O Ofício da Poesia
O ofício da poesia é itinerante, como o seu desígnio.
Antes fosse o silêncio do poeta triclínio.
Porque pelo amor viajante, ao som longo do piano, a compasso
Melhor fora o poeta consumir a eternuridade pelo espaço.
Mas ele sabe que há balas, cenas!, semas!
Para matar e para morrer sem poemas.
Então o ofício da poesia, sendo crente, é enrolar-se
Num corpo de explosivos à AL QAEDA
E jogar o destino num corpo amante como se fora, um deus menor, tecido a seda.
José-Alberto Marques, Hiperlíricas (ed. Campo das Letras, 2004)
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