domingo, 30 de dezembro de 2007

A contabilidade do calendário das almas

É tempo de todos os balanços.
Por todo o lado, e entenda-se todo o lado como todo o lado mediático, se escolhe o acontecimento do ano, a personalidade, etc...
É natural que assim seja, sempre se fez e , provavelmente sempre se fará. Nós todos, na nossa vida privada o fazemos: "este ano passou depressa", "este ano fiz isto" ou "este ano deixei aquilo por fazer".
Nesta "contagem de existências e de stocks" das almas, fica sempre também a promessa e o desejo de que afinal, o ano que virá é que será o ano, o tal ano.
E afinal que podemos esperar mais se apenas, se volta uma página nos calendários. Que coisas tão diferentes aspiramos se o sol que nascerá no dia 1, e decerto nascerá, é o mesmo sol de 31 de Dezembro?
Mas para o ano é que é. O planeamento, os orçamentos estão feitos. Desejos de almas.
Consultamos os horóscopos.
Esquecendo que o futuro,essa misteriosa entidade que perseguimos, construímo-lo nós nos dias que passaram. Uma coisa estranhíssima.
Comemos as passas. Desejamos para os nossos, o melhor. Tudo de bom.
A meia noite virá : A rolha liberta-se da garrafa do espumante.
Mas inevitavelmente, o dia 1 é apenas o dia que segue o 31.
Inevitavelmente.
Inevitavelmente?

4 comentários:

  1. Anónimo10:39 p.m.

    INEVITÁVELMENTE??????????

    A vida não tem de ser assim
    Como nos querem fazer acreditar
    Cabe-nos a todos por um fim
    As vampiros que nos querem sugar

    ANO NOVO, novo folgo, a mesma LUTA.
    josé manangão

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  2. Numa já longínqua passagem de ano desejamos o que normalmente é costume, sabíamos que seria mais um ano igual a tantos outros anos maus! “Era inevitável”. Porém, veio a Primavera e com ela Abril, os Cravos, a Liberdade.
    Este novo ano que é já de luto será também um ano de Lutas, de Vontade, Movimentações e toda a Solidariedade.

    Feliz Ano Novo 2008!

    Um forte abraço,

    GR

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  3. Talvez não, talvez não!
    Abraço.

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  4. «cada ano que passa é menos tempo
    para chegar ao tempo da vitória»

    Bom 2008 - com as massas populares na rua...

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