CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

25.1.07

Do MIRANTE

Publicada por zemanel |

Do Jornal O MIRANTE - secção "E-mails do outro mundo"



"(...)Sagaz Manuel Serra d’Aire
O presidente da Câmara de Torres Novas, o tonitruante António Rodrigues, quer construir uma nova torre no castelo da cidade para lhe devolver a traça original. O autarca socialista que parece aferir o desenvolvimento de um concelho pelo número de gruas e de estaleiros de obras que ostente, deve andar desanimado com o abrandamento da construção no seu concelho e decidiu deixar um sinal ao pelotão de empreiteiros e afins. Não constroem os “patos bravos” constrói ele. Ali está um autêntico mestre-de-obras que não se poupa a esforços para deixar as suas marcas na cidade. Como já havia palácio dos desportos, bibliotecas, piscinas, teatros e rotundas por atacado, tinha de se arranjar mais alguma coisa. E como António Rodrigues não é homem para meios termos decidiu tomar de assalto o castelo. É o Gualdim Pais dos tempos modernos e daqui a uns séculos vai merecer com certeza uma menção para o concurso dos grandes portugueses da altura.
A recuperação da traça original da monumental fortificação revela uma preocupação com a História e com as tradições do concelho pouco habitual nos nossos autarcas. Um respeito pelo passado que é de louvar. E que não é de estranhar. Pelo menos para os mais atentos ao que se passa por aquelas bandas. Todos temos que concordar que é bem visível o esforço feito nas freguesias rurais para se manter algumas vias de comunicação nas condições que se verificavam há um século: estreitas, esburacadas, em terra batida, mais próprias para burros e carroças. E a aversão ao saneamento básico, essa modernice inventada por gente asséptica que nunca vai para a mesa sem lavar as mãos, é um atestado de apego às raízes mais profundas e uma homenagem aos nossos antepassados que passaram bem sem essas mordomias. (...)"

1 canhotices:

bicho_mau disse...

A politica cultural à boa maneira do Estado Novo: erguer sem critérios cientificos os "simbolos da nação".

Demontra o mais desvairado provincianismo de uma autarquia sem visão de futuro, sem noção de que o motor da economia mais estrutural será, a prazo, o turismo cultural e natural.

Obra, cimento com mais ou menos cal, infra-estruturas de proporções anedoticas. Outro sinal no mesmo sentido.

E o pior de todos, a perseguição politica aos "visionarios" como a que é dirigida neste momento ao responsavel pelo unico espaço cultural verdadeiramente inovador : o nosso museu municipal.

Até doi, este cortejo, onde o rei vai tão nu...

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