quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cheguei e disse. Tá feito.

Não posso deixar de pensar em Jerónimo de Sousa e na malha que levaria em toda a comunicação social se porventura tivesse a ousadia de se aventurar a chegar à sede do Partido na Soeiro e dissesse: "Alto lá meus amigos, isto tem uma liderança e o líder lidera, eu sou o líder e os liderados obedecem : como tal nomeio para deputados da nação os liderados que eu quiser e mais nada."
Mas isto foi o que Portas, Ferreira Leite, Sócrates e até Louçã fizeram.
Não esqueço, porque não posso esquecer, o lamaçal que foi lançado sobre o PCP quando colectivamente o Partido em 2001 decidiu excluir João Amaral das listas eleitorais. O que se disse e escreveu, visando claramente atingir e destruir esta força política.
Afinal, eles lá sabem as razões.

7 comentários:

  1. Anónimo1:56 p.m.

    Olá amigo Zé. Bem vindo de férias.

    Eu tenho ideia que o seu espanto advém do facto de, dentro do PCP, não se estar habituado à contestação interna ao Querido Chefe. É que, sabe, nesses outros partidos que refere (ou na maioria pelo menos), a autonomia perante o líder máximo está garantida, e os circulos distritais e municipais funcionam todos independentemente uns dos outros.

    É por isso que por vezes os vemos com conflitos internos: Porque ninguém se rebaixa a uma autoridade só porque ela o é! Ou seja, os militantes têm liberdade para formar facções e correntes de opinião internas distintas do Chefe.

    Entende isto?

    No PCP está tudo um brinquinho. A contestação é mínima. E quando a há... está o caldo entornado (a sua indignação com o apoio de Saramago e Carlos do Carmo ao António Costa é prova dessa reacção endémica)

    Naturalmente, quando um novo líder é empossado e as facções derrotadas não o sabem respeitar, optando por um constante contra-corrente na praça pública, têm de ser colocados na ordem. Neste caso excluídos.

    Concluindo, o que o Zé está a estranhar, ao fim e ao cabo, é a plena liberdade que se vive noutros partidos a tempo inteiro. A liberdade de "associação interna". Ao contrário do PCP, onde tudo está controlado de cima a baixo e a todo o momento.

    São rumos!


    Patrício



    a grande diferença entre estes partidos que refere, é que enquanto os outros funcionam de forma bastante mais autónoma durante todo um mandat

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  2. Anónimo3:11 p.m.

    Coitadinho do patrício romano, troca as mãos pelos pés. É no que dá querer arranjar argumentos à força. Fica-se sem lógica nem coerência de raciocínio.

    Campaniça

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  3. Anónimo3:18 p.m.

    Boa. Ora aí está uma contra-argumentação válida. Nada mais "coerente" do que dizer nada quando nada se tem para dizer!

    Patrício

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  4. patrício:
    tudo ao contrário - saramago tem essa posição em Lisboa, já a tem há muito tempo e foi...candidato a deputado europeu pela CDU. Livremente escolhido e livremente aceitou.

    Na CDU os candidatos não são escolhidos pelos chefes e quanto a isto não há volta a dar.

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  5. Anónimo1:55 a.m.

    Eu só falei do caso "Lisboa". Foi isso que o indignou e levou a escrever na altura.

    Não há volta a dar porque a "volta" é dada a montante! Quem escolhe já foi escolhido antes. As fidelidades estão garantidas de cima para baixo.

    Patrício

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  6. Anónimo4:28 p.m.

    Canhoto

    A Democracia do Sr. Patrício é espantosa: as bases escolhem, supomos que democraticamente um candidado; vem o líder e sentencia:
    Não senhor, não gosto do que escolheram; é fulano que vai integrar as listas. E o Sr. Patrício acha que isto é democrático. Supunha eu que democracia era a aceitação das opções livremente expressas da maioria.
    Assim vai Portugal... e o Sr. Patricio.

    Zé do Telhado

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  7. Anónimo4:42 p.m.

    O caro Zé do Telhado deve estar desfasado do tema em discussão...

    Em causa está a indisciplina de um punhado de rebeldes carreiristas do PSD que, depois de a maioria do partido ter escolhido uma liderança, têm vindo sucessivamente a procurar fragilizar essa liderança, montando armadilhas aqui e acolá.

    É esse punhado de indisciplinados, gente que não respeita uma liderança livremente eleita, que o amigo Zé Manel muito se indigna por ser preterida na construção das listas por parte da liderança do partido.

    Disse e repito: as bases num partido como o PSD são livres de formar correntes internas de opinião e até de questionar a liderança do seu partido. O problema é quando o fazem por puro rancor, falta de fair-play, e despeito, para com uma liderança recém eleita, num processo que se sabe ter sido difícil, e à beira de vários processos electivos de suma importância.

    Não se trata da disciplina férrea e controladora de um PCP, que só encontra o caminho do "exílio" para combater a indisciplina interna, mas de um ténue "castigo", muito bem merecido, que coloca os opositores internos no seu devido lugar: no seio do partido, mas à margem do programa interno vencedor. É claro, é claríssimo.

    Patrício

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