terça-feira, 21 de março de 2006

DIA DA POESIA - POEMA DE JOSÉ ALBERTO MARQUES


O Ofício da Poesia

O ofício da poesia é itinerante, como o seu desígnio.

Antes fosse o silêncio do poeta triclínio.



Porque pelo amor viajante, ao som longo do piano, a compasso

Melhor fora o poeta consumir a eternuridade pelo espaço.



Mas ele sabe que há balas, cenas!, semas!

Para matar e para morrer sem poemas.



Então o ofício da poesia, sendo crente, é enrolar-se

Num corpo de explosivos à AL QAEDA



E jogar o destino num corpo amante como se fora, um deus menor, tecido a seda.

José-Alberto Marques, Hiperlíricas (ed. Campo das Letras, 2004)

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