CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

6.10.08

A história segue o seu caminho?

Publicada por zemanel |

Foto Canhotices

Do poeta comunista MANUEL GUSMÃO:

"É necessário elevar a compreensão de que é a mesma política, ao serviço dos mesmos interesses e objectivos, que se lança numa ofensiva global contra os direitos do trabalho e os direitos económicos e sociais em geral, aquela pela qual o Estado se demite das suas funções sociais e culturais e aquela que vai generalizando as limitações dos direitos e liberdades civis e políticos, enquanto prepara desde há anos um ataque legislativo á própria democracia representativa em termos de manipulação das leis eleitorais, visando romper ou contornar o princípio democrático e constitucional da proporcionalidade e corrompendo a fidedignidade e a autenticidade da representação.

É necessário compreender e alargar a consciência social de que a política de direita não é inevitável, não é uma fatalidade a que o povo português esteja amarrado. O que implica compreender que a única maneira de assegurar a sua efectiva derrota passa pela elevação da luta como raiz da experiência social e da consciência política.

Por objectivos concretos e imediatos, por direitos e conquistas, pela liberdade e pela democracia, somando e multiplicando grupos e sectores, essa luta coloca como seu horizonte a necessidade de uma ruptura democrática com a política de direita.

Mais tarde ou mais cedo, colocar-se-á a questão da alternativa política. È óbvio, ou deveria sê-lo, que uma alternativa política só efectivamente o é se for o instrumento de uma política alternativa, e não uma mera colecção de estados de alma, de votos piedosos ou de fogo de artifício de cobertura á rendição da social-democracia. Uma política alternativa terá necessariamente de ser uma política de ruptura democrática com a política de direita. Esta ruptura é democrática porque reclamada pelos trabalhadores e o povo, servirá os seus interesses. É democrática porque precisamente se opõe aos eixos fundamentais da política de direita, que são factores de degradação da democracia.

Na hora presente, a luta por uma ruptura democrática com a política de direita é a orientação unificadora fundamental do nosso combate actual. Ela supõe o trabalho e a luta para que a grande maioria dos intelectuais resista, lute e se alie ao conjunto de todos os outros trabalhadores. Esta necessidade de convergência é entretanto mais funda e mais perene. Ela própria ajuda a compreender que a luta actual é, simultaneamente, parte do combate mais longo por uma democracia avançada e pelo socialismo. Ou seja, a luta por uma ruptura democrática com a política de direita é, ao mesmo tempo, a luta e o caminho pela afirmação de uma política alternativa e pela construção de uma alternativa política, assim como uma batalha do combate pela democracia avançada. "

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