam os filhos na luta entre as pátrias
e o movimento ululante das cidades marítimas onde se falam todas as línguas da terra
e o gesto desolado dos homens que voltam ao lar com as mãos vazias e calejadas
e a luz do deserto incandescente e trémula,
e os gestos dos pólos, brancos, brancos,
e a sombra das pálpebras sobre o rosto das noivas
que não noivaram
e os tesouros dos oceanos desvendados
maravilhando com contos-de-fada à hora da infância
e os trapos negros das mulheres dos pescadores esvoaçando
como bandeiras aflitas
e correndo pela costa de mãos jogadas pró mar amaldiçoando a tempestade:
- todas as cores, todas as formas do mundo se agitam e gritam nos olhos do poeta.
Do seu olhar, que é um farol erguido no alto de um promontório,
sai uma estrela voando nas trevas
tocando de esperança o coração dos homens de todas as latitudes.
E os dias claros, inundados de vida, perdem o brilho nos olhos do poeta
que escreve poemas de revolta com tinta de sol
na noite de angústia que pesa no mundo
Manuel da Fonseca, in Poemas Completos
António Filipe e Carlos AnjosPromovido pela CDU local, vai realizar-se amanhã, dia 17 Abril o debate público "A SEGURANÇA PÚBLICA - Um direito dos Cidadãos: Como estamos em Torres Novas".
Vão participar no debate o deputado do PCP e Vice - Presidente da Assembleia da República António Filipe; Carlos Anjos presidente da Associação Sindical dos Funcionários da Inspecção Criminal da Polícia Judiciária e Ramiro Silva membro do Conselho Municipal de Segurança.
O debate integrado nas IV Jornadas Autárquicas da CDU contará com a moderação de Marta Silva, eleita da CDU na Assembleia Municipal de Torres Novas, terá inicio às 21.30 com entradas livre no Auditório do Choral Phydellius. Encontram-se também confirmadas as presenças de outras entidades relacionadas com a segurança.
15.4.09
Centenário de Soeiro: A Homenagem em Espinho onde se encontra sepultado
Publicada por
zemanel
|
Vídeo do PCP - Espinho
Intervenções de Fausto Neves e Domingos Abrantes
O Jornal Torrejano noticia hoje na sua edição on line que o primeiro jogo de futebol realizado em Torres Novas foi há 100 anos. Uma curiosidade e um bom furo do JT.
Como bem esteve também a Torres Novas FM, que no noticiário das 12.30 divulgando esta pequena estória tenha ouvido outras estórias antigas da bola contadas por Joaquim Matias Pedro.
A história é feita destas pequenas estórias.
Parabéns ao JT e á Rádio pelo sentido de oportunidade.
Ainda há quem acredite na bondade de esquerda do PS. Depois destes anos todos ainda há quem veja no PS uma força capaz de representar a esquerda - como se a grande tarefa a que Sócrates se propôs não fosse afinal limpar o PS de qualquer carga ideológica socialista no Partido, como se a grande tarefa a que Sócrates não fosse a redefinição ideológica do PS iniciada aliás quando Mário Soares resolveu arrumar o socialismo na gaveta.
Esses que acreditam na inevitável redenção do PS à esquerda, lançaram agora uma petição apelando à unidade da esquerda em Lisboa contra o perigo chamado Santana. Entre os subscritores encontra-se gente que reputo como séria embora carreguem durante toda a vida uma estranha ingenuidade que os faz perseguir o velho sonho utópico da unidade de esquerda antifascista. Mas na realidade, nos momentos decisivos da vida nacional o PS escolheu sempre aliar-se à direita, protagonizar políticas de direita e encabeçar a destruição dos direitos e conquistas da revolução de Abril.
Falemos claro: Há naqueles nomes, muita gente que já deu muito ao nosso país. Há gente que dá muito a Lisboa e a Portugal. Há ali gente bem intencionada. Há por detrás desse sonho da unidade de esquerda o justo direito à indignação, à imaginação e ao sonho por uma sociedade mais justa, livre e democrática. Mas ao fim de 35 anos, há alturas em que o realismo impera sobre a utopia.
Que aliança de esquerda se pode fazer quando a direcção do PS, o projecto político do PS para Lisboa e para o País apontam no sentido da reacção social, da regressão e na realização de uma praxis anti-socialista?
A política do PS e seus principais actores está voltada contra os mais desfavorecidos. Tem sido a política do PS a responsável pela pobreza, pelos baixos salários, pela precariedade, pelos recibos verdes, pelo desemprego, pelas pensões miseráveis, pela destruição do aparelho produtivo nacional , pela favorecimento dos grandes grupos económicos, pelo apoio à banca e banqueiros,pelo abandono da cultura, pela tragédia da nossa educação, pela saída de cientistas e investigadores do país, pelo regresso em força da emigração dos nossos melhores quadros jovens.
E aqui não há o PS de Sócrates e o PS de Costa na Câmara de Lisboa. Porque Costa foi um dos principais rostos da aplicação e da concretização destas políticas para o país. Pode Costa protagonizar seriamente, nesta altura, de um verdadeiro projecto de esquerda? Não Costa, não pode dar cambalhotas para trás. Tem o seu nome inscrito na marca da governção do PS!
É esta dureza da realidade em que os portugueses vivem que obrigam os partidos políticos afirmativamente de esquerda a pugnarem pela construção de uma política alternativa alicerçada numa ruptura democrática.
É esse o desafio que os partidos e movimentos de cidadania agrupados na CDU têm a propôr aos lisboetas e ao país. É aqui afinal o espaço da convergência de uma esquerda que luta, combate, resiste e propõe!
Camarada,
foi junto ao Tejo, para os filhos dos homens que nunca foram meninos que escreveste histórias de meninos feitos Homens. Escreveste histórias de Homens e Mulheres que não recusaram a sua condição de Gente num tempo em que alguns recusaram a sua condição de ser gente, seres Humanos transformados em ratos, ratazanas, hienas e chacais, predadores e peçonhentos.
Foi esse o tempo, em foste sempre o Homem que não negou o teu irmão Homem, a tua irmã Mulher e lutaste com eles, personagens de contos reais pintados a vermelho!
Lutaste por eles , peças soltas da engrenagem , e por eles a tua denúncia escrita e resistência vivida!
Soeiro te chamaram, Comunista por escolha própria e até onde a tua força física te deixou!
Camarada, a roda dos tempos impediu que nos tivéssemos cruzado alguma vez.
Alguém dirá que somos de tempos diferentes.
Enganam-se esses tolos:
o teu tempo é este, como o teu tempo é o meu. O caminho que percorremos, já por ti foi andado. Seguimo-lo. É o menos que nos compete.
Tu que, nesse tempo, já sabias, que vai chegar, um outro Mundo!
Um Mundo que chegará num rio grande, maior que mil Tejos em dia de cheia, a água correndo forte, uma água que trará então vida! vida! vida! transbordando para as margens, o pão, a paz, a liberdade e a fraternidade dos Homens que terão sempre a condição de Homens!
Homens, como tu, camarada Soeiro.
Somos muitos para continuamos a caminhada chamada futuro!
Seremos cada vez mais!
Um abraço fraterno
do teu camarada
zémanel
Torres Novas, 14 Abril 2009
SEM EIRA NEM BEIRA - 2009
Os acontecimentos da morte de Jesus de Nazaré ocorreram em Jerusalém na semana da Páscoa hebraica. Neste período os judeus celebram a Páscoa - passagem em hebraico- dos escravos hebreus do Egipto para a terra prometida de mel e leite.
Mais que um episódio divino, esta passagem fica na História dos Povos, como uma referência do ideal libertador que sempre comandou o Homem colectivo.
Os escravos hebraicos que seguiram Moisés terão ou não passado o mar aberto pelo profeta.
Mas a História retém que a luta daquela massa de gente, unida em busca da sua liberdade como povo saíu triunfante : foi de classe e luta ( e luta de classes) a páscoa original.
Uma Páscoa feita de luta e resistência de um povo pelo leite e mel na terra, numa luta repetida ao longo dos milénios e de que se tem construído o progresso da história das humanidades.
Uma Pácoa que Verdi elogiou na sua ópera Nabucco com o conhecido VA PENSIERE
Mais que um episódio divino, esta passagem fica na História dos Povos, como uma referência do ideal libertador que sempre comandou o Homem colectivo.
Os escravos hebraicos que seguiram Moisés terão ou não passado o mar aberto pelo profeta.
Mas a História retém que a luta daquela massa de gente, unida em busca da sua liberdade como povo saíu triunfante : foi de classe e luta ( e luta de classes) a páscoa original.
Uma Páscoa feita de luta e resistência de um povo pelo leite e mel na terra, numa luta repetida ao longo dos milénios e de que se tem construído o progresso da história das humanidades.
Uma Pácoa que Verdi elogiou na sua ópera Nabucco com o conhecido VA PENSIERE
adriano nascido em nove de abril.
A ver se entendo:
O vital não quer o durão.
o sócrates quer o vital.
o soares não quer o durão.
o durão era amigo do bush.
o sócrates diz que não faz mal.
O importante é o interresse nacional
por isso no ps o pensamento não é igual
pisca o olho à direita
pisca o olho à esquerda
já dizia o outro !
o durão gosta de todos
é porreiro pá
lixou o santana
esse sacana
a caminho da comissão
mas o bush já não se lembra do durão
o obama não sabe quem é o soares
embora o soares goste do obama
a ver se alguém ainda o chama
o sócrates acha o durão porreiro
o vital já está caladinho
respeitinho, respeitinho
mas a ele ninguém o calava
ou esse era o poeta
do sai que não sai?
Passam assim os dias,
fizessem como o velho soares
conhecido guardador de gavetas
sonhando com um mundo
com políticos de alto calibre,
onde pontificam velhos companheiros:
gente fina, do carlucci ao craxi
Percebi? É assim não é?
Porreiro pá!
A Comissão Política Nacional do PS votou ontem a lista ao Parlamento Europeu. Confirmam-se velhas suspeitas: António Rodrigues não faz parte da lista dos convocados (nem dos efectivos, nem dos suplentes...)
Vale isto que é quase certa a sua recandidatura à Câmara de Torres Novas.
Não vale a pena continuar a manter este mini-tabu local de pé. Só resta que nos anuncie se pretende levar o mandato até ao fim ou a se sua lista vai ser construída a pensar na saída a meio do (último) mandato?
Apenas mais uma nota:
Do distrito de Santarém o candidato vem obviamente de... Abrantes. O lobby abrantino / Jorge Lacão escolheu Nelson Baltasar, até aqui presidente da Câmara de Abrantes e que foi derrotado há dois/ três anos nas eleições para a distrital do PS, precisamente por António Rodrigues. Leva como prémio de consolação do seu percurso a companhia na lista do ex- ministro da saúde Correia de Campos e a sua colocação em 15º lugar que apenas permite sonhar remotamente com o lugarzinho em Bruxelas se à sua frente houver uma debandada.
Hoje fica aqui apenas uma palavra de força e confiança para ti, que estás nessa grande ilha e que constróis os teus dias dignificando e dando real e verdadeiro sentido à palavra:
Camarada!
ASTRONOMIA E ANOMIA
José Pacheco Pereira, O PÚBLICO 4 Abril 2009
Dante tinha as sua razões em colocar o Inferno em baixo, o Paraíso em cima, e o Purgatório no meio. A geografia do mundo acabava assim por ser uma escala moral, entre a perdição e a salvação. E nós no meio. Bem no meio, a sermos testados pelo último teste, ou se cai, ou se sobe.
Aqui, em Constância, no Centro de Ciência Viva, no Ano da Astronomia, sempre se pode subir, sempre podemos, de vez em quando, dar-nos ao luxo de escapar.É escapismo, mas é escapismo bom. Olha-se para as estrelas, de onde vêm sempre as mesmas mensagens: isto é demasiado grande para a tua cabeça, isto tem demasiado tempo para o teu corpo, isto é demasiado longe para teres esperança de cá chegar: Isto, no pleno e absoluto sentido do termo, escapa-te e porque te escapa podes também escapar-te para estas andanças, que nunca te perdes.
Contempla, que já não é mau. Há cem poemas bons sobre isto e umas centenas de milhares péssimos, mas olhar para cima ainda vale a pena. Lá por baixo no Inferno, as fábricas despedem, a gente empobrece, a verdade é espécie rara, a mentira é oficial e oficiosa, a liberdade é escassa, anda tudo ao seu e nós ao nosso, mas aqui reina uma verdade muito especial. Há aqui algo que nos foge de uma forma muito radical, mas sem o qual não somos o que somos. Eu sou muito pouco prometeico, mas se há fogo divino, está nas estrelas, e se há pavor, está no espaço negro entre elas.
As cúpulas dos telescópios voltam-se para o lado mais escuro, para a encosta mais ventosa, para o friso negro das copas das árvores. Do outro lado há mais luz, lembrando-nos que já quase não há lugar sobre a Terra que seja escuro, onde os homens não poluam luminosamente o espaço. Não está uma noite muito boa para observações astronómicas. A Lua já tem o lado mentiroso bem saliente e diz que vai diminuir enquanto cresce. A luz fria e metálica enche o céu, e só para longe dela se vêem estrelas. Há névoa. Não se percebe sequer a Via Láctea, e muitas da melhores constelações estão ou demasiado baixo já no ocaso ou no nascimento. Oríon está já escondida, a Cassiopeia por nascer. As Ursas estão lá sempre, mas é essa a sua condição.
O nosso astrónomo residente, Máximo Ferreira, dedica-se ao seu ofício. Abre as cúpulas para que se estabilize a temperatura dos telescópios e os espelhos se habituem ao frio cortante. O vento rouba qualquer calor residual nas faces e nas mãos. Isto da astronomia tem ofício, antes de ter saber. Os aparelhos são especialmente delicados, têm que ser ajustados, calibrados, os seus movimentos acompanhados pela ranhura da cúpula.
Um feixe de laser que parece ir directo da Terra a Saturno aponta o alvo. Lembrei-me do Ícone da Escada Celestial de São João Klimakos.Saturno lá está com os anéis vistos de lado, como se fossem uma linha que atravessa o planeta, na constelação de Leão. Alguns satélites são visíveis no mesmo plano dos anéis. E por lá anda a sonda Cassini, que nos últimos dias fotografou Dione e mapeou ainda com mais detalhe Titã, com os seus lagos e rios (?) de metano. Chove metano em Hotei Arcus em Titã, e isto é não-ficção científica. Em Encélado, a sua jovem superfície brilha e nas cinquenta e duas luas que dançam à volta de Saturno, há mil e uma coisas diferentes para estudar, compreender ou desaprender. É como nos livros, nunca é maçador.
Depois vê-se o M13, o objecto catalogado por Messier com o número 13, um enxame de estrelas na constelação de Hércules. Já estamos no limite do que se pode ver com o olho humano. Foi para este grupo de centenas de milhares de estrelas, envelhecidas, com muita história para contar, que nós tentamos falar em 1974 a partir do radiotelescópio de Arecibo, dizendo coisas simples e complicadas ao mesmo tempo: que contamos de 1 a 10, que somos feitos a partir de um código inscrito no ADN, que somos como somos, dois braços, pernas, cabeça, que vivemos num sistema à volta do Sol e que falamos a partir de um enorme prato entre montanhas. Daqui a 50.000 anos saberemos se há resposta. Podia ser pior, podia ser mais longe.
Quando, (...) escreveu que enviámos a informação de que «contamos de 1 a 10», bom... uma civilização capaz de enviar uma mensagem a outra civilização a dezenas de milhar de anos-luz de distância é capaz certamente de fazer bastante mais do que contar de 1 a 10. O que lhes dissemos que trabalhamos em base 10.(José Carlos Santos) E, por fim, a Lua, que não deixava os seus méritos por telescópios alheios, enchia a ocular com cerca de 60 por cento da sua superfície visível, mostrando o que 51 centímetros de abertura podem fazer. Os mares e as crateras sobrepostas com uma perfeição geométrica, os tons de cinzento e negro, parecem familiares vistos de longe. De perto, a gente percebe que aquilo está bastante morto, já para não dizer que está totalmente morto, que é uma coisa que não há na natureza. Mas bastante morto, há.
Lá em cima, no Alto de Santa Bárbara, a santa protectora contra as tempestades, a senhora dos trovões, a Terra parece demasiado irreal. Ao fim de ver a Lua em grande, a M13 e o seu enxame de estrelas, e o glorioso Saturno, a noite parece outra coisa. Mas, como se sabe, tudo o que sobe tem que descer.
E cá em baixo não está Constância, nem o Tejo, nem os pára-quedistas de Tancos, nem os tanques da Brigada Mista, nem os agricultores das terras ribeirinhas, nem as recordações árabes do Castelo de Almourol. Está o nosso primeiro-ministro mais o seu Freeport, a guerra entre procuradores, a agitação em que andamos todos, o som e a fúria que cresce dos subterrâneos do desemprego, os bancos vilões e os banqueiros moralmente débeis, os demagogos do Bloco, a multidão de economistas a explicar a "crise", as trivialidades da vida de todos os dias, os acidentes na Segunda Circular, os engarrafamentos da Ponte, a histeria das "causas fracturantes", o barulho dos blogues, o silêncio dos que sabem de mais, a logomaquia dos que sabem de menos. Mas é assim, somos o que somos. Descemos sempre mais do que subimos.
Mesmo que, no Ano Internacional da Astronomia, escapemos um pouco para longe. Faz bem.
"Em Constância, no Centro de Ciência Viva, no Ano da Astronomia, sempre podemos dar-nos ao luxo de escapar"
José Pacheco Pereira, in O PÚBLICO, 4 ABRIL 2009
3.4.09
Força! No Caminho da Mudança: 1º Encontro Blogosférico - Encontro de Blogues CDU
Publicada por
zemanel
|
eh pá, o cantigueiro tá na televisão!
A Meia - Via é uma das freguesias mais particulares do concelho de Torres Novas. Foi a última freguesia a ser criada, desagregando-se da freguesia de Santiago e ali está empoleirada em Torres Novas e com um pé no Entroncamento.
A sua força e importância é resultado essencialmente do seu bairrismo e da força das suas colectividades: o operário, a columbófila, o teatro, a filarmónica euterpe...
Nos útlimos anos, se hé lugar que tem razões de queixa do PS (nacional, regional, local, o que quiserem) é a Meia - Via.
Assim de repente vem à memória os problemas com a estradas e arruamentos e sobretudo, o encerramento da extensão de saúde por falta de médico.
Estas questões, fizeram da Meia - Via palco de luta nos últimos anos. Com muitos meiavienses assumindo responsabilidades na defesa das populações!
Hoje leio a edição desta semana d ' " O Almonda " e deparo-me com a notícia do 113º aniversário da Sociedade Filarmónica Euterpe Meiaviense ( SFEM) : Uma bela idade e que confirma o que atrás dissemos.
A Filarmónica fez festa e naturalmente convidou o Presidente da Câmara.
Leio que na ocasião o senhor Presidente discursou e passo a citar:
" marquem um evento até ao dia 30 de Maio e durante ele a será entregue à SFEM, uma tuba nova"
e prossegue o jornal:
" O agradecimento dos presentes foi espontâneo. Uma sonora salva de palmas ecoou na sala"
Ok: percebemos os aplausos - mas não percebemos o porquê do presideente da Câmara tabelar a data de 31 de Maio e exigir a realização de um evento público da SFEM para entregar a dita tuba. Não percebemos? Bem...ano de eleições...
Mas o jornal diz mais:
"Com esta promessa disse o senhor presidente: " quebro a deliberação existente de só se oferecerem instrumentos a bandas que comemorem 125 anos. É que evidenciou, 113 anos, afinal são longevidade bem apreciável e tão digna de distinção como aquelas".
Aqui percebemos tudo. Ou melhor, confirmámos as suspeitas!
Obviamente o senhor presidente da Câmara deseja oferecer a Tuba, já, agora! Não vai esperar 12 anos - o senhor presidente precisa dos votos da Meia Via este ano.
Mas o mais extraordinário é este à vontade de "quebrar deliberações"!
A SFEM merece a tuba? sim, sim.
Mas ela será oferta da Câmara e não do homem que exerce as funções de Presidente.
Curiosamente a tuba vem de quem, por exemplo, nunca teve uma palavra sequer sobre a falta de médicos na Meia - Via.
O descaramento tem destas coisas: Para conquistar votinhos, vale tudo.
Até "quebrar deliberações" e dizê-lo de forma entusiasta...
Já conhecíamos a música pimba- agora conhecemos a política tuba:
É música grossa!
Com esta música do PS, está visto, os próximos meses em Torres Novas vão ser um fartote.
Há uma força política em Torres Novas que tem desenvolvido uma intensa actividade todas as semanas - dispenso-me de referenciar o seu nome...
Obviamente que espera que esse trabalho seja divulgado na Comunicação Social: porque é justo e porque os problemas que levantam merecem ser conhecidos. A divulgação desses problemas na imprensa é muitas vezes meio caminho andado para a sua resolução.
Obviamente os jornais não devem ser órgãos ao serviço de partidos: para isso os partidos e coligações devm procurar ter as suas formas de comunicar.
Mas também é verdade que há jornais regionais que ostensivamente ignoram as actividades de algumas forças políticas. Somos muitos e provavelmente nem todos cabem num mirante...
Mas o que é mais estranho é posteriormente aproveitarem os problemas levantados e virem dar a conhecer aos seus leitores esses mesmos problemas, apresentando-os como se fossem sido descobertos em primeira mão pelo seu alto trabalho de investigação jornalística. Claro que às vezes lá sai uma linha (muito curta) sobre essa força política...raramente, quase nunca.
Assentemos:
Ainda bem que esses jornais divulgam os problemas. Sabemos que a resolução de alguns desses problemas sucede após esses jornais regionais os denunciarem - e isso é afinal o mais importante.
Mas um bocadinho de menos xico-espertice também não ficaria mal.
E então lá teriam que falar no trabalho político da CDU em Torres Novas.
Como diria o outro: pedimos desculpa, vivemos em democracia:
habituem-se!
Ver os telejornais e descobrir, pela voz única dos comentadores que a cimeira dos 20 correu muito bem e descobrir que afinal segundo a voz única dos comentadores dos telejornais a crise vai passar, está praticamente decretado o seu fim, porque da cimeira saíram sinais de confiança e optimismo para o mundo.
É estranha a crença religiosa e inabalável dos comentadores da voz única dos telejornais, fazendo-nos crer com toda a força que a crise é coisa de uma psique social, que dá como resultado uma quebra de confiança dos agentes económicos e que basta agora a voz única transmitida e retransmitida nos telejornais para restaurar a confiança e a economia.
Sem sombra de dúvida.
Estranha crença - metafísca psico-económica:
onde uns vêm psicologia há tantos, tantos que sentem a triste realidade da falência global das nossas vidas, nestes dias.
O Canhotices divulgou aqui com todo o gosto o rosto dos cabeças de lista da CDU às Câmaras Municipais onde esta coligação já exerce o poder: Benavente, Chamusca e Constância - aqui com a candidatura pioneira do Professor Máximo Ferreira. Merecem referência igualmente todos os candidatos da CDU a outras Câmaras do distrito de Santarém. O Canhotices não é isento e faz votos do reforço das posições da CDU em todo o distrito, desejando que a vitória até possa surgir nalguns concelhos que hoje não são maioria CDU.Para já, fica um abraço solidário para os activistas da CDU nos seguintes concelhos e respectivos candidatos já apresentados:
ALPIARÇA:
MÁRIO PEREIRA
SALVATERRA DE MAGOS:
VASCO FEIJÃO
SANTARÉM:
JOSÉ MARCELINO
O Canhotices actualizará a listagem dos candidatos da CDU no distrito de Santarém conforme forem sendo apresentados!
Em Benavente o António José é
um GANHÃO!
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