CANHOTICES

...em Torres Novas, Ribatejo, Portugal. Do lado esquerdo da vida.

2.12.08

Flores de estufa: Assim se vê a força do Pê cê

Publicada por zemanel |

No Congresso do PCP ( e juro que não estive lá a dormir - nem estivemos entretidos a fazer workshops alternativos) falou-se uma vez ou duas do Bloco. Numa análise geral de referência de todos os partidos portugueses. Pois vai para aí um taran-tan-tan em que parece que os delegados do congresso do PCP passaram dois dias e meio entretidos a falar do Bloco.
Como se criticar ou comentar apenas, com um frase ou duas, as intocáveis flores de estufa, referências morais e modernas da esquerda portuguesa, fosse uma heresia que condena fatalmente o PCP para as trevaso do fantismo e ao sectarismo.
Engraçado é que as flores de estufa, não perdem uma oportunidade de se portarem como cactos, na primeira linha da espetadela.
Em 2006, foram cardos, foram prosas...vale a penar ler o seguinte texto oficial do Bloco produzido pela Mesa do Bloco. Até pela azelhice e desaacerto de algumas análises efectuadas há apenas pouco mais de dois anos e que a realidade já desmentiu completamente!
( cada tiro, cada melro...)
Os sublinhados a negrito são da responsabilidade aqui desta casa.
Juro que tão depressa, não falo aqui do Bloco. Há coisas mais interessantes que a discussão ideológica da mercearia política! E sobretudo muito trabalho na defesa dos trabalhadores e do povo português! Foi disso que discutimos no Campo Pequeno. Foi esse compromisso, que o Partido Comunista Português reafirmou com os portugueses: A Luta Continua!


O RUMO ESTRATÉGICO DO BLOCO
Mesa Nacional do Bloco de Esquerda
Texto aprovado na reunião da Mesa Nacional - Março de 2006

"(...)Comecemos pelos riscos actuais. O reforço da linha Jerónimo de Sousa dentro do PC, com as suas três vitórias eleitorais (7,6% nas legislativas, 10,5% nas autárquicas, 8,6% nas presidenciais), será apresentado como uma prova da utilidade da substituição da “linha de direita” de Carlos Carvalhas e do retorno à corrente histórica depois de um interregno de dez anos. Essa história, como é evidente, não pode ser assim resumida, dado que Carvalhas foi indicado por Álvaro Cunhal como seu sucessor, nunca tendo ousado ir muito longe em modificações da linha política – e ainda porque a história do PCP tem sido a de afastamentos de linhas de “direita” para depois os que os puseram de lado recuperarem as suas orientações. Em qualquer caso, esta mudança significa para já e provavelmente no essencial dos próximos três anos um partido que quer consolidar o domínio das organizações sociais, mesmo em prejuízo da sua representatividade.
A primeira vítima dessa orientação pode ser
a CGTP
, que corre novos riscos de fechamento com a substituição de Carvalho da Silva na sua coordenação. Ora, a CGTP tem tido um papel fundamental como a principal organização social na criação de mobilização política contra o governo e o seu recuo seria muito prejudicial à luta dos trabalhadores e uma vantagem inestimável para o governo do PS. Nesta fase da luta social, definida por mobilizações muito defensivas, os sindicatos perdem influência organizada mas são ainda uma referência eu não se pode perder. Esta é uma questão fundamental que a estratégia de controlo do PC agrava porque limita a representatividade dos sindicatos. E não pode haver uma leitura simplista das formas de luta, porque algumas estão subordinadas a esta lógica: no sindicato de professores, a lista que pretende subordinar o sindicato ao PC faz um discurso contra o “controlo partidário”; as posições mais ofensivas do PC nos sindicatos assumem por vezes a forma de propostas mais radicalizadas, como a da greve da administração pública de Dezembro, mas enfraquecem o movimento sempre que não têm o apoio suficiente porque se prestam a uma lógica demonstrativa segundo um calendário partidário. Essa tentação de controlo aparelhístico está a destruir o esboço de Fórum Social Português e a oportunidade que representava de contacto aberto e horizontal entre movimentos sociais. Neste contexto, a estratégia do PC é afirmar um partido sempre mais purificado ideologicamente, mais centralizado e com uma organização social estritamente subordinada. Essa estratégia tem uma contrapartida, que é a convicção de que este é o processo de acumulação de forças suficiente para vir a inclinar o PS a uma negociação e partilha de poder.
O Bloco escolheu desde o início um modelo contraditório com este
, tanto pelo método quanto pelos pressupostos.(…) E o PC, de outro modo, fica prisioneiro de um labirinto de autoreferências: o partido existe porque o partido existiu, tem uma ideologia mas ela é impronunciável porque além das ideias gerais deixou de se poder referenciar às sociedades-mãe, a URSS e a China, e sempre que fala do seu modelo é para desmentir a sua história óbvia de alinhamento com a política do Kremlin ao longo de dezenas de anos. A “ideologia” reduz-se ao silêncio sobre a sua própria história. (...)"

3 canhotices:

samuel disse...

Post em cheio!
O documento da "mesa" é hilariante!

Abraço

Anónimo disse...

Amigos

Coisa de cachopos!

Vitória de Samotrácia

GR disse...

Frangos de aviário?
Em época natalíca também são uma fraude!

GR

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